Os políticos, tal como o homem da rua, e até os economistas têm muita dificuldade em lidar com números grandes e a Europa não teve a sagacidade de inventar o equivalente ao “conto de reis” para facilitar as contas de cabeça como fizeram os portugueses nos tempos do escudo.
Toda a gente fala da Grécia como se tivesse a barriga ou os cofres cheios e ninguém estivesse encarcerado em dívidas impagáveis.
O axioma da zona euro é o seguinte: o seu Pib é de 9,5 biliões (milhões de milhões) de euros, o que dá 30.645 euros per capita e a dívida total dos 19 países é de 94% do Pib, correspondente a 8,949 biliões ou 20,8 mil euros per capita.
Curiosamente, a dívida portuguesa de 208 mil milhões de euros dá 20 mil euros por habitante e a dívida grega é de aprox. 17,7 mil euros por residente.
Como se vê, o conjunto dos países do euro têm dívidas superiores às dos portugueses e gregos em termos individuais, mas não relativamente aos seus rendimentos que são mais baixos.
O País mais pesporrente da Europa, o da Merkel e Schaeuble, tem um Pib de 3.852,5 mil milhões de euros e uma dívida de 74,7% que dá 2.877,8 mil milhões ou 35,97 mil euros por cada um dos seus 80 milhões de habitantes.
Como se vê, a dívida alemã per capita é mais do dobro da grega e é 75% superior à portuguesa.
Não há verdadeiramente um problema grego, mas sim da zona euro que não consegue lidar com uma dívida de 94,2% do seu Pib porque tem um Banco Central que durante anos não emitiu dinheiro, permitindo um endividamento irreal que na maior parte nem é dinheiro, mas sim registos informáticos utilizáveis para pagamentos.
Cumpriu-se a profecia do Nobel da Economia Paul Krugmann que deu cerca de 10 anos para o euro destruir a Europa ou ser destruído. Estamos precisamente nesse ponto de inflexão. No futuro muito próximo ou acaba o euro ou a União Europeia porque ninguém é capaz de enfrentar os números na sua execrável realidade.
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