Acaba um ano de miséria e vai começar outro com todos os indícios de vir a ser ainda pior. Assiste-se a um retrocesso civilizacional global na Humanidade no que respeita a solidariedade, democracia, respeito pelos direitos humanos e pelas condições de vida elementares de trabalhadores e pensionistas. Os poderes políticos revoltam-se contra alguns progressos da medicina que permitiram aumentar a esperança de vida em muitas populações.
Em Portugal, a troika vai embora em 2014 e o País ficou com uma dívida superior, um défice igual e uma população imensamente mais pobre; tantos os pobres são mais pobres como a classe média tende a descer ao nível da pobreza e os idosos massacrados com cortes por mais baixas que sejam as suas reformas. 250 a 300 mil jovens votaram com os pés e saíram do País. Obras não foram feitas, venderam-se importantes setores estratégicos e monopolistas da Pátria a estrangeiros, incluindo a um Estado Comunista-Capitalista-Fascista, a China, que passou a controlar os monopólios produtores e distribuidores da eletricidade para aumentar os seus preços sem intervenção do Sr. Almunia, alto comissário para a concorrência da EU que só não quer ver os Estados da União serem proprietários de algo. Os Estados Comunistas da Ásia podem comprar tudo e estiveram quase a comprar parte da Airbus. Mas ainda vão conseguir se a política de austeridade não terminar na Europa.
Essa política levou à estagnação das economias mais desenvolvidas da EU, o que pode ser prelúdio de uma crise mais generalizada em 2014, a não ser que o BCE comece a injetar moeda no mercado. Os alemães não só não querem isso como hoje ainda o presidente do Bundesbank defendeu o aumento da taxa de juro diretora do BCE e, como tal, de todos os juros europeus, o que iria agravar a crise dos países periféricos e conduzir a uma inevitável cisão da zona euro; a do norte e a do sul. Não deixará de ser o fim da União Europeia e da própria Europa enquanto continente de desenvolvimento humano e económico. Resta aos diferentes países europeus manterem-se como firmes aliados dos EUA para evitarem conflitos.
Ligeiramente a sul do nosso continente, emergiram os fundamentalismos muçulmanos depois de abaterem em parte ou lutarem contra as ditaduras militares, um pouco mais modernistas porque a espada e o cavalo já não servem. Mas, nas mesquitas e até no seio de muitas religiões há quem pense que as sociedades de hoje e do futuro podem regressar às crenças arcaicas, o que seria o equivalente a fazer os adultos regressarem à adolescência mental, mesmo com longas barbas brancas.
Na Ásia, a China pretende deixar de ser um simples vendedor de trabalho operário barato para lucro do capitalismo chinês e mundial e ser também uma potência mundial. Tudo indica que em breve pode ser a maior potência económica, o que não é muito difícil dado serem 1,4 mil milhões de humanos, mas o envelhecimento da sua população devido a um longo período de filho único e os gastos com a defesa nuclear e um ambicioso programa espacial que levou a colocar agora um foguetão na lua podem ser um obstáculo à elevação do nível de vida da população que não se satisfaz apenas com as dispendiosas obras de fachada do regime.
No Extremo-Oriente começou uma nova “guerra fria” com a Coreia do Norte a equipar-se com várias bombas nucleares e a construir mísseis que não se sabe se podem ainda transportar ogivas atómicas e quais os objetivos a atingir.
Para já, serve para irritar os chineses, pois o Japão e a Coreia do Sul, aliados dos EUA, temem uma superpotência chamada China e com o pretexto de que se têm de armar por causa de um pequeno país atomicamente armado e dirigido por um miúdo da terceira geração de uma ditadura dinástica que nos primeiros meses deste ano pretendeu atemorizar o Mundo com as suas bravatas nucleares, o que justificou um enorme aumento dos orçamentos de defesa do Japão e da Coreia do Sul, dirigidos à China sem a nomear. Após a morte do tio do miúdo em circunstâncias excessivamente violentas, ninguém sabe o que pode acontecer naquele país. As condições económicas de fome aberrante permitem admitir um colapso do regime e uma reunificação que para a China seria a temida chegada dos EUA (via Coreia do Sul) às suas fronteiras, como se isso tivesse a mais pequena importância; uma língua de terra a mais num aliado dos EUA na época em que se vai a Marte e à Lua?
Saliente-se que a pequena Coreia do Sul é uma gigantesca potência com uma indústria nunca vista num país pequeno que ombreia e completa o poder económico do Japão com as suas indústrias e investimentos espalhados por todo o Mundo. Parece um regresso às questões verificadas no início do Século XX ali num polígono com a a Rússia, o Japão, as duas Coreias, a China e o imenso poder americano à distância, mas, como sempre, a ser o fiel do prato da balança vencedora.
Enfim, pode a técnica e a ciência terem evoluído muito, mas para os obcecados com o passado e o futuro, apesar da curta permanência na Terra, o espírito humano não progrediu mesmo nada.
Links Amigos
Os Meus Blogs
Transportes