Foguete Rebelde que poderia ter sido utilizado com Sarin, mas nunca para destruir um bairro da periferia de Damasco.
O chamado gás Sarin é uma das armas mais insidiosas, cruéis e mortais que existem. Ao contrário do que é dito, não se trata de um gás, mas de um líquido lançado sob a forma de aerossol ou vapor em que uns poucos mililitros na pele podem provocar a morte dentro de meia a uma hora, porque as suas moléculas organofosforadas (NOP) penetram na circulação sanguínea e ao atingirem os neurónios bloqueiam uma enzima que degrada a acetilcolina, provocando uma saturação de ligações nervosas e comandos de órgãos com um caos que evita o funcionamento correto do coração, pulmão, etc. Nos casos de inalação ou ação sobre a vista, a morte decorre no espaço de alguns minutos apenas.
O aerossol é insidioso porque é invisível, inodoro e incolor. Ninguém o vê e pode ser lançado na ogiva de foguetões muito simples como os “Katiuchas” russos da II. Guerra Mundial ou até outros mais pequenos lançados a partir de camiões e carrinhas que podem ser escondidas em qualquer garagem. Fundamentalmente é uma arma contra civis impreparados porque os militares podem utilizar máscaras e cobrir a pele com cremes especiais que absorvem as moléculas do Sarin sem as deixar penetrar na pele. Os israelitas possuem esses cremes e até antídotos medicamentosos sob a forma de enzimas que capturam as moléculas no sangue e de outros antídotos reativadores da colinesterease.
Não é fácil detetar o Sarin nas vítimas, salvo quando as concentrações foram muito grandes.
Por isso, quem utiliza o gás Sarin não necessita de bases suscetíveis de serem atacadas e o governo Sírio pode utilizá-lo à vontade contra a população maioritária sunita da Síria a quem o ditador dinástico Bachar el-Assad trava a guerra há dois anos e sabe que a sua minoria alauita já cometeu crimes em demasia para não ser vítima de um massacre total por parte dos sunitas. Uma coisa é certa, a posição tática mais importante dos rebeldes é precisamente o bairro periférico de Damasco de onde podem lançar uma ofensiva contra o palácio presidencial, os ministérios e as televisões, pelo que não é crível que tenham bombardeado essa sua posição habitada por sunitas que lhes são favoráveis.
Os americanos não querem intervir com tropas no terreno na Síria dado não pretenderem repetir as más experiências do Iraque e do Afeganistão. Podem é lançar um golpe contra as bases aéreas sírias, bombardeando instalações de radar e anti-mísseis com os Tomahawks” que voam a baixa altitude e quase não podem ser abatidos nem detetados a tempo e depois intervêm com forças aéreas constituídas por aviões europeus e americanos todos muito superiores a tudo o que a Síria que pretende ter muitos aviões, mas velhos e com fraca manutenção. Veja-se como alguns já bem antigos F-16 israelitas destruíram num ápice umas instalações no deserto onde foram colocados materiais radioativos vindos da Coreia do Norte. O ditador nem protestou com a vergonha de ter sido apanhado sem qualquer resposta.
Sem força aérea, seria difícil ao ditador resistir ao Exército de Libertação da Síria que pode receber mais armas e máscaras antigás e fardas e cremes protetores, além dos referidos antídotos.
Para Bachar el-Assad não há solução, a não ser negociar uma rendição em que as vidas da sua minoria étnica sejam devidamente garantidas, incluindo os cristãos que têm estado com o ditador.
Crianças sunitas mortas pelo gás Sarin.
Os relatos que nos chegam da China pobre e largamente maioritária fazem-nos lembrar os livros de Pearl Buck. Apesar das estatísticas financeiras e de exportação, nada mudou nos 65 anos de domínio absoluto da ditadura do Partido Comunista.
Antes, já matavam os nascituros femininos, mas, talvez, na não escala atual, faziam encolher os pés das meninas porque achavam que isso as tornavam mais prezáveis. Hoje, nada valoriza o sexo feminino. A política comunista de filho único levou a uma espécie de eutanásia de sexos. Mais de vinte por cento dos fetos avançados femininos são abortados ou os nascituros sem pilinha mortos logo após o parto. Como a lei atual já autoriza o segundo filho, aqueles casais que tinha uma filha do primeiro parto ao terem uma segunda liquidam-na mesmo, nascendo a nível de segunda criança 190 rapazes para 100 raparigas. As famílias acham que criar e educar uma filha é fornecer algo a outra família, esquecendo que trocam uma filha por uma nora. Mas, tal como noutros continentes, as mães nunca apreciam muito as noras, querem os rapazes só para elas. Claro, em Portugal e na Europa evoluiu-se muito nesse aspeto, havendo mais consideração por noras e genros e há a mais completa igualdade de géneros.
O resultado na China é que a imensa massa dos jovens pobres não consegue casar e a falta de raparigas não fez aumentar o estatuto da mulher, antes pelo contrário, tornou-a ainda mais mercadoria. Os aldeões pobres que são mais de mil milhões vendem as jovens de 16 anos à nascente classe média das cidades do litoral que também luta com o mesmo problema. O trabalhador que vai para as grandes cidades construir os imensos arranha-céus, pontes e linhas de comboios de alta velocidade a troco de salários miseráveis não têm possibilidade de se casarem nem de conhecerem sexualmente uma pessoa do sexo oposto.
Os velhos oligarcas, milionários ou simplesmente ricos e os grandes do Partido podem dar-se ao luxo de terem não uma mulher, mas várias e adquirirem o que há de melhor no mercado para os filhos. Por outro lado, é crescente o rapto de jovens adolescentes nas aldeias para “casarem” com machos mais abastados ou para irem para a prostituição, dado que o governo chinês não permite a importação de trabalhadoras filipinas e tailandesas.
A questão pode vir a tornar a China num barril de pólvora porque o desejo sexual depois de politizado é incontrolável. Poucas pessoas sabem que muita da revolta árabe tem a ver com a falta de raparigas para os jovens sem emprego que deambulam nas cidades sem trabalho e dinheiro; dormem nas casas paternas em corredores ou entradas em camas de abrir ou sacos-cama.
Na China há trabalho, mas pouco dinheiro para a imensa maioria dos jovens trabalhadores que também não têm acesso a uma educação conveniente. Com uma classe mediana de 200 a 300 milhões de pessoas, a China tem os engenheiros e técnicos que os monopólios ocidentais necessitam para fabricarem o portátil em que escrevo e muita coisa mais. De resto, uma única fábrica, a Foxcom, com mais de um milhão de trabalhadores fabrica quase todos os portáteis do Mundo, qualquer que seja a sua marca.
Na Índia sucede um pouco o mesmo e daí uma rapariga não poder andar sozinha à noite nas ruas ou acompanhadas por apenas um membro do sexo masculino; são violadas em autocarros e em tudo quanto é sítio. As famílias adquirem por vezes uma jovem aldeã para servir todos os rapazes lá de casa, dado que nunca houve limitação de nascimentos na Índia, mas o macho é predominantemente o nascituro que se safa à pena de morte por pertencer ao género feminino.
A mudança das mentalidades para uma liberdade de ter filhos na China, Índia e outros países asiáticos pode conduzir a uma explosão demográfica de consequências imprevisíveis, apesar das famílias estarem já mentalizadas para terem menos filhos.
Na China, sem a liquidação dos nascituros femininos, a população teria crescido em mais uns 600 milhões de indivíduos nos últimos 30 anos e teria agora uns 2 mil milhões de habitantes, cujo trabalho o Ocidente não seria capaz de absorver na íntegra e a terem um nível de vida mais razoável levavam o país ao completo colapso ecológico.
A revolução e guerra por falta de sexo está a caminho na China e não devemos esquecer que o problema é igualmente sentido pelos militares e polícias e até pelos militantes e quadros mais baixos do Partido Comunista.
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