Não posso deixar de elogiar a extraordinária decisão do PR Marcelo Rebelo de Sousa de convidar o governador do BCE, Mário Draghi, e o Carlos Costa para participarem no primeiro Conselho de Estado do PR, naturalmente para discutir em primeiro lugar a dívida portuguesa.
Os problemas financeiros do País só podem ser resolvidos e reestruturada a dívida com negociações e a falar com o agente principal das finanças europeias, o BCE.
Dá a impressão que Marcelo já fez mais em poucas semanas mais que Cavaco em dez anos.
A falar e a negociar é que os países e instituições se podem entender e encontrar soluções. Nada será conseguido à pancada ou com a decisão de não pagar as dívidas.
No Eurogrupo nada se resolve porque que falam 28 países a defenderem os seus interesses mesquinhos que só podem levar à destruição da Europa como está a acontecer.
O BCE é uma instituição independente e tem uma grande importância na banca dos países do euro como cedente de liquidez e comprador de dívidas públicas e privadas detidas pela banca, pelo que a solução virá daí.
Para este ano, Portugal já tem dois terços do financiamento necessário, tanto em termos de juros como em dívida a reembolsar, nomeadamente ao FMI. Com o dinheiro angariado ontem (23-03-16) no montante de 1.007 milhões em títulos a 5 e 14 anos a 2,928%, bem menos que os quase 4% de Fevereiro e mais alguns empréstimos será possível cumprir as metas do Governo.
O objetivo do Governo (IGCP) é terminar este ano com um depósito de 6,5 mil milhões, pelo que terá de angariar ainda 14,1 mil milhões que parece possível, mas não muito fácil.
O Estado português terá de amortizar mais de 6 mil milhões de euros e vai inaugurar aquilo que a banca capitalista nunca quis que é colocar no retalho diretamente as inovadoras OTRV (Obrigações de Retalho de Renda Variável) a vencer um determinado juro acima da taxa de inflação e a prazos diversos. Deste modo, o público pode colocar as suas poupanças numa obrigação garantida com um juro que subirá se regressarmos a uma inflação superior à atual que é de 0,4%.
Em economia só há duas certezas: aquilo que baixou muito vai subir e aquilo que subiu muito vai baixar. Ninguém sabe quando se verificará a inflexão destes movimentos e qual a sua velocidade..
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