Foi um presidente muito nervoso que falou ao País sobre as alterações ao Estatuto dos Açores.
Transmitiu ideias que não são correctas sobre o equilíbrio dos poderes entre assembleias e PR no que respeita ao verdadeiro poder de dissolver uma assembleia regional. Só que o novo estatuto obrigava o PR a ouvir a própria assembleia, naturalmente em votação no plenário com discussão pública.
As alterações ao Estatuto dos Açores foram aprovadas por unanimidade na Assembleia dos Açores e na Assembleia da República e isso deixou Cavaco muito incomodado, porque uma maioria de dois terços na AR já tem poderes constitucionais.
Para Cavaco, a questão colocada quanto aos Açores transportada para um novo Estatuto Constitucional da AR retirava ao PR o poder de dissolver repentinamente a Assembleia sem que tenha havido previamente uma decisão democrática da própria assembleia que não o obrigaria a não dissolver a AR se o quisesse fazer, mas iria colocá-lo numa posição extremamente incómoda perante a opinião pública.
Cavaco teme pois que surja um estatuto semelhante para a AR. Ele pensa que o PS pode ganhar as próximas eleições sem maioria absoluta e ser obrigado a formar um governo minoritário que faria o país cair no pântano do jogo político de todos contra todos. Numa situação dessas, Cavaco poderia dissolver a AR e convocar novas eleições no sentido de permitir a vitória do PSD. Mas, se tivesse de ouvir previamente a AR, poderia acontecer que houvesse uma maioria PS, PCP, BE ou outra qualquer contra a decisão de dissolver. Mesmo assim, Cavaco dissolvia a AR, mas não deixaria de prejudicar o partido que esperaria sair vencedor das novas eleições, o PSD, acusado de promover em conluio secreto com Cavaco a dissolução da AR. Sabe-se que o povo português não gosta muito de eleições repetidas e é contra a instabilidade política, castigando os que a provocam.
Manuela Ferreira Leite atingiu o ponto zero da política ao argumentar que uma lei aprovada por unanimidade pela Assembleia Regional dos Açores e pela Assembleia da República foi apenas “um pretexto para o PS arranjar um conflito com o Presidente da República”. Como líder dos PSD não respeitou sequer os votos dos deputados açorianos e nacionais do seu partido.
Refiro-me ao Estatuto Político-Administrativo dos Açores. O presidente do Governo Regional dos Açores criticou o PR por ter enviado a proposta de revisão estatutária para o Tribunal Constitucional. Efectivamente, é altamente criticável e condenável a posição de Cavaco Silva não respeitar as votações por unanimidade absoluta de todos os partidos. Votações assim têm praticamente valor constitucional.
Foi infeliz e pouco inteligente, a opinião de MFL quando tem no seu partido o turbulento Alberto João que nunca respeitou nada nem ninguém e ameaçou há dias o Continente de receber uma ordem de despejo, acrescentando que quem quer ter ilhas no Atlântico tem de as pagar. Como se não pagássemos o suficiente ao parasitismo insular da Madeira.
Manuela critica na generalidade sem concretizar algo em particular, dando a entender que o Estado pode e deve apoiar tudo e todos ao mesmo tempo que numa entrevista ao Expresso apoia a necessidade de um Estado menor.
A ex-Ministra das Finanças afirmou há tempos que o Estado não apoia as pequenas e médias empresas quando há um programa que tem uma linha de crédito altamente bonificado para as PME de 1,25% abaixo da taxa Euribor, ou seja, 3,75%, o que beneficiou 480 empresas no valor de 510 milhões de euros.
Há ainda outros programas, nomeadamente com subsídios para desenvolvimento tecnológico e científico e apoio a PME do interior do país, etc.
Manuela ao dizer na generalidade que as PME não são apoiadas parece que acha que o café da esquina deve receber algum subsídio e, assim, as pequenas lojas, oficinas, etc. Ela não entende nada de economia de mercado. Se há mercado, os empresários devem saber fornecer bens e serviços desejados pelo mercado (consumidores) e pagos devidamente. Não compete aos contribuintes pagar a todas as PME seja o que for, excepto no âmbito de programas muito bem definidos e com valia para todos. Até porque há em Portugal cerca de um milhão de PME, incluindo os empresários individuais. Por isso é sempre de má fé falar que fecharam em qualquer ano mais de dez mil PME sem dizer que outras tantas abriram. Num universos de um milhão aquilo que parece muito não passa de 1%, o que é uma percentagem muito inferior ao próprio número de pessoas que se reformam ou morrem todos os anos. E se as pessoas nascem e morrem, porque razão não pode acontecer isso com as PME que, no fundo, não passam de pessoas economicamente bem ou mal organizadas
A mesma senhora também vem dizer que os jovens não são apoiados, os pobres, os idosos, os trabalhadores, as mulheres, etc. É evidente que são críticas baratas de quem não tem programa.
Curiosamente, o PSD votou a favor de mais de 50% das leis propostas pelo PS na AR e, na totalidade, foram quase 70% das leis que receberam o voto favorável de um ou outro partido da oposição. Até o PCP votou favoravelmente 31% das leis do PS, o que é notável, dado que o partido do Governo tem a maioria absoluta.
A maior derrota dos EUA no pós-11 de Setembro consistiu na impossibilidade de deter Osana Bin Laden ou o seu chefe de Estado-Maior e estratega Ayman al-Zawahiri. Os americanos não conseguiram prender igualmente nenhum dos membros do verdadeiro círculo interior de Osana com os quais combinava estratégias e delegava comandos e logística de acções terroristas.
Na falta disso, o presidente Bush cobriu-se de ridículo, juntamente com o seu gigantesco aparelho militar, policial e de espionagem como o FBI, CIA e outras organizações, incluindo os serviços diplomáticos, totalizando muito mais de um milhão de pessoas.
O ridículo foi levar a tribunal, ao fim de mais de seis anos de investigação e interrogatórios com torturas em Guantanamo, o chofer de Bin Laden, o iemenita Salim Hamdan, um homem com quatro anos de instrução primária numa Madraça sem conhecimentos de inglês ou geografia mundial, etc.
Ficou provado que Salim conduzia de vez em quando a viatura de Osana e fazia pequenos trabalhos de mecânica sem possuir cultura e inteligência suficiente para delinear a estratégia intercontinental que conduziu ao 11 de Setembro.
O iemenita foi preso no Afeganistão depois de ter levado a mulher grávida e os filhos para o Paquistão e regressado só à cidade de Kandahar. Acabou por ser preso pelas forças pró-americanas da Aliança do Norte do Afeganistão e entregue aos americanos. Em Maio de 2002 foi levado para Guantanamo num avião que, quase de ceteza, se reabasteceu no Açores como todos os aviões ao serviço da CIA.
Passou seis anos a ser maltratado e interrogado. Grande parte do tempo em células solitárias por se negar a dizer aquilo que torturadores da CIA queriam que dissesse. Até lhe propuseram confessar que tinha participado na organização do 11 de Setembro quando, na verdade, só teve conhecimento do atentado na altura em que as televisões do Mundo relataram o evento.
Sabe-se pela vida dos participantes no atentado que aquilo foi organizado com muita antecedência, mesmo anos antes. Provavelmente antes mesmo de Salim estar ao serviço de Bin Laden.
Em 1996, ele partiu do Iémen para o Afeganistão e algum tempo depois ouviu Bin Laden a falar de um ataque aos EUA, mas nunca chegou a ter conhecimento em que consistia esse ataque e se Bin Laden já teria planeado o ataque ou se os suicidas que estavam nos aviões que embateram contra as Torres Gémeas tinham algo a ver com Osana Bin Laden. A ligação entre o grupo que estava nos EUA e saiu da Alemanha e outros países com Bin Laden nunca chegou a ser cabalmente provada.
O ridículo americano ultrapassa tudo o que se possa imaginar. Toda a gente está de acordo que Hitler foi um monstro, mas, mesmo assim, não se condenou o seu chofer ou as suas secretárias. Uma delas chegou a publicar um livro com as suas memórias na relação com o ditador e nem chegou a ser presa.
Agora, os americanos levam a tribunal um homem inculto sem nenhuma preparação para oficial de Estado-Maior ou estratega e transformado num verdadeiro farrapo humano, pois os maus tratos que sofreu deram-lhe cabo da saúde.
Salim vai a tribunal porque parece ser a única pessoa que apanharam com verdadeiros contactos com o Bin Laden, mas nunca conseguiram apanhar o chefe ou os seus “generais”, apesar das avultadas quantias oferecidas.
Não conseguiram porque não convenceram a população do Sul do Afeganistão a colaborar por uma razão muito simples, é que não conseguiram derrotar os talibãs que se refugiaram nas montanhas e depois entre os habitantes do Afeganistão e Paquistão, pelo que intimidam por um lado e, por outro, têm demasiados adeptos. Provavelmente também porque ninguém deve saber qual a relação entre os talibãs e os suicidas das Torres Gémeas. E há quem diga que esses suicidas não terão existido sequer.
No passado mês de Maio, durante a troca de varetas de combustível nuclear, a água radioactiva encheu o tanque de água de arrefecimento da Central Atómica de Almaraz. A referida água transbordou o tanque e criou um sério problema que levou bastante tempo a ser resolvido e pode ter deixado graves sequelas nalguns trabalhadores da central situada à beira do Tejo. Nada é dito sobre se essa água acabou por ir para o rio que banha Lisboa, mas tudo indica que sim.
Por sua vez, em Novembro de 2007, na central nuclear de Ascó, também na habitual troca de elementos de combustível, houve uma queda de material radioactivo poeirento na piscina do reactor, mas parte do mesmo foi aspirado por uma aparelhagem de renovação do ar, o que levou os trabalhadores a tentarem limpar os respectivos filtros sem desligar o sistema para não fazer parar a central nuclear. Uma certa quantidade de poeira radioactiva libertou-se para o exterior e na central afectou a saúde dos trabalhadores envolvidos na limpeza, o que os levou a contactarem a secção espanhola da “Green Peace” que alertou a opinião pública, mas com alguns meses de atraso.
Em Espanha há uma autoridade de vigilância das suas oito centrais nucleares que deveria publicitar todos os acidentes, mas só o faz depois dos trabalhadores apresentarem queixas junto de movimentos ecologistas diversos, pois os dados estão manipulados pelas empresas detentoras das centrais e pelo próprio Estado. No caso de Ascó, verificou-se que os alarmes foram alterados para deixarem passar uma quantidade de radioactividade proibida por lei.
Ainda recentemente, a imprensa espanhola fez eco do facto de não haver controle radioactivo nos camiões e comboios que entram e saem das centrais e foi a “Green Peace” que detectou a presença do isótopo radioactivo Cobalto 60 trazido para o exterior por algumas viaturas, o que originou um inquérito nas Cortes Espanholas.
As centrais nucleares espanholas funcionam com grande falta de transparência num secretismo absoluto com ausência de respeito pelo ambiente e saúde de trabalhadores e população, o que é tanto mais grave quanto muitas das referidas centrais ultrapassaram já o seu limite de idade. Entre elas conta-se a de Almaraz com mais de 30 anos de existência e que se pretende ver prolongada a sua perigosa existência por muitos anos ainda.
Enquanto sucede isto em Espanha, na vizinha França não param as panes em série. No passado dia 23 de Julho registou-se mais uma fuga radioactiva na maior central nuclear do Mundo, a de Tricastin, situada no sul da França bem perto da Cote d’Azur. Um porta-voz da central teve de confessar publicamente que centenas de trabalhadores ficaram “ligeiramente” contaminados quando 18 mil litros de um líquido com urânio radioactivo verteu para o exterior na sequência de trabalhos de limpeza radioactiva das varetas usadas de material nuclear feitos por uma empresa contratada para o efeito. Uns dias anos, aconteceu outra fuga na fábrica de varetas de combustível em Romans-sur-Isére a partir de uma canalização mal verdade que deixou sair 750 gramas de urânio. Um dia depois, na central de Saint-Alban, no sudoeste da França, 15 trabalhadores sofreram fortes doses de radioactividade durante trabalhos de inspecção.
As pessoas contaminadas vão contrair cancros diversos dentro de não muito tempo e poderão falecer prematuramente, mas só agora é que a opinião pública francesa começa a ser alertada para o perigo do funcionamento das centrais nucleares e para a mentira que significa dizer-se que são “amigas do ambiente” por não produzirem CO2.
A Central de Tricastin com quatro gigantescos reactores nucleares construída nos anos setenta começa a revelar os efeitos do tempo com avarias sucessivas e muitas libertações de material radioactivo para o exterior. As instalações ocupam um complexo gigantesco com 600 hectares para produzir mil milhões de kilowats por hora. Trabalham aí 6 mil pessoas a soldo da empresa francesa Areva que possui em França 59 reactores responsáveis por 80 por cento da produção de energia eléctrica da França e por uma continuada contaminação radioactiva do meio ambiente, dado que muitos deles registam já a provecta idade de mais de 40 anos, o que os tornam perigosos, mas imensamente lucrativos pois estão inteiramente amortizados e no nuclear o mais caro é a própria central.
Nas imediações de Tricastin, as vacas pastam num campo imenso semeado de plantas forrageiras, debaixo do qual estão armazenados nada menos que 15 mil metros cúbicos de resíduos radioactivos da central e do sector militar. A Cooperativa local que vendia um vinho conhecido com a marca “Côteaux du Tricastin” mudou de nome para enganar os consumidores.
Se fizesse o relato muito extenso das avarias e fugas das centrais nucleares alemãs nunca mais terminava o texto e começa a ser preocupante que muitos países do Mundo com pouca experiência e poucos hábitos de rigor industrial estão a querer construir centrais nucleares.
Na China, após os recentes tremores de terra, foram vistos muitos soldados das unidades de artilharia nuclear naquela região onde existem centrais nucleares e fábricas de ogivas atómicas. Os soldados fizeram muitas medições com detectores Geiger, mas nada foi comunicado para o exterior.
Aumenta a dispersão de materiais radioactivos num ambiente mundial cada mais densamente povoado com o inerente crescimento das doenças cancerígenas que os governo não querem ver estudadas e, menos ainda, dadas a conhecer ao público. A falta de transparência e o secretismo absoluta é típico de tudo o que diz respeito ao nuclear.
Em Portugal, as associações patronais querem iniciar estudos sobre a implantação de uma grande central nuclear. Mas, sem estudar cuidadosamente os perigos da contaminação radioactiva ambiental nenhum estudo terá valor.
O petróleo desceu mais de vinte dólares em menos de duas semanas e a Galp parece não querer mexer nos preços.
Antes, mal o preço do barril subia, a Galp e a Repsol e outras petrolíferas aumentavam logo os preços. O Presidente da Administração da Galp explicou ao Expresso que a Galp compra 300 mil barris diários e que os paga dia a dia, os quais são refinados em poucos dias, pelo que tinha de aumentar os preços muito pouco tempo depois de o preço do barril subir. E agora com a descida dos preços já não compra diariamente? Ou estamos a ser enganados pela cupidez da Galp e das outras petrolíferas?
A descida do preço do “crude” foi brutal e contínua, pois em poucas horas desde o fim da tarde já desceu 3,85 dólares para 124,38 dólares, o preço do fim de Março. Tudo indica que a bolha petrolífera pode estar a rebentar como vaticinei num post de há dias. Espero não estar enganado, até porque nada justificava um aumento tão rápido como o verificado nos últimos meses, pelo que não pode deixar de vir aí uma queda mais acentuada ainda porque os especuladores nos futuros podem assustar-se com as actuais descidas e desatarem a vender as posições.. Contudo, não é aconselhável admitir que o problema do alto custo dos combustíveis está ultrapassado. Compete a governos e indústrias procurarem alternativas ao petróleo e continuar a apostar nas renováveis como faz Portugal desde há mais de dez anos.
De repente, numa Europa “civilizada” que condenou os massacres nazis e muitos outros, apareceu um pequeno Hitler ou, mesmo, um Himmler de trazer por casa, com um Partido pseudo-democrático e uma milícia do tipo SS dos Campos de Concentração disposto a fazer num recanto europeu mais uma “limpeza étnica”.
Arrogantes e loucos, os grandes assassinos de Sebernica filmaram o evento. Vemos no filme os algemados jovens muçulmanos da Bósnia em fila indiana a caminho de uma vala comum. Tal como fizeram os nazis na Ucrânia e noutros países cada um levou um tiro nas costas e tombou para a vala..
Foram dezenas de milhares de bósnios executados e muitos outros assassinados no cerco de Sarajevo entre 1992 e 1996. Todos tinham cometido um “crime”: eram muçulmanos. Tal como os seis milhões de assassinados pelo nazismo pelo “crime” de terem nascido judeus.
A Europa julgava que a bestialidade tinha desaparecido das suas terras e ela apareceu repentinamente e dirigida por um homem de que ninguém esperava tal coisa. Radovan Karadzic, um psiquiatra especialista em “neuroses e depressões” que até frequentou durante um ano a Columbia University de Nova Iorque e escrevia poemas. A única semelhança com Adolf Hitler é a de ter também fundado um partido político, o Partido Democrático Sérvio. Hitler, o monstro, fundou um Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Pergunta-se! Para que serve a linguagem quando sob esses nomes se esconde a maldade total e absoluta. Para que servem estudos psiquiátricos quando se pode vir a comandar mais um holocausto de uma etnia diferente.
A Jugoslávia pretendeu ser um exemplo para o Mundo; um comunismo cooperativo e quase democrático e multi-étnico. Um Farol do Terceiro Mundo e da Paz; um apoiante dos movimentos que combateram nas colónias portuguesas para as libertarem do chamado jugo colonial português.
Nesse país exemplar, de um dia para o outro, desatam todos a matarem-se uns aos outros. O colérico Radovan Karadzic concorre às eleições na Bósnia e perde porque a população sérvia naquela região limitava-se a 30% e o Partido Muçulmano de Alija Izetbegovic ganhou o direito a ser poder. Os sérvios cristãos ortodoxos não suportaram a ideia de serem dirigidos pelos seguidores do Profeta. Eram os paladinos do anti-racismo e anti-colonialismo desde que em casa fossem eles a mandar. Sempre apoiaram a luta dos palestinianos contra os judeus, mas isso era lá longe, pois em casa, os muçulmanos não deveria ter outro destino que a morte, o holocausto, o serem cadáveres nas valas comuns. Curiosamente, ninguém no Mundo Muçulmano se levantou ou protestou contra o massacre dos seus irmãos europeus. É que os sérvios não são americanos nem judeus, por isso obtiveram de Meca e Medina o direito de assassinarem quantos muçulmanos quiseram, mostrando à evidência como é hipócrita o Mundo. Quando os Ayatolas do Irão condenavam à morte o escritor Salman Rushdie por causa de uns escritos, nada diziam sobre o holocausto dos muçulmanos da Bósnia.
Na sua fortaleza em Pale, o líder do Partido e dos paramilitares sérvios gritava nos seus discursos que “temos de tomar os territórios que nos pertencem”. O homem sabia liderar, pois aprendeu como psicólogo do Clube de Futebol de Sarajevo.
Infelizmente, para o monstro da Bósnia, o Tribunal de Nüremberg deixou raízes e a Europa não tolera a entrada da Sérvia na União Europeia sem que os principais culpados dos massacres de Sebernica venham a ser condenados no Tribunal Internacional de Haia.
Moral da história: a avidez do Poder pode tornar qualquer cidadão num Monstro.
O preço do barril do petróleo caiu em pouco mais de dois dias quase 16 dólares ou cerca de 11,5% enquanto o dólar também desce, desmentindo os profetas da desgraça que viam o petróleo a 200 dólares. O petróleo desceu para o nível de Maio passado depois de ter atingido um pico de quase 147 dólares.
Não quer dizer que o barril não venha a subir muito e não se cumpra a expectativa de, pelo menos, chegar aos 170 dólares lá para o fim de Agosto. Mas, pelo menos, sabe-se que o preço sofre subidas e descidas brutais e que absolutamente nada é certo. O que se sabe é apenas o que aconteceu, pelo que qualquer crítica sobre a inexistência de previsões por parte do Governo é pura hipocrisia e demagogia. Quem crítica deveria dizer quais os preços até ao fim do ano. Obviamente ninguém sabe.
De qualquer modo, a possibilidade de o petróleo descer muito mais é um dado. Curiosamente, com o petróleo desceram esta semana alguns preços de produtos alimentares e matérias-primas, o que levou a uma subida do Dow John Index da Bolsa de Nova Iorque e a uma descida nas bolsas brasileiras, país exportador de produtos alimentares e matérias-primas.
O que é óptimo para uns é crise para outros e vice-versa.
A descida do preço do petróleo tem a ver com o enorme aumento dos investimentos no Estado de Alberta do Canadá para explorar os gigantescos depósitos de areias betuminosas que podem em breve vir a proporcionar 2 a 3 milhões de barris diários pela via de um pequeno aquecimento das referidas areias, localizadas relativamente perto dos EUA. Para além disso, é evidente o esforço mundial para reduzir consumos e encontrar alternativas. Todas as nações sentem-se ameaçadas fisicamente desde que não possuam sistemas próprios de produção energética. Em primeiro lugar a electricidade que permite uma passagem para os transportes colectivos e, num futuro breve, para viaturas movidas com motores eléctricos ou com hidrogénio produzido a partir da água e electricidade.
Enfim, como escrevi mais atrás, a “bolha petrolífera” pode rebentar como acontece com todas as bolhas.
A decisão anunciada pelo PM de reduzir em mais de 70% o imposto automóvel para viaturas movidas a electricidade tem um significado muito especial e será um grande impulso. A par desta medida, pretende-se instalar infra-estruturas para substituir e/ou carregar baterias e faricar em Portugal o Nissan/Renault a electricidade.
Algumas marcas como a VW, Nissan, Renault e outras pretendem construir verdadeiras carros a electricidade em que o motor eléctrico tem no mínimo a mesma potência que um motor a gasolina ou gasóleo e que ambos possam funcionar em simultâneo para velocidades elevadas ou ultrapassagens, subidas, etc. Também há a solução totalmente eléctrica ou semi-híbrida com um pequeno motor a combustão para o caso de as baterias se descarregarem completamente, servindo como se fosse um roda sobresselente e para baixas velocidades.
Um carro desses terá mais baterias instaladas numa espécie de gavetas de substituição muito simples nos postos de gasolina para os quais basta um pequeno espaço para tal. Talvez seja possível substituir a compra das baterias por um contrato com um pequena entrada ou caução, sendo pago o carregamento quando necessário. Acrescente-se ainda que o motor a combustão pode também carregar as baterias, mas até a um certo limite e estas podem também ser carregadas a partir de uma ligação do tipo doméstico.
Há muitas soluções no campo das baterias, incluindo as de nano tubos de carregamento muito rápido que estão em estudo, baterias de lítio, etc.
O fundamental aqui, é aproveitar a alta do preço do petróleo para tomar verdadeiras decisões e não esmorecer quando o petróleo começar a descer abruptamente. Não esqueçamos que ontem o petróleo desceu 10 dólares, mas hoje já começou a subir um pouco, ou seja, cerca de dólar e meio e a partir do momento em que chegarem ao mercado verdadeiras alternativas aos carros a gasolina ou gasóleo pára a especulação e os países produtores serão incitados a descer os preços do petróleo bruto para destruir essas alternativas.
A aposta na electricidade é possível porque se trata de uma energia que pode ser obtida pelo sol, vento, ondulação, barragens, carvão, gás, energia atómica, e fuelóleo pesado.
No campo da fiscalidade, os carros com menos 1000 cm cúbicos de cilindrada deveriam ainda ser mais beneficiados e ou de menos de 1.300. Portugal tem o parque automóvel mais eficiente da Europa porque de baixa cilindrada e, como tal, de consumo reduzido e baixas emissões de CO2.
A REVISTA DE MARINHA de Junho/Julho 2008 está à venda há alguns dias.
Este número começa por dedicar duas páginas à comemoração do Dia da Marinha no Funchal. No discurso que pronunciou, o almirante Melo Gomes CMA anunciou que dentro de algumas semanas será lançado à água o primeiro dos novos submarinos da Armada, o N.R.P. Tridente e que no fim do ano será recebida a fragata Bartolomeu Dias, uma das duas modernas fragatas holandesas adquiridas pelo Estado em segunda-mão, mas em boas condições de conservação e modernidade.
O primeiro dos artigos assinados é de Dieter Dellinger, sendo a II. Parte de um texto dedicado à actual marinha russa em que são descritas ainda as principais unidades de combate à superfície. A Marinha Russa, tal como as restantes armas, saiu muito desfalcada do fim da URSS, salientando-se o facto de centenas de navios terem sido desmantelados e muitos mesmos ficaram incompletos nos estaleiros, acabando também por irem para a reciclagem dos seus materiais.
Um excelente artigo sobre os satélites de navegação Galileu que os europeus pretendem construir mas que se encontram ainda num impasse da autoria do capitão-de-fragata Nuno Sardinha Monteiro.
“Os Navios que vieram depois do Eugénio C e a Actual Costa Cruzeiros” é título de mais um artigo de Marco António Pedro a focar a história dos muitos navios de passageiros que ligaram a Europa ao Brasil.
Para os interessados em assuntos técnicos de navegação, o director da revista, Comandante Gabriel Lobo Fialho escreveu um interessante artigo sobre Compensação de Agulhas Magnéticas em que salienta a necessidade manter o conhecimento e o equipamento de navegação mais antigo, pois nem sempre a electrónica funciona.
O arqueólogo naval Augusto Salgado contribuiu com mais um artigo; desta vez sobre a descoberta dos destroços de um navio muito provavelmente português, afundado ao largo da Namíbia.
A revista vem ainda com vário noticiário sobre portos, navios e marinha de recreio.
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