Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.

Em Atenas nos passados dia 5 a 10 de Maio teve lugar a Assembleia Mundial da Paz com a presença de uma meia centena de organizações dos mais diversos países do Mundo.
Entre uma estratégia de Paz e uma de confronto globalizado, saiu vitoriosa a do confronto com a subita e inopinada eleição do cubano Orlando Foundora para presidente do Comité Executivo do Conselho Mundial da Paz e do grego Thanassis Pafilis para Secretário-Geral da Organização que passou a ter sede em Atenas. Ambos são destacados dirigentes dos Partidos Comunistas dos respectivos países e têm como preocupação essencial o ataque aos EUA.
De resto, a maior parte das organizações presentes segue a mesma linha, à excepção da portuguesa e as de vários países europeus, nomeadamente os nórdicos, que mantém a linha do pacifismo para os problemas do Mundo. A delegação portuguesa era constituída pelo prof. Domingos Lopes, coronel Pessoa, dra. Sandra Benfica e Vitor Silva que viram-se surpreendidos pela subita eleição do cubano Fondoura sem prévia discussão nem plano de acção. Os portugueses pretenderam adiar a eleição dada a ausência de várias candidaturas e de programas de acção.
O Conselho Mundial da Paz está organizado em Comités Regionais, tendo Portugal sido eleito para a Comissão Executiva pela Europa em primeiro lugar seguido pela Espanha, França, Grécia, República Checa, Alemanha, Chipre e Turquia. Isto, em termos de organizações não governamentais não representativas das opiniões públicas dos respectivos países, mas apenas daqueles que militam pela Paz com um programa de abolição do armamento mundial, principal o de destruição em massa como são as bombas nucleares e armas bioquímicas. Eliminação de todas as formas de colonialismo, neo-colonialismo, racismo, sexismo e outras formas de discriminação. Respeito pelo direito dos povos à soberania, independência e integridade territorial. Estabelecimento de relações comerciais e culturais justas e benéficas para todos. Co-existência pacífica entre os Estados, etc, etc.
O Conselho Mundial da Paz saiu enfraquecido com uma direcção excessivamente comunista e anti-americana quando se impõe a neessidade de alargar a ideia de Paz a toda a gente de boa vontade independentemente das suas opções políticas, religiosas, etc.
Mas, é óbvio que o CMP não é a única organização que luta pela Paz no Mundo e há hoje um trabalho importante a fazer sem sectarismos. E estão a ser organizadas grandes manifestações pacifistas no Mundo, em particular nos EUA, pelas mais diversas organizações, incluindo igrejas.