Palavras de D. Januário Torgal Ferreira: “Depois de termos as pessoas que se for preciso dar uma sopa
dão, e muito bem, mas são incapazes de dizer que numa dada empresa os trabalhadores estão sem salário ou estão a ser despedidos. Temos de viver o
evangelho na cidade dos homens com o objetivo de a humanizar, não de a catolizar”.
D. Januário colocou o dedo em muitas feridas e em Portugal está tudo a andar para trás, o falhanço do governo e da troika é total.
Curiosamente, a Igreja Católica anda para trás com cada vez menos crentes, que não deveria acontecer em tempos de crise, antes pelo contrário. Está como os transportes públicos que deveriam ter mais afluência por a venda de carros e combustíveis ter diminuído
drasticamente, mas acontece o mesmo com o metro, CP, etc.
As contas públicas em austeridade revelaram-se muito mais negativas no primeiro trimestre de 2012 em comparação com o mesmo período do governo Sócrates.
O défice trimestral aumentou para 483 milhões de euros com as receitas do Estado a caírem e as despesas a aumentarem.
O governo cometeu a asneira de “nacionalizar” o fundo de pensões da banca e gastou 130 milhões de euros em reformas de bancários no primeiro trimestre e gastará mais de 520 milhões no ano completo.
A situação piorou emtodos os domínio com a paralisação dos projetos de energias renováveis e das obras do Parque Escolar e em estradas, etc. O TGV e o novo aeroporto foram à vida. A mortalidade quase duplicou; a ida às urgências hospitalares sofreu uma queda de 58.000 e as cirurgias nos dois primeiros meses do ano foram menos de mil e tal que nos dois meses de Sócrates por via da burla do ministro Macedo
que, recebendo uma parte importante dos quase 30% de TSU pagos pelas empresas e trabalhadores sobre os respetivos salários voltou a cobrar dinheiro nos atos médicos, afirmando que a gratuidade seria impossível como se os descontos salariais não fossem o pagamento para reformas e atos médicos do SNS.
O governo de direita ou, mesmo, extrema-direita quer, aconselhado pela direita europeia, desmantelar o Estado Social está também a quebrar a espinha a grande parte dos detentores do capital em Portugal. Berardo não tem como pagar as dívidas à CGD. Adquiriuações do BCP por 10 mil milhões de euros que só valem 35 milhões agora, ou 11 cêntimos. O mesmo se passa com quase toda a banca.
Para privatizar a TAP? O governo concedeu regalias extraordinárias à “low cost” Easyjet, a tenebrosa empresa de transporte aéreo que só quem viajou nela pode contar, mas é mais barata. Como, nestas condições, a TAP não vale quase nada com todos os seus “leasings” e dívidas, apesar do resultado operacional ser relativamente positivo, o governo quer juntar ao negócio a venda dos aeroportos nacionais, um típico espaço de soberania nacional.
Mas, há curiosidades inexplicáveis, o BPI diz que chegou a hora de privatizar a CGD, mas as suas ações estão a 40,7 cêntimos. O BES ficou-se nos 60 cêntimos e o BANIF desceu para 19 cêntimos, enquanto o BCP já está a 10,9 cêntimos. Com a bica a valer
mais que a maior parte das ações dos bancos e das financeiras (Cofina vale 0,36 euros), há banqueiros que querem a CGD privatizada. Só se for para os chineses adquirirem.
A desonestidade dos banqueiros é tal que o BANIF recomenda aos seus “papalvos” que comprem ações das renováveis no preciso momento em que o Governo trava todos os projetos de produção de eletricidade pela via das renováveis, eólicas e hídricas.
Falta honestidade no mercado português como falta dinheiro, espírito de iniciativa e uma linha de rumo político na economia. Os nabos Passos, Álvaro e Gaspar deveriam regressar à escola primária com o Nuno Crato, pois parece que ninguém sabe fazer contas e o Jornal de Negócios permite a um alemão Hans Werner Sinn escrever esta estupidez: “a esses países em crise que não querem assumir a carga de uma deflação, devia dar-se-lhe a oportunidade de abandonar temporariamente a Zona Euro, para desvalorizar os seus preços e dívidas”. Como é que se desvalorizam dívidas em euros, só obrigando os credores a aceitarem uma nova moeda desconhecida, o que obviamente ninguém vai querer. E deflação é o que estamos a
viver com o País cada vez mais parado.
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Dieter Dellinger
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