Acabei de ouvir o Medina Carreira lamentar-se que o PS não esteve de acordo com os cortes de despesas necessárias e citou que as pensões custam 25 mil milhões, esquecendo-se de dizer que para os 3,5 milhões de reformados dá 510 euros mensais em 14 meses. As pensões médias e elevadas já levaram um importante corte por via da taxa de solidariedade que chega aos 40%, pelo que os cortes previstos são nas pensões baixas. Também os ordenados da Função Pública também sofreram esses cortes, mas parece que há o escândalo de os juízes não terem sofrido cortes, principalmente nas verbas nem sempre necessárias para aluguer de casa.
Os ordenados da Função Pública, segundo Medina, são de 17 mil milhões de euros, o que é exagerado. O valor atual está bem mais baixo, dado que em média a função pública aufere de uns 1.200 euros mensais, contando com um número muito elevado de pessoas com formação académica.
Segundo Medina, as despesas sociais estão em 38 mil milhões de euros e aí está todo o problema porque as restantes despesas são mínimas, incluindo os juros de 8 mil milhões. Por isso, para ele, direita, as reformas estruturais são apenas cortes no social.
Medina diz ainda que o PS não quer mexer nas despesas sociais quando elas têm sido bem mexidas nos últimos tempos com o contratempo do aumento enorme no desemprego.
Medina mostrou um gráfico em que apresenta um aumento de 52% nas despesas sociais desde 2000 a 2012, esquecendo que aumenta em cada ano o número de pessoas a reformarem-se com os 40 anos de carreira contributiva e 65 ou mais anos. Além disso, também aumenta o número de pessoas que descontaram sobre os seus salários reais, pelo que, de futuro, o peso das reformas tende a aumentar, apesar de uma certa redução salarial que se verifica agora.
No fundo, Medina e um tal prof. Avelino defendem o aumento da taxa de pobreza dos atuais 19 a 20% para os 45%. Só que entramos no título deste programa, “imbróglio financeiro”, dado que com 45% de pobres, as receitas do Estado sofrerão uma queda brutal e o resultado em termos de défice pode ser ainda pior.
O cálculo das novas pensões estão sujeitas a uma fórmula que tem em conta a esperança de vida, a qual, curiosamente, nesta crise não está a aumentar. Entre as despesas sociais é óbvio que o Estado está a poupar algo com os abonos de família dada a queda da natalidade, o que pode eventualmente ter algumas consequências futuras se não considerarmos o aumento da produtividade proporcionado pela informática, organização de todo o tipo de trabalho com o utente e consumidor a fazer uma parte do trabalho dos fornecedores e do Estado.
O Governo não está interessado em aumentar a produção. Agora vai aplicar um novo imposto sobre a produção de energia elétrica que se traduzirá no seu preço e esta é fundamental nos custos da produção das empresas de fabricos e fornecimento de serviços. O exemplo da Grécia que reduziu o IVA da restauração e hotelaria de 23 para 13% não foi considerado pelos dois reacionários acolitados pela Judite de Sousa que só de vez em quando é que fazia de advogada do diabo.
Cavaco queria o PS a apoiar os cortes sociais que não vão resolver nada por reduzirem as receitas do Estado e uma única oposição constituída pelo PCP e o BER que poderão vir a ter 25 a 40% dos votos em próximas eleições.
As classes médias não podem deixar a extrema esquerda monopolizar a oposição e ser a única a defender os seus interesses.
Links Amigos
Os Meus Blogs
Transportes