Ouvi no “Prós e Contras” o economista César das Neves dizer que o Papa é o Cristo na Terra. Não, isso não é verdade, um homem com sapatos vermelhos Prada a viver num luxuoso palácio e orar numa basílica com as melhores pinturas da época está nos antípodas de Jesus Cristo. O cristianismo devia ter sido a Igreja dos pobres bem-aventurados e não foi por acaso que Cristo exaltou a pobreza simples e criticou duramente a riqueza com a célebre frase: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus”. De alguma maneira, Cristo fundou o socialismo e deixou por mais de dois milénios as ideias da solidariedade e igualdade entre os homens, apesar de que vai um oceano entre a teoria e a prática. Recordo que os jesuítas e cristãos foram chacinados no Japão no Século XVI porque os missionários esqueceram-se de explicar aos senhores feudais que isso de igualdade era mais para os céus do que para terra.
O Papa Bento XVI viu Deus como o resultado da razão humana, colocando a fé como uma verdade quase científica quando não se pode provar em termos científicos a sua existência nem a sua não existência. Deus é uma ideia a que se dá crédito ou não e produz a fé. Outra coisa é o chamado Deus guia dos atos humanos, o sempre repetido “Se Deus quiser”. Quando li pela primeira vez a história da Batalha de Verdun disse para comigo que o Deus guia não podia deixar que se cometessem tais massacres entre cristãos ou outras pessoas e escrevi o meu conto “A Morte de Cristo em Verdun” que está no blog “Contos e Novelas de Dieter Dellinger” e que deu o título a um livro de contos. Nessa pequena novela salientei o papel dos capelães dos dois exércitos. Mas, de massacres está a História humana cheia até ao dia de hoje em que rebentou uma bomba num mercado de uma cidade paquistanesa, matando um grande número de pessoas. E amanhã qual será o massacre; em Bagdad, na Líbia, no Afeganistão, etc. Isto para muitos nada tem a ver com o Catolicismo, mas o crente cristão acredita num Deus de todos os homens e que os guia sem conseguir uma explicação para tantas malfeitorias. Veja-se a democracia cristã alemã, liderada por essa filha de um pastor empenhada em levar toda a Europa para a ruína devido a um excesso de egoísmo e cupidez alemã e, principalmente, porque os democratas-cristãos alemães colocaram o dinheiro e, em particular, o Euro no lugar de Deus. Qualquer desvalorização desse deus da democracia cristã é o maior dos sacrilégios, mesmo que seja para reduzir o profundo sofrimento de mais de 30 milhões de desempregados. Saliente-se que o setor mais reacionário e cúpido da democracia cristã alemã é o bávaro que tem a lata de se auto-denominar "União Cristã Social".
A Igreja Católica está cheia de grupos humanos contraditórios; franciscanos, dominicanos e outros puros com alguns impuros à mistura e grupos que fazem do dinheiro um segundo deus, por ventura por cima do Deus verdadeiro que deveriam acreditar. É o pessoal da “Opus Dei” com o seu mais conhecido militante, o Eng. Jardim Gonçalves, homem de uma cupidez insuscetível de ser narrada que só podia estar na organização fundada pelo Marquês Escriva de Balaguer, um verdadeiro fascista franquista que quis organizar uma intelectualidade católica para combater o pensamento marxista e socialista quando este até deriva dos princípios básicos do cristianismo.
Por isso aconselho a todos os crentes. Adorai Deus, mas NÃO coloquem o dinheiro a seu lado. O vil metal serve para o essencial e não para acumular fortunas imensas. Numa sociedade verdadeiramente cristã, as grandes empresas não deveriam ser fortunas resultantes da cupidez humana, mas sim propriedade de todos através do Estado.
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