De acordo com uma série de artigos publicados no jornal “New York Times”, os iPhones, iPods, as impressoras HP, as consolas da Sony, Nintendo, Microsoft, os computadores da Dell, IBM e muito outro material informático é fabricado pela maior empresa industrial do Mundo, a chinesa Foxconn com 1,2 milhões de trabalhadores ao seu serviço.
As condições de trabalho são duríssimas, os salários inferiores a um dólar por hora e, mesmo os engenheiros não ganham mais de 3 a 4 dólares por hora. A taxa de suicídio dos trabalhadores é enorme. Por dia registam-se cerca de 13 suicídios em média. Os trabalhadores chineses praticamente escravizados não aguentam e retiram-se deste mundo porque não aguentam o trabalho em que um erro num artigo provoca castigos de duas a três horas de trabalho a mais de toda a linha de produção ou montagem.
A Apple é o maior cliente e sócio da empresa e para evitar que a situação dos trabalhadores melhor já instalou uma fábrica escravocrata numa das regiões mais pobres do Brasil e pretende instalar outra no Cambodja onde os trabalhadores ganham em média 30 cêntimos do dólar por hora.
Enfim, o comunismo criou a exploração do trabalho mais dura e brutal que alguma vez se viu na história da Humanidade. Dizem que até os escravos no Império Romano, no Brasil e nos EUA eram mais bem tratados.
Assim, sem Serviço Nacional de Saúde e sistema de reformas fora das cooperativas extremamente pobres das aldeias e bairros, os chineses são obrigados a trabalhar em condições verdadeiramente animalescas e quer uma troica e uma senhora Merkel que os trabalhadores portugueses, os mais mal pagos da Europa, cheguem ao nível chinês para que os juros especulativos e de roubo sejam pagos aos mercados gananciosos da Europa e, principalmente, aos grandes bancos alemães, entre os quais o gigantesco “Deutsche Bank” que é o pior de todo o Mundo, conforme se pode ler na revista “Der Spiegel” Nr. 5 da passada segunda-feira num artigo de 13 páginas que relata tais coisas sobre este banco que deixa toda a gente incapaz de alguma vez ter imaginado roubos de tantos biliões praticados com os seus negócios em todo o Mundo e, em particular, nos EUA.
Enfim, estamos a criar um "Maravilho Inferno Novo" neste Mundo que parecia ser a concretização de todas as esperanças das gerações anteriores.
Os mil chineses mais ricos possuem mais de mil milhões de dólares cada um e com mais de um milhão de dólares contam-se já dezenas de milhares de chineses.
Mas isso não é nada. Há quase 300 verdadeiros oligarcas na China com fortunas superiores a 7 mil milhões de euros. Em termos de fortunas, há uma dúzia de multimilionários na Europa, sendo 3 na Alemanha e alguns nos EUA, o resto está no Terceiro Mundo.
O homem mais rico da China chama-se Liang Weng e possui um grupo de fábricas de maquinaria pesada com dezenas de milhares de trabalhadores. Com 55 anos de idade tem uma fortuna calculada em uns 9 a 10 mil milhões de euros. É o maior fabricante do Mundo de bombas de cimento e está a construir uma fábrica na Alemanha, tendo vários investimentos fora da China. A seguir vem um tal Zong Qinghou, proprietário de um vastíssimo grupo de fábricas de bebidas da marca Wahaha.
Curiosamente, a Alemanha que é ainda o maior exportador do Mundo e o país mais densamente industrializado do Mundo, quase 100 vezes mais que a China per capita, é também a nação que tem menos multimilionários per capita. Menos que o México e o Brasil, para não falar na China e EUA. Também o Japão é “pobre” em multimilionários.
Enfim, a China avança muito rapidamente no número de bilionários, principalmente da construção civil onde exploram uma mão-de-obra quase escrava que vão buscar às paupérrimas aldeias do interior do país.
Recordo que o partido que ainda está no poder na China, o Comunista, liquidou milhões de burgueses ricos depois da conquista do poder em 1948. Quando perguntaram a Mão Ze-Dung porque não liquidou Chiank Kai-Chek, ele respondeu que preferiu acabar com alguns milhões de pequenos Chiank Kai Cheks. Tanta gente assassinada para voltarem a um modelo ainda pior em termos de diferenças entre ricos e pobres e exploração do povo. Na verdade, em todos os países comunistas e ex-comunistas é mais fácil explorar os trabalhadores pela simples razão de que já estão habituados a isso e nunca tiveram sindicatos livres, partidos de oposição, imprensa livre, etc.
Por isso é a senhora Merkel está insatisfeita. Ela acha que a Europa gasta muito em saúde e segurança social, o que não permite aos ricos tornarem-se oligarcas como os russos, chiness, mexicanos e brasileiros.
O fenómeno ideológico e de ciência política mais curioso da época presente foi a transformação do modelo comunista de Estado e sociedade em sistemas oligárquicos. Num, o chinês, foi feito com a continuada presença do partido comunista no poder. Noutro, na ex-URSS, foi concretizado em simultâneo com o desmantelamento do império colonial moscovita e transformação da Federação Russa numa “democracia” de partido quase único com a continuação do Kremlin a ser a alma diretora da República depois de tomada pelo tenente-coronel do KGB Akary Akakievitch Putin que entrou no palácio dos antigos czares com a mesma modesta insolência de um Vladimir Ilyitch Uliánov de cognome Lenine e depois do Ioseb Besarionis Dze Džuğashvili que utilizou o nome de Estaline para se eternizar na história.
Que os inquilinos principais da velha fortaleza do centro de Moscovo não tenham perdido nada da insolência patente nas fotos e do poder e vontade de esmagar à sua vontade o Povo não é de admirar. Foi sempre assim na velha e moderna Rússia. Só a fraqueza do Czar Nicolau II (Nikolái Alieksándrovich Románov) que não habitou a fortaleza é que fez cair a autocracia em 1917, então já semi-constitucional.
A presente transformação processou-se sem revolução, apenas uma pequena escaramuça em Moscovo com a presença de Ieltsin que, sem saber quem mandava, passou a ser ele a mandar e beber quanto vodka podia. Entretanto iniciou-se o processo de privatização da economia russa e os ministros oriundos do PCUS apoderaram-se de quanto puderam na base de uns títulos de propriedade distribuídos a toda a população que podiam ser trocados por ações sem que tivesse sido formado um registo oficial de propriedade.
Vem isto a propósito das próximas eleições presidenciais em que a vitória de Akakievitch Putin parece assegurada pela máquina burocrática do Estado com alguns competidores manobrados pelo Kremlin e muitas manifestações de protesto, já que o moderno Czar cumpriu dois mandatos e colocou no seu lugar o seu primeiro ministro Medvedew para poder agora voltar a candidatar-se a mais dois mandatos.
Um dos candidatos à presidência da Federação é um homem paradigmático da Rússia atual, Mikail Prochorov, alguém com um perfil semelhante ao do conhecido Abramovitch e tido como proprietário da segunda maior fortuna da Federação Russa avaliada nuns 20 mil milhões de euros. Mas, o notável é que enriqueceu de repente aos vinte e seis anos de idade depois de se ter formado em finanças e de ocupar alguns lugares importantes na qualidade de homem de confiança do então vice-primeiro ministro Vladimir Potanin que organizou a introdução do capitalismo e privatização da economia russa.
Prochorov foi catapultado para a administração do banco Uneximbank e de sociedade com o seu mentor organizou a privatização da gigantesca empresa ex-soviética Norilsk Nikel que explorava minas de níquel, ouro, prata, etc. na Sibéria, além de possuir muitas propriedade e outras empresas subsidiárias. Tal como nos tempos do Czar e nos do Comunismo, na Rússia quem manda é dono e assim os dois sócios tornaram-se proprietários da empresa, do Uneximbank e de outros bancos que adquiriram. Provavelmente utilizaram a tática muita bem descrita pela jornalista Anna Politkoskaya descrita no seu livro “A Rússia de Putin” que consistia em apresentar uns títulos de ações geralmente falsas ao juiz da comarca da sede da empresa que reconhecia como válidos e se o não fizesse aparecia morto à porta de casa. De resto, foi isso que acontece à jornalista Anna Politkovskaya.
A partir daí, Prochorov organizou a exploração mineira, vendendo a parte da empresa que não interessava e comprando navios de transporte finlandeses com proa reforçada sem serem verdadeiros quebra-gelos, mas que puderam transportar da Sibéria Árctica todo os valioso minério para os portos onde podia ser reexportado.
Os dois sócios acumularam uma fortuna imensa e dividiram-na para cada um ser oligarca à sua maneira. Aquilo dava para tudo. Prochorov, um homem de dois metros de altura e muito desportista, comprou tudo o que alguém podia sonhar ter; um avião a jato, um iate do tamanho de uma fragata, uma frota de carros de luxo e o importante clube de basebol americano “New Jersey Nets”. Pouco antes da crise tinha vendido 25% do seu conglomerado mineiro, pelo que na altura em que as ações caíram redondamente na própria Rússia, EUA e outros países, Prochorov estava com uma imensa liquidez que lhe permitiu fazer importantes aquisições em empresas internacionais de exploração mineira e em quase tudo o que lhe apareceu a preços de saldo.
Hoje, concorre oficialmente contra Akakievitch Putin, mas há quem acredite que se trata de um candidato forjado pois fundou recentemente uma empresa de nanotecnologias apoiada com dinheiros do Kremlin para explorar a investigação feita nesse campo por institutos públicos de ciência. Ou então, é uma emanação do ainda presidente Dmitri Anatoljewitsch Medwedev que, dizem as más línguas, queria permanecer no cargo de presidente, mas o ex-coronel do KGB não deixou. As sondagens não lhe dão mais de 5%, mas na Rússia ninguém sabe o que é uma verdadeira sondagem e, menos ainda, uma eleição mesmo democrática. Há uma linha de continuidade em todo o poder russo que vai da famigerada polícia política do Czar, a Okrana, ao KGB (Komitet gosudarstvennoi bezopasnosti, Comité de Segurança do Estado) dos últimos tempos do comunismo, passando pela Checa fundada por Lenine, transformada em GPU de Estaline e que hoje foi dividida em várias organizações como o Serviço de Segurança Federal, Serviço de Inteligência Estrangeira, Grupo Alfa Antiterror, Força Vympel e Guarda Fronteiriça. O especialista Akakievitch Putin não quer uma grande organização porque pode apresentar alguns perigos.
Noronha do Nascimento criticou o desrespeito pelos direitos adquiridos, referindo-se certamente aos cortes dos salários e reformas dos fp e reformados.
Sob o ponto de vista jurídico, o corte arbitrário foi um atentado ao Estado de Direito. O valor a obter, transformado em sobretaxa sobre o IRS aplicável a todas as pessoas e a todos os rendimentos já não seria um atentado aos referido os direitos adquiridos, dado que se pagam impostos sempre variáveis de ano para ano.
Recorde-se que este ano vamos pagar uma sobretaxa de 3,5% à coleta do IRS sobre os rendimento de 2011.
O Governo resolveu ROUBAR duas mensalidades a fp e reformados para convencer a troica de que reduziu a despesa do Estado e que não reduziu o défice à custa de receita. A troica só acredita nisso se for estúpida, porque o referido ROUBO não é uma redução estrutural de despesa, até pelo seu caráter transitório para dois anos.
E se o Estado não respeita direitos contratuais adquiridos de uns e não de outros está a transformar a nação numa selva. O mais forte deixa de pagar se lhe apetecer.
Não está em questão os necessários sacrifícios, mas sim a justiça dos mesmos. Não podemos aplicar situações gravosas a uns e não a outyros por causa de uma simples hipocrisia semântica.
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