O OE 2013 obedece a um plano gizado pelo BCE/ EU/ Merkel, etc., no qual o défice público não é o mais importante, mas sim o encolhimento da economia de modo a que Portugal tenha um excedente na balança de pagamentos por via da redução das importações e aumento ou não das exportações. Interessa à Alemanha que Portugal possa pagar a sua dívida externa e isso só será possível com uma redução das despesas das famílias, portanto, do seu nível de vida. Todos no país e fora sabem que as despesas públicas tem um interesse relativo desde que haja moeda para obter saldos positivos no chamado sistema de transferências Target2 e a banca nacional possa pagar a enorme importação de dinheiro que fez na década do euro.
O regime fiscal português tornou-se com este orçamento num sistema de proteccionismo relativamente ao estrangeiro. Os portugueses ao empobrecerem deixam de consumir produtos estrangeiros e nacionais, sendo que nestes há também importações de matérias-primas, energia, etc. e as empresas não vão ter outra alternativa a não ser exportarem e, neste aspeto, o consumo das famílias é sujeito ao IVA gigantesco, enquanto as exportações estão isentas em todas as suas fases de produção.
A carga fiscal aumenta com a probabilidade de as receitas caírem, mas o importante é que passará a haver menos consumo e repare-se que um deputado do PSD chegou a dizer que Portugal tem restaurantes a mais, pelo que chegar a um desemprego de mais de um milhão de trabalhadores poderá fazer aquilo que a Grécia conseguiu e foi agora premiada. Os gregos exportam agora dois terços do seu PIB, enquanto Portugal ainda exporta apenas um terço. Portugal poderá chegar aos valores gregos com um PIB muito mais reduzido e metade da população ativa com um consumo abaixo do limite da pobreza. Assim, Portugal pode transferir para a Alemanha a sua dívida externa e os alemães com a imensa moeda que estão já a receber vão permitir à Merkel aumentar no próximo ano as pensões de reforma em 2 a 5%, aumentando o consumo interno e ganhar as suas eleições.
Os reformados portugueses, gregos, irlandeses, etc. vão pois ajudar a aumentar as reformas alemãs, mas as contas podem sair furadas porque as exportações alemãs começaram a entrar em queda, até porque os países emergentes fabricam cada vez mais produtos baratos. Ninguém ainda percebeu que os medicamentos baratos genéricos são originários da Índia que paga a um químico farmacêutico ordenados da ordem dos 250 euros e a operários 50 a 70. A Índia não faz parte da OCDE e não respeita patentes de produtos que não sejam totalmente novos, estando já a copiar medicamentos anti-cancerígenos e a vendê-los a preços que chegam a 5% dos praticados pela Bayer ou outras multinacionais. A Índia não aceita que pequenas modificações nas moléculas dos fármacos correspondam a novas patentes, daí que pode copiar mais de 90% dos princípios ativos em venda no Mundo inteiro e exportam as drageias ou comprimidos em baldes que em Portugal e noutros países são metidos em blisters e caixas como sendo de fabrico nacional, poupando milhões ao Estado e aos consumidores. Isto é só um exemplo, porque vastos sectores de produção estão já em mãos asiáticas como a informática e muito mais.
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