SIC-SAPO de Hoje:
José Sócrates falava em Vila Flor, no Nordeste Transmontano, na apresentação a militantes dos distritos de Bragança e Vila Real da sua recandidatura a secretário-geral do PS e da moção "O Rumo do PS: Modernizar Portugal", que será discutida no congresso de Novembro.
O discurso de Sócrates foi dominado pelas reformas que o Governo tem em curso e pelo balanço de ano e meio de governação em que predominaram as questões económicas.
Na véspera da apresentação do Orçamento de Estado para 2007, que terá lugar segunda-feira na Assembleia da república, José Sócrates, reiterou que "o próximo orçamento será de rigor e contenção, que visa devolver ao Estado o equilíbrio das contas públicas sem malandrices, nem receitas extraordinárias".
O secretário-geral do PS defendeu que "o rumo" definido pelo Governo socialista para o país "está já a dar resultados ao fim de um ano e meio" e que prova disso é, além dos indicadores económicos, "a evolução do discurso da oposição".
"Primeiro falaram em recessão, depois evoluíram para estagnação. Afinal de contas estamos a crescer e vai daí lembraram-se de que, em vez de alinhados com a União Europeia, temos de crescer acima da média, acima de três por cento", declarou.
Para José Sócrates, "a evolução do discurso da oposição é a melhor prova de que as coisas estão a melhorar". O líder socialista referiu-se ainda aos "obstáculos e resistências" que as reformas do Governo têm enfrentado, sublinhando que conta "com os 10 milhões de portugueses que não se resignam, nem choram sobre o leite derramado". Fim de Citação .
É evidente que estamos numa inflexão para algum crescimento. Mas, assim como, uma estagnação ou uma quebra de 1 a 2% não é o FIM DO MUNDO, também um crescimentos de 1 a 2 ou até 3% não significa chegar ao CÉU.
A China e a Índia conhecem décadas de crescimento económico que tem chegado aos 10 e 11%, mas, mesmo assim, estão longe de beneficiar a totalidade das suas populações. De resto, se aqueles dois países alcançassem o tal NÍVEL DE MISÉRIA dos Portugueses, seriam necessários os recursos da totalidade de dois outros planetas como a Terra.
Ningué se iluda, NUNCA HAVERÁ CRESCIMENTO SIMULTÂNEO DO TERCEIRO E DO PRIMEIRO MUNDO. O equilíbrio sócio-económico e ecoológico da Terra passa por uma quebra nos níveis de consumo dos 50 países mais ricos, entre os quais se conta Portugal.
Portugal tem quase 3 milhões de reformados e, apenas, 1,7 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade. Este número significa que não pode haver um bom nível de vida para os idosos porque 1,3 milhões de JOVENS REFORMADOS estão a roubar-lhes o pão de todos os dias. E os números de falsas baixas hospitalares, falsos subsídios, etc. contam-se por centenas de milhares ou quase um milhão por ano. Além disso, os falsos ordenados baixos para descontar pouco para a Segurança Social são incontáveis, tanto por serem muitos como por estarem bem disfarçados e desconhecer-se a quantidade.
Há muita gente - trabalhadores, patrões, independentes , etc., - a roubar aos outros sem saber que se está a roubar a si mesmo.
No fundo, o problema das sociedades democráticas e relativamente avançadas como é a portuguesa, é que todos trabalham para todos e as ditas classes dominantes e ricas acabam por não serem significativas (contra a sua vontade e por isso são oposição à democracia), pois o que conta numa economia não é o dinheiro ou o capital que se tenha ou que há, mas o trabalho realizado minuto a minuto, hora a hora, dia a dia por qualquer trabalhador para os outros trabalhadores. Do funcionário do Metro para os utentes e dos enfermeiros transportados para os funcionários do Metro e dos fabricantes de sapatos para todos os outros, etc., etc.. É isso que dá ao Socialismo no Poder sempre um aspecto de gestor do capitalismo. É que o Socialismo não foi capaz de inventar o bem-estar dos trabalhadores sem o próprio trabalho dos trabalhadores. A sociedade vive em regime de solidariedade absoluta.
Dsotto
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