Cavaco foi pessimista e esquecido ao falar de uma situação insustentável em Portugal no âmbito de uma crise económica mundial.
Fundamentalmente, Cavaco esqueceu-se dos dados económicos dos seus governos entre 1985 e 1995, os quais decorreram num período de ausência de crise económica europeia e mundial com a simultânea entrada de imensas verbas da União Europeia. Não há qualquer paralelo entre os dez anos cavaquistas e a situação actual, tanto a nível de país como do mundo em geral.
Assim, vejamos:
Entre 1985 e 1990 o défice das contas públicas foi em média -6,54% do PIB e entre 1990 e 1995 de -5,7%. Cavaco nunca teve um saldo positivo, apesar dos dinheiros da então CE/CEE.
No primeiro dos referidos períodos, o saldo da balança comercial portuguesa foi em média de -10,1% e no segundo de -9,7%.
As taxas de juro nominais foram em média de 18,7% no primeiro quinquénio cavaquista e de 14,5% no segundo e os juros da dívida pública foram de 7,8% no primeiro período e de 6,8% no segundo.
A inflação média anual foi de 12,7% nos primeiros cinco anos e de 7,3% nos segundos.
A dívida pública foi de 70,5% do Pib em 1990 e de 68% em 1995.
O desemprego foi de 6,5% nos primeiros cinco anos e de 5,45% nos segundos, apesar de nessa época, o crescimento europeu era pujante e, como tal, a emigração de portugueses para os países europeus continuava a um ritmo ligeiramente mais brando que nas décadas de sessenta e setenta.
Salientemos de que desde 1960 até 1995 emigraram mais de 2,5 milhões de portugueses, sem que os salários tenham crescido desmesuradamente perante tal saída de pessoas, quantitativamente única na história de Portugal. Antes pelo contrário, os custos salariais representaram 11,7% do Pib no primeiro quinquénio cavaquista e 8,5% no segundo.
A emigração correspondeu de facto a desemprego interno pois as pessoas saíam porque não havia trabalho no país e, mesmo assim, o desemprego não desceu abaixo dos 5,45%.
Depois de 1995 e, principalmente, a partir de 2001/2002 verificámos o contrário, ou seja, a vinda para Portugal de mais de meio milhão de estrangeiros.
Em síntese, numa situação imensamente melhor, Cavaco não apresentou em dez anos de governo números muito melhores que os actuais e o País não morreu como não vai morrer agora. Morrer pode o Cavaco, mas nunca a PÁTRIA de todos os PORTUGUESES.
Os dados cavaquistas foram retirados da revista “Cadernos de Economia” – órgão da Ordem dos Economistas – de Jan/Mar de 1995 em artigo de Clara Synek nas páginas 10 a 16.
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