Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
O Estado português devolveu dez mil milhões de euros do empréstimo do Fundo em 2017. Mas a dívida portuguesa junto deste credor caiu no ano passado mais de 11 mil milhões de euros.
No final de dezembro de 2016, Portugal devia ao FMI cerca de 17.300 milhões de euros. Entretanto, amortizou um total de 10.013 milhões de euros em várias tranches realizadas ao longo de 2017. Aparentemente, o país deveria ter chegado ao final do ano passado a dever cerca 7.300 milhões de euros à instituição. Mas não: no dia 31 de dezembro de 2017, a dívida era de pouco mais de 6.200 milhões de euros.
Esta diferença de mais de mil milhões de euros explica-se pela desvalorização do dólar e do yuan, já que a unidade de moeda do FMI denominada "Direito de Saque Especial" é calculada a partir de cinco moedas - dólar, euro, iene, libra e yuan - cada uma em diferentes percentagens, ocupando o dólar a parte mais importanjte, pelo que foi a desvalorização da moeda americana que fez baixar a dívida ao FMI em cerca de mil milhões de euros.
No dia 31 de dezembro de 2016, cada Direito Especial de Saque valia 1,2859 euros. Um ano volvido, passou a valer apenas 1,18747 euros, traduzindo uma depreciação de 7,6%. Feitas as contas, cada SDR passou a ficar dez cêntimos de euros mais barato. Um euro passou a comprar mais SDR.
Contudo a dívida ao FMI vence juros muito altos, pelo que o pagamento ao FMI com empréstimos recentes foi uma espécie de reestruturação da dívida, já que o Estado viu a sua dívida mais recente reduzida em quase 4%.
A dívida ao FMI era a mais longa para ser paga, pelo que ao reduzi-la, Mário Centeno trabalhou verdadeiramente para o FUTURO.
Por isso, a Maria Albuquerque que era especialista em dívida pública, dirigindo o respetivo serviço nos tempos de Sócrates e do Governo Coelho está calada. Ela não faria melhor e não tomaria melhores decisões que Mário Centeno.