Há dias, o Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos, presidente do C. A. do grupo merceeiro Jerónimo Martins deu uma entrevista à televisão e mostrou a sua preocupação com a situação atual do País, dizendo que muitos dos seus funcionários passam fome e alguns roubam para comer.
É evidente que passam fome porque são mal pagos, provavelmente pelo ordenado mínimo ou quase e se um dos cônjuges entrou no desemprego, a situação torna-se dramática para a família em causa.
Contudo, o Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos recebeu de remuneração como administrador em 2010 a módica quantia de 1.131.940 euros. Em pleno ano de crise teve um aumento de 98 mil euros ao mesmo tempos que o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, os Ministros e os quadros do Estado e todos os funcionários com vencimentos superiores a 1.500 euros viram os seus rendimentos diminuírem.
Os outros dois administradores da Jerónimo Martins foram aumentados em 100 mil euros no decurso de 2010, tendo recebido de ordenados de um pouco mais de 700 mil euros.
Para além disso, o Sr. Elísio Soares dos Santos e outros familiares vão receber uns chorudos dividendos de mais alguns milhões de euros, pois são grandes acionistas do grupo que herdaram de pais e avós, além do que recebem da Polónia que vai certamente para um offshore qualquer.
É fantástico que oligarcas portugueses venham com preocupações sociais sem a mais pequena noção das responsabilidades que têm. Querem que sejam as numerosas pequenas classes médias a pagarem tudo, enquanto que os oligarcas que ganham muitos milhões por ano não se sentem obrigados a fazer qualquer coisa. E como merceeiros que são nada fabricam e vivem daquilo que o povo gasta para comer cada vez mais mal, explorando largamente os agricultores nacionais. Sim, o grupo JM compra alfaces aos agricultores a 10 cêntimos para as vender a um euro. E não importa alfaces ou couves porque se estragam rapidamente no caminho.
O Elísio devia ter vergonha na cara ao dar aquela entrevista e devia ter dito quantas vezes ganha mais que o primeiro-ministro José Sócrates e que deve ser umas trinta vezes mais, sabendo-se ainda que se trata de um lugar a prazo ao contrários dos oligacarcas que têm emprego e posição vitalícia e herdável.
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