Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Domingo, 8 de Maio de 2011
António Barreto - A Voz do Dono

 

 

António Barreto, um ex-oportunista do PCP e do PS, pronunciou-se assim no jornal leiriense “I”.

Como se tornou num servil oportunista do oligarca Alexandre Soares dos Santos que o nomeou para a chefia de uma fundação destinada a provavelmente desviar uns dinheiros do fisco, Barreto passou a ser a “voz do seu dono”, o oligarca do grupo merceeiro Jerónimo Martins, dizendo aquilo que não convém ser pronunciado pelo oligarca, não vá o fisco investigar um pouco mais a funda as suas contas e descobrir importantes desvios.

 

Sim, em Portugal - ou em qualquer parte do Mundo - ninguém chega a oligarca, tendo pago pontualmente os seus impostos. Só pela exploração do trabalho alheio, dos fornecedores e clientes e pela fuga aos impostos é que se faz uma grande fortuna em Portugal.

 

Barreto é a voz de alguém que ajudou a destruir a agricultura portuguesa, importando quase tudo de Espanha, do Marrocos e da América do Sul. No grupo do oligarca não há patriotismo, há apenas ganância pelo lucro e, por isso, o oligarca aufere um ordenado de 1,15 milhões de euros anuais mais alguns milhões em dividendos e outro tanto do grupo que tem na Polónia, onde foi investir o dinheiro extorquido aos clientes e fornecedores portugueses. Provavelmente não declara no seu IRS os rendimentos vindos de fora como manda a lei, que devem estar bem escondidos em qualquer banco offshore.

 

Mas, não há nada mais honroso para um Socialista como o Sócrates e milhares de outros militantes, incluindo os que sempre estiveram com o Socialismo desde os tempos da CEUD em 1969, da ASP e da fundação do partido que ter como inimigo um criado servil da oligarquia portuguesa.

 

Ser inimigo de Alexandre Soares dos Santos dignifica qualquer verdadeiro socialista e ter como crítico um intelectual comprado é quase uma honra se não fosse lastimável ver alguém comprado por alguns euros.

 

António Barreto faz-se passar por intelectual, mas não percebeu que a única coisa válida do “programa de ajuda externa” é o que lá não está e Sócrates percebeu isso muito bem ao referir apenas a isso. O “programa” em si é um disparate completo e, por isso, os homens da “troika” deixaram o País sem se pronunciarem sobre números concretos, limitando-se a repetir alguns que estão já em vigor há um certo tempo.

 

É que olhando para uma país com salário médio de 800 euros e reformas médias de 600 euros, que números podia um dinamarquês ou um alemão propor para cortar as despesas do Estado. O País tem 1% de pessoas a ganharem mais de 5 mil euros e menos de 5% a ganhar mais de 2.500 euros. Os oligarcas comem tudo e a “troika” por estar ao serviço da direita europeia não propôs o que seria indispensável, um imposto sobre as grandes fortunas, que também não daria muito por serem tão poucas. Também um aperto às milhares de PME que fogem ao fisco não dará grandes resultados porque o que se ganha não é nada muito e algumas acabavam por fechar, produzindo mais desemprego.

 

No fundo, a única solução para Portugal é a que resultaria do semi-perdão da dívida com emissão de euros na compra de títulos de tesouro por parte do BCE a juro zero no valor de 50% da dívida para serem pagos quando o Estado português tivesse disponibilidade para tal.

 



publicado por DD às 22:34
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Domingo, 1 de Maio de 2011
Manuel Carvalho da Silva

 

Catamaram da Soflusa, a empresa mais grevista do País e que pertence ao povo português para servir o povo.

 

 

 

 

            O sindicalista mais famoso do País, Manuel Carvalho da Silva, vai deixar a liderança da CGTP ao fim de 25 anos do atividade.

            Na entrevista que dá ao Expresso, Carvalho da Silva confessa que não conhece nenhum dos oligarcas portugueses e que, em 25 anos, nunca esteve sentado a uma mesa com eles a negociar melhores condições de trabalho para os trabalhadores da Sonae, Grupo Jerónimo Martins, Corticeira Amorim, BES, BCP, etc., etc. Quase nunca falou com oligarcas exploradores como Alexandre Soares dos Santos, Belmiro de Azevedo, Amorim, Ricardo Espírito Santo e mais uns tantos.

            Logo que as antigas empresas públicas EDP, PT, Cimpor, Portucel/Soporcel, etc. passaram a privadas deixaram de ter greves. A banca quando era estatal tinha greves frequentes. Depois de privatizada, despediu mais de 50% do seu pessoal sem qualquer greve.

            Na verdade, Carvalho da Silva foi o líder de uma central sindical dos trabalhadores das empresas públicas de transportes ou antes apenas dos condutores. Empresas do povo português que trabalham exclusivamente para o mesmo povo. Carvalho da Silva nunca reconheceu que a CP, a Refer, o Metro, a Transtejo, a Soflusa, as escolas públicas, os hospitais, os tribunais, etc. são empresas ou instituições do povo português. Muitos quilómetros andei eu a pé por causa das greves do Metropolitano de Lisboa, o que não me fez mal, mas tive sempre pena dos transtornos causados a tantos trabalhadores portugueses. As greves nas horas de ponta da manhã são maquiavélicas e revelam um espírito profundamente maldoso e tirânico, estalinista mesmo, pois incomodam os trabalhadores mais mal pagos, os que não se deslocam diariamente de carro e alguns mais que trabalham em zonas onde o estacionamento de viaturas não é possível nos dias de greve de transportes e até nos dias normais. As empresas até poupam dinheiro porque não pagam as horas de greve do pessoal nem a eletricidade ou combustíveis e desgaste de material.

            Para Carvalho da Silva, greve foi sempre sinónimo de paralisação dos transportes públicos com fins políticos, pois os trabalhadores que fazem greve nessas empresas são geralmente apenas os condutores, os quais sempre foram os trabalhadores mais bem pagos do país no âmbito daqueles que não são dirigentes nem possuem importantes graus académicos. Ao contrário disso, Carvalho da Silva nunca conseguiu organizar greves nas empresas privadas de transporte como a Barraqueiro, Fertagus, etc.

            Os objectivos de Carvalho da Silva foram sempre políticos contra quem está no poder. Recordo que quando a General Motors da Azambuja fechou, Carvalho da Silva disse em público a enorme barbaridade que o fecho da empresa foi combinado em São Bento entre Sócrates e os dirigentes da GM. Na verdade, estiveram lá os responsáveis pela empresa americana que chegou a pedir a falência global, mas foi para evitar o fecho da empresa, foi para ver o que o Estado podia fazer para que Azambuja continuasse a funcionar. A GM apresentou uma conta astronómica de vários milhares de euros por viatura Combo montada que acabaria em muitos milhões de euros a serem pagos pelo povo português aos capitalistas americanos. E não tenho dúvidas, se Carvalho da Silva tivesse tido influência junto dos trabalhadores da Auto-Europa há muito que esta empresa teria fechado em Portugal. O que vale é terem um líder da Comissão de Trabalhadores que não é comunista nem servil mandatário de Carvalho da Silva. Xora, o dirigente em causa, negociou uma flexibilização no horário de trabalho que permitiu garantir os postos de trabalho e, afinal, os períodos de interrupção dos trabalhos nem chegaram a ser usados como previsto porque as vendas dos carros continuaram, apesar de em 2009 se presumir que a indústria automóvel iria parar em toda a parte do Mundo ocidental.

            Carvalho da Silva nunca pensou que não podia haver alguém que acreditasse que um Primeiro-Ministro estivesse interessado no fecho de uma empresa fabril e no aumento do desemprego. Quando fez aquela afirmação, Carvalho da Silva deve ter pensado, todos os ouvintes das rádios e telespetadores são uma cambada de estúpidos e acreditam que um governo quer mesmo que as empresas fechem e haja mais desemprego.

            Hoje, Carvalho da Silva pode estar contente com a obra feita. As empresas públicas de transporte estão falidas e são uma das causas dos problemas que o País enfrenta porque não podem fechar como aconteceu às grandes empresas armadoras de navios estatizadas depois do 25 de Abril em que os sindicatos conseguiram fazer multiplicar a massa salarial por 3 a 4 vezes com o trabalho habitual de um navio a navegar durante mais de 24 horas. Acabaram todas falidas e fechadas porque os fretes concorrentes eram muitas vezes mais baratos e, ainda por cima, estava-se na transição do navio de porão com carga geral para o porta-contentores. Foi uma grande vitória para a CGTP e para o PCP, Portugal ficar sem marinha mercante.



publicado por DD às 19:07
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