O pasquim alemão “Handelsblatt” noticiou que Portugal tem reservas escondidas, dizendo que o ouro e as divisas do Banco de Portugal no
valor de 18 mil milhões de euros correspondem a mais de 6% do PIB português e, como tal, colocam Portugal como o País que possui as maiores reservas da Zona Euro relativamente ao seu PIB. Os alemães do referido pasquim lamentam-se que a lei portuguesa não permita a cedência destas reservas ao Governo para venda.
Apenas os juros devem ser transferidos anualmente para a Direcção do Crédito e Dívida Pública. A Merkel já pediu mesmo a transferência do ouro português para a Alemanha como garantia dos empréstimos.
Por outro lado, os alemães do mesmo pasquim escrevem que as famílias portuguesas possuem ainda 384 mil milhões de euros, os quais podiam
servir para o pagamento de dívidas e saneamento das finanças públicas. Os súbditos da Merkel acham que há aqui muito dinheiro para ser transferido para a Alemanha.
No passado, as reservas em ouro e divisas, bem como o património nacional, servia como instrumento indicador da emissão de moeda.
Havendo reservas em ouro, não seriam vendidas nem transferidas para fora, mas serviam para que o Banco de Portugal emitisse moeda. Hoje, na Europa, deveria acontecer o mesmo. O BCE deve EMITIR moeda a 0,75% ao ano para Portugal, dado que o País tem património e deveria utilizar o dinheiro novo para pagamento de dívidas antigas e, como tal, reduzir a gigantesca fatura em juros que a ganância do BCE liderado pela Merkel e companhia exigem.
O pasquim “Handelsblatt” descreveu os bens que os países endividados possuem e que deveriam ser vendidos, salientando os portos gregos,
aeroportos, ilhas, terrenos, etc. Aparentemente, os alemães querem apoderar-se de tudo o que os países do sul possuem no âmbito da sua esquizofrénica mania de que são donos de todos os euros em circulação na Eurozona.
Curiosamente, outro jornal alemão, o “Die Zeit”, lamenta-se que os armadores gregos estão a comprar a preços de saldo um grande número de
navios alemães, principalmente porta-contentores que navegam com bandeiras de conveniência, porque os bancos alemães não estão a financiar a marinha mercante em crise devido à queda repentina e brutal do número de contentores transportados da Ásia para a Europa e tradicionalmente os armadores gregos fazem as suas fortunas com aquisições em contra-ciclo, dado que não espatifam os seus lucros em impostos porque as suas sedes estão no Panamá e outros países de conveniência e até em pleno mar em navios escritórios. Enquanto em 2011 ainda se registou um crescimento no transporte marítimo, subitamente em 2012 e, principalmente, nos últimos dois meses verificou-se uma queda nunca vista de encomendas. Devido à ganância da banca e do Governo alemão, a Europa retrai-se nos seus consumos, prejudicando largamente a China, Índia e Brasil. Ao mesmo tempo, os países asiáticos estão a comprar menos aos alemães e daí a Merkel ter visitado recentemente a Indonésia e outros países próximos para incentivar o
comércio entre os dois continentes, o que se tornou impossível devido àimposição de uma política de austeridade em vez de alguma emissão de moeda.
Dieter Dellinger
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