Do Diário Digital:
De acordo com o explicado pelo líder laranja, os novos trabalhadores que entrem a partir de agora no mercado de trabalho e todos os trabalhadores independentes com idade inferior a 35 anos passariam a descontar 6% dos actuais 34,75% para uma conta corrente pessoal.
Dessa forma, disse Marques Mendes, esse montante iria para um fundo público ou privado, de acordo com a escolha do trabalhador.
Por outro lado, a transição entre os sistemas seria assegurada pelo uso de um fundo de estabilização financeira e à emissão de dívida de longo prazo: 9 mil milhões de euros em dívida pública.
No entanto, Marques Mendes não esclareceu sobre o impacto da medida no défice. Fim de citação.
Em Portugal desde há décadas que nascem e morrem anualmente cerca de 103.000 pessoas com pequenas variações.
O número de pessoas reformadas anualmente tem sido ligeiramente superior a 100.000, pelo que o número de pessoas que entram anualmente no mercado de trabalho anda pelos 100.000.
Assim, considerando um salário médio de 500 euros mensais ou 7.000 anuais, teremos 700 milhões de euros, dos quais 6% serão 42 milhões de euros a menos nas contas da Segurança Social logo no primeiro ano de trabalho. Se as pessoas em causa mantivessem por toda a vida o baixíssimo salário de 500 Euros, o que, obviamente, não acontece, teríamos 1.680 milhões de Euros a preços constantes. E não estou aqui a considerar os salários dos profissionais independentes até aos 35 anos de idade que deveriam, segundo, Marques Mendes, passar a descontar, mas cujo número desconheço e, menos ainda, o valor dos seus salários declarados.
Como já referi, quem tem aplicações em fundos, acções, contas a prazo, etc., sabe que o rendimento não ultrapassa nunca a taxa de inflação, pelo que, na melhor das hipóteses, os montantes colocados em fundos deverão render apenas a sua actualização anual em termos de depreciação da moeda e, talvez, uns pozinhos mais.
1.680 Milhões de Euros são o que seria retirado da Segurança Social pelos trabalhadores que entram no mercado de trabalho no primeiro ano de aplicação da lei ao longo da sua carreira contributiva.
Ao longo dos próximos 40 anos, deverão entrar outros tantos anualmente, pelo que o Estado começará a pagar menos reformas a partir do fim do prazo dos próximos 40 anos e deixará totalmente de comparticipar naquele componente dos 6% daqui a 80 anos.
Com os aumentos salariais de uma parte importante dos trabalhadores que não ficará toda a vida a ganhar 500 Euros e muitos até começam a sua vida de trabalho com mais, teremos, sem dúvida, um desvio nos próximos 40 anos de, pelo menos, 80 a 100 mil milhões de euros, ou mais ainda, o que dá 10 vezes mais que a proposta pouco séria de Marques Mendes.
Um conjunto de fundos tão avultados actuarão no mercado livre como redutores das taxas de juro a pagar pela banca pelas aplicações de acordo com a lei da oferta e da procura e nada garante rendimentos adequados dado que a parte rentável do tecido económico não funciona em função do dinheiro investido mas de muitos outros factores
Links Amigos
Os Meus Blogs
Transportes