Quem vai fazer o estudo de impacto ambiental é a própria Vinci (ANA) que já fez um que foi chumbado.
Um amigo que é administrador da ANA disse-me que a Vinci está preocupada em ressarcir-se dos 3 mil milhões de euros investidos no monopólio das concessões aeroportuárias em Portugal, até porque tem um "cashflow" muito baixo da ordem dos 200 milhões de euros e está a investir muito no aeroporto Sá Carneiro, cuja capacidade atual é equivalente à que iria ter o aeroporto de Montijo. Além disso, as ações da Vinci SA caíram 15,87% no ano passado.
António Costa disse que se o estudo de impacto ambiental for chumbado não haverá aeroporto complementar em Montijo nem Plano B. Na verdade, o PSD amarrou a Pátria à Vinci por 50 anos, pelo que ninguém de fora pode assumir o compromisso de investir num aeroporto novo.
A meu ver, a Vinci quer apenas alargar o Aeroporto Humberto Delgado para chegar dos atuais 29 milhões de passageiros aos quase 49 milhões com utilização durante a madrugada - 20 horas diárias - que é algo que a CML não quer.
A Vinci não quer investir mais de mil milhões de euros em Montijo e o Estado não está para isso.
Contudo, um aeroporto em Montijo aumentará os lucros do grupo Vinci que é proprietário de 40% do monopólio Lusoponte das duas travessias do Tejo, principalmente da Ponte Vasco da Gama que foi construída para mais de 130 mil carros por dia e ronda atualmente metade desse número.
O PSD fez contratos inimagináveis com a Vinci e a Ascendi francesa das autoestradas que detém 41% da Lusoponte. Assim, a Lusoponte só é responsável pelo piso dos tabuleiros e não pelas infraestruturas, mas mete ao bolso todo o valor das portagens. Sérgio Monteiro do PSD até contratualizou com as duas francesas da Lusoponte que o Estado se encarregaria de cobrir qualquer alteração dos impostos a pagar pela Lusoponte como o IRC e IVA.
É curioso como o Anibal deu a construção da Ponte Vasco da Gama a uma empresa inglesa de vão de escada pertença da sua amiga Tatcher e do marido e que foi acusada pelos tabloides de ser um escritório de comissões corruptas a receber, encaixar e pagar aos clientes de material de guerra inglês e de grandes contratos.
Logo que ganhou o concurso, essa empresa fechou as portas depois de passar a construção a um consórcio em que a Vinci Highways SAS detinha a direção da obra e escolha dos construtores especializados e acabou por ser a segunda maior acionista das duas pontes sobre o Tejo.
A Vinci gostaria que o segundo aeroporto fosse feito como a Ponte Vasco da Gama que custou o equivalente a 897 milhões de euros, dos quais 319 milhões vieram do Fundo de Coesão da União Europeia, 299 milhões de um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos e 50 milhões deveriam ter origem nas receitas da Ponte 25 de Abril que há muitos anos passou dos 40 milhões por ano sem encargos.
Enfim, a generosidade do Anibal Silva não tinha limites.
Foto: Aeroporto Humberto Delgado como quer a Vinci
Caros Amigos,
Tenho estado arredado deste interessante blog por uma razão muito simples. Também eu estou a fazer um estudo aeroportuário de Lisboa para ser apresentado pelo PS Lumiar. Claro, não pergunto a ninguém se está de acordo, pois também os estudos anteriores não foram realizados com o acordo total daqueles que dizem ter realizado os ditos cujos.
Temos já vários estudos, mas faltava o meu: O PORTELA + LUMIAR ou, praticamente, PORTELA + O, que será, indubitavelmente, o mais barato de todos. O governo Sócrates vai poupar mais de 6 mil milhões de euros com o meu projecto.
Recordemos primeiro os estudos que estão na mesa:
1) Estudo Marcelo Caetano, também conhecido pelo da Herdade de Rio Frio.
2) Estudo do PSD I com Durão e Santana, também conhecido pelo da Ota adoptado pelo PS-Sócrates e rejeitado pelo PSD II (Marques Mendes), nada se sabendo ainda sobre o que quer o PSD III (Menezes).
3) Estudo da Ninita Espírito Santo, também conhecido pelo da CIP (sem as empresas de construção civil, claro) ou Van Zeller-Alcochete com o financiamento da grande “industrial” da Av. da Liberdade. A Ninita vive entre Azeitão e Lousanne e lá na Suíça não consegue convencer os teimosos suíços a fazerem um aeroporto à porta da sua mansão em Lousanne pelo que sofre com o problema de se deslocar continuamente a Genebra. Aqui não, ela deu um “pourboire” ao Van Zeller e este repartiu com dois professores do IST, aqueles que criaram aqueles gigantescas caixas negras que se vêem de longe e são de uma “beleza arquitectónica invulgar”. Os professores de arquitectura dão aos seus alunos o exemplo dos dois matacões como aquilo que não deve nunca ser feito em arquitectura e urbanismo. Mas, com o “pourboire” (gorjeta em português vernáculo) o Van Zeller que vive de uma reforma baixa do emprego na empresa de sucatas americana Ferro ficou encantado e organizou o estudo que elegeu Alcochete como o melhor local para o aeroporto porque, sem dúvida, é o que está mais perto da casa da Ninita em Azeitão.
4) O Portas que é doido por dinheiro, como se sabe daquela história dos submarinos em que a Ninita também comeu, mas foi lá na sucursal em Londres, resolveu convencer as sapatarias do Porto a adiantarem algum para um estudo de um aeroporto também para a Ninita e escolheu o Montijo que fica ainda mais próximo da Vila Nogueira de Azeitão. Então o gajo ia deixar a Ninita financiar o Zeller e o PSD-Marques Mendes, estando agora o PSD-Menezes à espera do que lhe toca, pois parece que o Mendes se foi com o malão com as notas da Ninita. O Portas não sabe se a Ninita voa em “low costs”, mas aquilo vai servir também para os jactos privados da não sei quantos Jet que transporta o pessoal da massa com os malões e tudo.
Não sei se o meu estudo meu estudo Portela + Lumiar é o quinto, mas é capaz de não ser por haver mais alguns aí. Um gajo qualquer até falou em Beja para o aeroporto não sei de quê. Já não me lembro se foi o Monteiro ou outro gajo qualquer.
Fundamentalmente proponho uma pista para os “low cost” sobre a Avenida Santos e Castro e uma gare de passageiros instalada no local dos autocarros da Carris. Aquilo é só tirar os laranjas e aproveitar o refeitório para os balcões de “check-in” e pronto. Não se gasta quase dinheiro nenhum e, talvez, o Stanley Ho ainda entre com algum pois vai enriquecer a Alta de Lisboa. A malta fica com o aeroporto à porta de casa. Eu até posso sair a pé a puxar a maleta de rodinhas e num instante estou nos “low cost” rodeados de chinocas que vão para Xangai com as malas cheias dos euros que sacaram aos portugas a vender sapatos de plástico a fingir cabedal. Os gajos vão para Frankfurt apanhar um A 340 da China Airlines.
Descolamos lado a lado nas duas pistas com os chinocas de um e do outro avião muito pertinhos uns dos outros a sorrirem e a fazer sinalecas, todos contentes com os nossos euros que não desvalorizam como os dólares do senhor Bush.
Então não é porreira esta ideia. Vou mandar encadernar uns desenhos CAD e um texto para entregar ao engenheiro Lino para enviar ao LNEC. Pázinhos, o PS Lumiar vai ganhar a partida e o OE não fica sobrecarregado. Chegamos às eleições com défice ZERO ou superavit como em Espanha.
O Aeroporto de Portela registou em 2006 as seguintes estatísticas:
Aviões Movimentados: 132.456 (+6,7% que 2005)
Passageiros: 12.314.310 (+9,6%)
Nos dois primeiros meses deste ano, os movimentos aumentaram em 9,1% e os passageiros em 11,0%.
Admite-se que no mínimo, o número de passageiros suba este ano para ca. de 13.500.000.
Isto em anos de fraco crescimento económico e baixo consumo, pois o movimento de carga aérea (não bagagem) manteve-se quase estável com crescimentos de 0,2% apenas.
A utilização das instalações militares de Figo Maduro está prevista para muito antes de 2017 a 2020 em que estará concluído um aeroporto para mais de 17 milhões de passageiros, o qual deverá atingir os 47 milhões de 2045 a 2050.
Já agora foi construída uma nova gare de embarque e desembarque na Portela para os voos nacionais, devendo os "low cost" ir para Figo Maduro. Mas, nada disto resolve o problema para além de 2017 a 2020.
Toda a gente fala na situação actual ou dos próximos cinco a sete anos. O governo Sócrates faz como faria qualquer governo sério e competente, planeia para daqui a mais de vinte anos, sabendo que um novo aeroporto vai levar uns dez anos a construir.
O que se trata hoje é de saber se Portela dá para daqui a dez anos, ou seja, para 17 a 22 milhões de passageiros e isso todos os especialistas dizem NÃO. Com remendos, Portela dará para 13,5 a 14 milhões de passageiros.
Os estudos foram feitos e vão ser apresentados na AR, mas o que interessa verdadeiramente é saber quem vai concorrer e que condições vão aparecer os candidatos à construção e exploração e quantos.
Não acredito que os consórcios que se candidatem vão querer as opções mais caras, logo insusceptíveis de proporcionarem mais lucros.
De resto, a única revista especializada em aviação civil, a "Sirius" é favorável à OTA e é dela que retiro os meus conhecimentos. Sendo uma revista propriedade da Associação dos Pilotos Portugueses de Linhas Aéreas é óbvio que retrata as melhores posições técnicas que são as dos pilotos que diariamente utilizam o Aeroporto de Portela.
A deslocação para OTA será, sem dúvida, um incómodo para a grande maioria dos pilotos que devem habitar em Lisboa e, principalmente, a linha de Cascais. Não vivem nos bairros baratos de Alhandra, Vila Franca, Azambuja, Alenquer, etc.
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