O inimigo azul (MRSA) ao ataque aos leucócitos
A esquizofrenia dos défices e das dívidas públicas sem emissão de moeda associada à fúria na redução das despesas médicas é suscetível de causar graves prejuízos à Humanidade num futuro não muito distante, principalmente porque os produtores de carnes avícolas, porcinas e outras utilizam na União Europeia quase cinco mil toneladas de antibióticos comuns por ano para evitar doenças nos animais produzidos em espaços muito limitados e fazê-los crescer mais rapidamente.
Esses antibióticos estão a dar origem a uma vasta flora bacteriana resistente aos antibióticos ao mesmo tempo que os genéricos reduziram quase a zero a pesquisa médico-farmacêutica que é caríssima e leva, por vezes, mais anos a realizar um novo antibiótico do que dura a sua patente. Os governos querem poupar em tudo, incluindo nas inspeções veterinárias feitas aos produtores. Atualmente, apenas quatro empresas multinacionais farmacêuticas dedicam-se à pesquisa de novos antibióticos, preferindo todas as outras os medicamente contra as doenças crónicas utilizados ao longo de anos como aqueles que combatem a tensão elevada, o colesterol, as restantes patologias cardíacas, o diabetes, o refluxo gastro-esofágico, etc. Alguns novos antibióticos são extremamente caros e apenas fornecidos a hospitais para evitar o uso indevido e o aparecimento de bactérias mutantes com resistência a esses seus novos inimigos. No entender do ministro Macedo do Tribunal de Contas devem fazer parte dos 800 milhões de euros de desperdício.
Assim, estão a espalhar-se pelo Mundo dois tipos de bactérias altamente resistentes a todos os antibióticos conhecidos que causaram já numerosas mortes, são as ca-MRSA “comunity acquired methicilin resistant staphylococus aureus”, e a ha-MRSA de “hospital acquired” . As primeiras começam a abundar em balneários que utilizam águas quentes, escolas, cabeleireiros, lares de idosos, cozinhas sociais e comunitárias, etc. e as segundas, mais perigosas, invadem já os hospitais. Contra essas bactérias, o mais poderoso antibiótico conhecido, a meticilina, não tem efeito, antes pelo contrário, ao liquidar as outras bactérias proporciona às MRSA um maior espaço de expansão na corrente sanguínea para onde podem passar por via de feridas, intervenções cirúrgicas simples e infetar os mais diversos órgãos humanos. Na pele podem provocar infeções enormes desde que entrem em contato com áreas desprotegidas pela flora bacteriana normal da epiderme. Segundo a revista médica “Lancet”, as muitas estirpes de bactérias resistentes a vários antibióticos representam já na Europa quase 28% das bactérias que os humanos e animais trazem em si. As MRSA não são perigosas no estômago ou intestino, a não ser que hajam úlceras ou aberturas anormais à corrente sanguínea. Na comida bem cozinhada, essas e outras bactérias morrem, mas podem ter infetado legumes que são ingeridos em cru.
As bactérias das estirpes MRSA produzem peptídeos que destroem com sucesso as membranas celulares dos leucócitos (neutrófilos) do sistema imunológico, causando a morte de pessoas de todas as idades porque, ao contrário do vírus da sida, o seu caráter invasivo no sangue é muito rápido.
Calcula-se que 1 a 2% dos habitantes do Planeta são já portadores dessas bactérias sem terem invadido a corrente sanguínea, estando mais concentradas nuns países do que outros, parecendo que mais de 200 milhões de indianos são portadores da bactéria devido à falta de higiene e à existência de uma vasta população rural que está em contato com animais e estrumes.
Enfim, a desgovernação da Europa pode produzir catástrofes imensas no futuro porque se entende cada vez que governar é empobrecer a sociedade e, como tal, reduzir todos meios médicos e científicos ao dispor dos seres humanos, evitando que estes evoluam para tratar situações novas. Quem tem saúde e é ainda jovem, mesmo que relativamente, julga-se eterno e vê num Serviço Nacional de Saúde um desperdício enorme e se o Estado fizesse investigação científica no campo das ciências médicas ainda seria considerado mais desperdício pelos contabilistas da morte como o Macedo, a Manuela F. Leite e o António Barreto para citar outros nomes. Claro, numa Europa dita unida com 501 milhões de habitantes há que deviam existir organismos comuns de investigação científica em todos os domínios e um esforço de desenvolvimento comum.
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