Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Domingo, 30 de Maio de 2004
Luta de Classes Eleitoral
O candidato ao parlamento europeu Deus Pinheiro aproveitou a circunstância de Sousa Franco se apresentar pelo PS para atacar a política financeira daquele partido e mais uma das muitas vezes da parte do PSD, criticar veementemente o chamado endividamento das famílias.
Neste aspecto, o PSD marca aquilo que verdadeiramente o distingue do PS e isto no plano político da luta de classes, principalmente se associarmos a essas críticas o aumento dos impostos sobre o património que vão tornar-se exorbitantes nos próximos anos.
Não se trata aqui da luta entre um proletariado faminto e uma classe possidente, mas antes da tradicional luta de classes portuguesa que foi sempre travada entre as pequenas classes médias e os grande detentores do poder económico ou grande nobreza no passado.
Em Portugal, a classe conscientemente proletária tem uma fraca expressão eleitoral; menos de 10%, enquanto as pequenas classes médias representam, sem dúvida, a vasta maioria da população. E foi dessas classes médias que surgiram quase todas as revoluções em Portugal, desde 1385 ao 25 de Abril, passando por 1640, Setembro de 1836, 5 de Outubro de 1910, etc. E está hoje entre as pequenas classes médias o ex-proletariado que ascendeu um pouco na vida, o que lhe permitiu adquirir casa e carro, naturalmente endividando-se de modo variável.
A ascensão dessa antiga camada pobre tem a ver com muitos factores que actuaram em simultâneo. Em primeiro lugar colocaria a emigração em massa de quase dois milhões de portugueses no fim dos anos cinquenta e durante toda a década de sessenta até 1972/75. Criaram um vácuo em termos de reprodução das classes mais pobres, forçando uma certa subida salarial e melhoraram a vida dos familiares mais idosos com remessas em divisas. Posteriormente, com a melhoria do nível de vida provocada pelo referido fenómeno verificou-se uma autêntica revolução nas classes mais proletarizadas em termos de baixa profunda da natalidade acompanhada pela entrada em força da mulher no mercado de trabalho português. Com o 25 de Abril assistiu-se ao aparecimento de um salário mínimo melhorado e a uma subida generalizada nos salários, bem como a uma expansão enorme da educação a todos os níveis que beneficiou exclusivamente os jovens mais pobres.
O novo casal português, quase sem filhos, e com dois salários foi o motor do aumento de consumo em Portugal e, se em 1972/74, impulsionou a indústria de mobiliário, posteriormente tornou-se no grande comprador dos alojamentos nas periferias suburbanas de Lisboa e Porto. E as classes médias um pouco mais elevadas, saídas em grande parte desses casais, mas já com mais estudos, mesmo universitários, detém hoje o poder intelectual no País.
Todas estas classes médias baixas, médias propriamente ditas e médias quase altas caracterizam-se pela posse da casa em que vivem e, bem assim, pelo carro. Daí que a crítica ao endividamento das famílias significa um ataque classista dos partidos que estão no governo a essas classes médias, tanto mais que vemos que o elenco governativo foi recrutado em grande parte entre os homens de mais confiança do grande capital e o recrutamento desce agora ao nível de director-geral com elevado aumento da despesa salarial. Mas, não deixa de ser uma contradição, esse ataque.
No fundo, o endividamento das famílias é um aforro e o património distribuído por um vastíssimo número de cidadãos é um bem para o País. Enquanto o PS vê o fenómeno, o PSD mostra a sua cegueira que vai ao ponto de tributar o património de uma forma extremamente penosa para as pequenas classes médias e a imparável onda de desempregados tem atingido essas classes, bem como as médias propriamente ditas. Basta ver a enorme destruição de postos de trabalha na banca, nas seguradoras, na PT, nos CTT, na EDP, Portucel, Galp e, agora, na ex-Sorefame, no aparelho de Estado e em muitas empresas e instituições nacionais.
O operário especializado com a esposa a trabalhar, bem como o funcionário bancário, o técnico de baixo nível da EDP, PT, etc. fazem parte das novas classes médias.
O aumento de outros impostos e taxas, nomeadamente o IVA, o IMT (Imposto Municipal de Transacções de Imóveis) tornaram a casa mais cara, tanto na sua compra como na sua detenção, provocando um impulso para proletarizar de novo as pequenas classes médias, isto considerando os recursos financeiros, dado que só nesse aspecto é que podemos falar de classes sociais em democracia. Acrescente-se o congelamento dos salários de grande parte dos funcionários públicos com o natural mimetismo nos sectores privados.
Mas, na actuação do Governo actual e no pensamento dos grupos económicos portugueses há uma grande contradição. Por um lado, desejam uma mão-de-obra barata; por outro, necessitam de mercado interno. Como não encontram soluções imediatistas, procuram assenhorar-se de importantes sectores do Estado que proporcionem lucros garantidos como sejam os Serviços de Saúde, a complementação das Reformas, etc. Daí a razão de colocarem os seus homens fortes em posições chave para tal; Bagão Félix, Pereira, etc. Ao mesmo tempo querem pagar menos impostos e exigem leis que garantam mais produtividade, isto é, trabalho nocturno mais barato, horas extraordinárias sem pagamento, etc., etc.
Domingo, 23 de Maio de 2004
O Hiato do Produto
Um dos indicadores económicos mais importantes para um país é, sem dúvida, o hiato do produto.
Este indicador mede a diferença entre o PIB efectivo e o PIB potencial (em % deste último).
Isto significa o seguinte: Uma fábrica reduz a sua produção, medida para o PIB pela mais valia ou valor acrescentado realizado pelos seus trabalhadores e temos uma quebra no PIB efectivo, mas não no PIB potencial dado que a fábrica pode voltar à produção anterior ou pode produzir mais ainda em dois ou três turnos.
No caso de a fábrica fechar temos então uma quebra do PIB efectivo e do PIB real. Quando fecham muitas fábricas ou empresas de serviços temos então um hiato ou diferença para menos do PIB potencial, o que é extremamente perigoso e negativo pois a retoma não se torna possível de um momento para o outro.
As estatísticas revelam o seguinte:
Evolução do hiato:
1999: +3,8%
2000: +3,6%
2001: +2,5%
2002: +0,7%
2003: -2,3%
Evolução do PIB real:
1999: +2,9%
2000: +3,4%
2001: +1,8%
2002: + 0,5%
2003: - 1,3%
Assim, em 2003, para um hiato de -2,3% e um Pib real de -1,3% temos uma quebra do PIB potencial de -3,6%. Quer isto dizer, que a capacidade produtiva instalada em Portugal desceu 3,6% em 2003, o que é gravíssimo.
No último ano completo de Guterres, 2001, o hiato aumentou em +2,5% e o PIB real em +1,8% . Quer dizer, o PIB potencial aumentou 4,3%, ou seja, a capacidade produtiva aumentou mais que o próprio PIB, o que é natural em empresas novas que não começam logo a produzir a 100%.
Sábado, 22 de Maio de 2004
DÉFICES OCULTOS
As contas públicas discriminadas pela DGEP no Estudo "A Economia Portuguesa em 2003" revela no Quadro 11 as chamadas necessidades de financiamento do Estado divididas em duas rubricas:
Para o défice orçamental: 4,7 mil milhões de euros
Para dívidas a vencer em 2004: 14,1 mil milhões de euros
Total: 18,8 mil milhões de euros, o que corresponde ao verdadeiro défice das Contas Públicas ou antes, às necessidades de financiamento do Estado.
De Janeiro a Abril de 2004, a despesa corrente transitada do ano anterior foi de 290,8 milhões euros. No mesmo período do ano passado foi de 27,8 milhões de euros.
Assim, com o processo da transição de despesas de um ano para o outro a pagar com financiamentos, o Governo está a gerir um défice oculto e crescente que a Ministra das Finanças está a perder o controle.
De resto, já no início de 2003 encontrava-se na DGEP os dois ofícios do Director-Geral Onofre a informar os serviços que as despesas transitadas não deveriam ser incluídas no Orçamento de Estado do ano de pagamento e deveriam ser desorçamentadas do ano anterior. Ficaram célebres os dois Quadros V e V A da Conta Geral do Estado; um com o défice de 2,8% e outro com o défice real de quase 5%.
Os estudos da DGEP não mencionam receitas transitadas, até porque na maior parte dos impostos há os pagamentos adiantados por conta e depois durante o ano o pagamento do remanescente.
Dsotto
Quinta-feira, 20 de Maio de 2004
Coligação "A ESQUERDA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA"
Muitos socialistas de Lisboa estão empenhados em negociar com o Bloco de Esquerda e o PCP uma coligação autárquica que se chamará "A Esquerda Unida Jamais será Vencida".
Tudo indicará que os três partidos terão uma probabilidade muito grande de ganhar as eleições. Pretendem inscrever no seu programa a descida da taxa do IMI de 0,8 para 0,5%, eventualmente limitada a habitações em pagamento enquanto o novo governo de esquerda não isentar de todo as casas ainda em pagamento e limitadas a habitaçõs não classificáveis de grande luxo. Essas continuarão a pagar 0,8%.
Para além disso, há a pretensão de ceder terrenos camarários para a construção de casas de renda limitada, apoiar mais as famílias pobres que vivem em casas muitas velhas e criar um grande centro para aqueles que dormem ao relento e muita, muita coisa mais
Quarta-feira, 19 de Maio de 2004
DÉFICES ESCONDIDOS
As contas públicas discriminadas pela DGEP no Estudo "A Economia Portuguesa em 2003" revela no Quadro 11 as chamadas necessidades de financiamento do Estado divididas em duas rubricas:
Para o défice orçamental: 4,7 mil milhões de euros
Para dívidas a vencer em 2004: 14,1 mil milhões de euros
Total: 18,8 mil milhões de euros, o que corresponde ao verdadeiro défice das Contas Públicas ou antes, às necessidades de financiamento do Estado.
De Janeiro a Abril de 2004, a despesa corrente transitada do ano anterior foi de 290,8 milhões euros. No mesmo período do ano passado foi de 27,8 milhões de euros.
Assim, com o processo da transição de despesas de um ano para o outro a pagar com financiamentos, o Governo está a gerir um défice oculto e crescente que a Ministra das Finanças está a perder o controle.
De resto, já no início de 2003 encontrava-se na DGEP os dois ofícios do Director-Geral Onofre a informar os serviços que as despesas transitadas não deveriam ser incluídas no Orçamento de Estado do ano de pagamento e deveria ser desorçamentadas do ano anterior. Ficaram célebres os dois Quadros V e V A da Conta Geral do Estado; um com o défice de 2,8% e outro com o défice real de quase 5%.
Os estudos da DGEP não mencionam receitas transitadas, até porque na maior parte dos impostos há os pagamentos adiantados por conta e depois durante o ano o pagamento do remanescente.
Terça-feira, 18 de Maio de 2004
Governo continua a Sacar
O saque às empresas foi um "êxito" da Ministra F. Leite. Conseguiu sacar a todas as empresas um artificial "pagamento especial por conta" de muitos milhões, depois aumentou o imposto dos combustíveis e sacou a todos os proprietários de alojamentos 60 euros a mais, a título de IMI-Imposto Municipal de Imóveis.
O Governo do PSD/PP está a tornar-se num "saqueador" por excelência em impostos, enquanto tenta diminuir muitas regalias sociais. Só nos subsídios de desemprego é que o aumento foi brutal, dado o desparecimento de milhares de postos de trabalho.
Os dados agora revelados pelas Finanças mostram ainda que o défice público recuou em 235 milhões de euros, nos primeiros quatro meses do ano, devido ao aumento da carga fiscal, já que, só em IRC, o imposto sobre as empresas, o Estado conseguiu arrecadar mais 68 por cento do que em 2003.
Em causa esteve o Pagamento Especial por Conta, cujo pagamento foi efectuado em Fevereiro. No entanto, a colecta de IRS também subiu, em 6,8 por cento de Janeiro a Abril.
As verbas recolhidas pelo imposto sobre produtos petrolíferos subiram em 7,4 por cento, com o Imposto Automóvel a render mais 15 por cento que em período homólogo do último ano. As receitas do IVA aumentaram apenas em 0,5 por cento, o que mostra a redução do poder de compra dos portugueses, pois o IVA aumentou mais que os 0,5 por cento.
A Despesa Corrente subiu 4,3 por cento, destacando-se ainda o aumento de mais de cinco por cento nas «despesas com pessoal», sendo que a atribuição de subsídios caiu em 20 por cento, enquanto que o investimento público aumento quase 25 por cento e as despesas social subiram 11,7 por cento, com a receita a subir apenas 5,5 por cento.
O principal destaque vai para a subida de 24 por cento nas verbas de subsídio de desemprego e apoio ao emprego, com os custos de atribuição de pensões a subirem perto de nove por cento. Ainda na Segurança Social, os gastos com acções de formação profissional aumentaram quase 80 por cento. Tinham descido em 2003 para um valor próximo do zero.
Portugueses "Expropriados"
Vamos passar a ser todos inquilinos do Estado, ou das Câmara Municipais, - dizem os entendidos na matéria.
Efectivamente, a decisão do governo de considerar para a aplicação da fórmula do cálculo do IMI um valor de construção nacional de 600 euros por metro quadrado é uma enormidade, principalmente para quem vive em Lisboa e Porto.
O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) resulta da aplicação de uma taxa variável de 0,5 a 0,8% de acordo com as decisões das Câmaras Municipais sobre um valor patrimonial a calcular pela seguinte fórmula:
Valor patrimonial = C x A X FU X FL X FCQ x FV
Sendo: C= custo de construção por metro quadrado = 600 euros
A = área coberta + areas descobertas de uso pessoal como terraços, jardins, etc. x factor redutor para essas áreas (0,35)
FU = Factor de utilização = 1 para habitação; 1,3 para escritórios, etc.
FL = Factor de localização = 3 para grande parte de Lisboa, baixando até 0,35 numa aldeia erma.
FQC= Factor de qualidade e conforto em função dos elevadores, garagens, anexos, arrumações, aparelhagem, etc.
FV = Factor de vetustez = Valor decimal em funão da idade do alojamento.
Assim, um apartamento recente com 90 metros quadrados e localizado em Lisboa pode ficar por 90 x 600 x 3 = 162.000 (32.400 contos) se for desprovido de garagem ou de qualquer factor especial de conforto e qualidade, o que já não acontece em Lisboa.
Na prática, um 90 metros quadrados qualquer será avaliado a, pelo menos, 190.000 euros, sobre os quais o proprietário (inquilino do Sr. Santana Lopes) vai pagar a módica renda anual de 1.520 euros, ou 304 contos, ou 25,3 contos mensais.
Dado que existem mais de 5 milhões de apartamentos em Portugal, dos quais 85% são de propriedade dos seus locatários e os alugados também pagam, o Estado ou Câmaras Municipais vão receber uns 7,6 mil milhões de euros, o que representa 5,89% do PIB actual.
Acrescente-se que os prédios rústicos também vão pagar e o governo considera como valor médio do terreno de construção 120 euros por metro quadrado e do terreno agrícola ca. 60, podendo descer para 30 ou 10, ou seja, uma média de uns 20 euros por metro quadrado. Mais de 50% da superfície de Portugal é propriedade privada rústica, pelo que o Governo vai tirar dos 46.o00 km2 ou 46.000 x 1.000.000 m2 (20 euros) = 920.000 milhões de euros x 0,7% = 6.440 milhões de euros = ca. 5% PIB.
Contas feitas, o Governo prepara-se para extorquir aos portugueses 10,89% do PIB, ou seja, 14.048 milhões de euros, o que lhe permite cobrir largamente os actuais défices. Se Guterres tivesse feito issso, Durão Barroso seria o primeira a gritar contra nas suas pomposas conferências de imprensa.
Acrescente-se que existem nas Conservatórias mais 17 milhões de matrizes prediais rústicas e urbanas.
Esta é a tal reforma que o Medina Carreira e o Cavaco Silva tanto exigiam, mas que agora os deixou calados que nem ratos, pois o cobardes sabem que ninguém em Portugal é a favor deste imposto, pois os alojamentos dos portugueses foram pagos com dinheiro que já pagou impostos e, numa grande quantidade, estão ainda a ser pagos por muitos em bons anos. Com o aumento do desemprego, os portugueses começam a estar impossibilitados de pagarem as prestações e, ipso facto, o calamitoso imposto municipal.
Nota: Os senhorios vão pagar em Lisboa, 0,8% do valor das rendas anuais multiplicadas por 12. Uma casa arrendada por 500 euros mensais vai pagar de IMI 576 euros anuais. E, além disso, o senhoria vai pagar IRS sobre o remanescente mais outros rendimentos que tenha, incluindo os do trabalho.
Jornalblog "a Luta"
http://alutablog.blogs.sapo.pt
Sábado, 15 de Maio de 2004
Dieter Dellinger: Novo Nome para a República Checa: CESKO
As duas Câmaras da República Checa aprovaram o novo nome para o seu país; CESKO com um acento circunflexo ao contrário sobre o C. Em português será CESKO, CESCO ou, talvez, CÉSQUIA ou Chesquia ou Chésco????
A República Checa situa-se aproximadamente no centro geográfico da Europa e tem uma superfície de 78.866 km2. É um país sem acesso ao mar, distando 326 km do Báltico e 322 km do Adriático. Tem fronteiras com a Alemanha (810 km), Polónia (762 km), Áustria (466 km) e Eslováquia (265 km). O pico mais elevado é o do monte Sneka (1 602 m) e o ponto menos elevado do território situa-se nas proximidades de Hřensko, onde o rio Labe sai do território checo (117 m).
TOPOGRAFIA
A linha divisória entre os dois principais sistemas montanhosos na Europa, o Herciniano e o Alpino-Himalaio, atravessa o território checo. A topografia do país é, portanto, bastante variada: planícies (4.5% do território), colinas (50.1%) terras altas (33.9%) e montanhas (11,6%). Níveis de altitude: as terras baixas, com altitudes inferiores a 200 m, correspondem a 4.95% do território, as terras entre 200 e 500 m correspondem a 74.1%, as regiões nos 600 - 1,000m são 19.3% e as regiões acima dos 1 000 m são 1.6%.
CLIMA
República Checa situa-se na zona de clima temperado da Europa, com Verões suaves e Invernos com um nível moderado de precipitação. As temperaturas médias nas terras baixas em Julho sao de 20 °C (Praga 19,5 °C) e nas áreas montanhosas situam-se entre 8 e 11 °C. As temperaturas médias nas terras baixas em Janeiro são de -1 a -2 °C, nas montanhas de -5 a -7 °C.
POPULAÇÃO
Segundo o censo de 2000, a República Checa tem uma população de 10,3 milhões de habitantes, sendo aproximadamente 5 milhões de sexo masculino e 5,3 milhões de sexo feminino. Três quartos da população vivem em zonas urbanas. A densidade populacional é de 131 habitantes por km2 e o crescimento total da população na República Checa é de 0,8 por 1 000 habitantes. Crescimento da população Até 1994 verificou-se na República Checa um crescimento continuado da população, com excepção dos períodos das duas Guerras Mundiais. No entanto, desde 1994, a população tem vindo decrescer, calculando-se que diminua para 10 milhões até 2020. Taxa de natalidade Após a 2ª Guerra Mundial, o número de nascimentos decresceu de mais 200 000 por ano para menos de 150 000 em 1970. Em 1974 este valor tinha voltado a aumentar até 195 000, mas voltou a decrescer gradualmente até 1996, ano em que foi de 90 000. O número de neonatos por 1 000 habitantes foi de 8,8 em 1996. Mortalidade O número de mortes por 1 000 habitantes cresceu gradualmente desde o final da 2ª Guerra Mundial até 1983 (13,0). Desde esse ano, passou a decrescer, alcançando 10,9 em 1996, um valor que corresponde aos níveis da Europa ocidental. Grupos étnicos A maioria dos habitantes da República Checa são de origem checa. No entanto, a situação é diferente de região para região, consoante a região se considere checa ou morávia. Só nas regiões do Sul da Morávia é que as populações reivindicam a origem morávia. -Checos 9.270.615 - Morávios e Silésios 384.542 - Eslovacos 183.749 - Polacos 50.971 - Alemães 38.321 - Ciganos 11.716 - Outros ou não identificados 353.019 Os dados relativos à evolução a longo prazo da estrutura étnica da população indicam que entre 1950 e 1991 não ocorreram modificações significativas, excepto no que diz respeito ao número relativamente elevado de ciganos oriundos da Eslováquia. Embora apenas 11 716 se declarem de origem cigana no censo de 2000, as estimativas actuais apontam para cerca de 200 000 ciganos na República Checa, isto é, quase 2% da. Muitos declaram ser de origem checa, a maior parte declaram-se eslovacos. RELIGIÃO Após ter estado durante quarenta anos oficialmente suprimida das estatísticas, voltou a ser incluída uma pergunta sobre orientação religiosa no mais recente censo de 2000. Os resultados mostram que mais de 50% da população se declaram agnósticos ou ateus; no Norte da Boémia, este grupo corresponde a cerca de três quartos da população. Percentagem da população que se declara "religiosa": 31,7% Igreja Católica Romana 2.709.953 Igreja Evangélica Checa de Brethren (Protestante) 137.070 Hussitas 96 352,2 Outras 314 519,8 Sem religião / Ateus 58,3 %
EDUCAÇÃO
O nível de conclusão de estudos no ensino elementar, secundário e universitário é muito elevado na República Checa, comparativamente com os padrões internacionais. O ensino é obrigatório, vigorando na República Checa a obrigação de frequência da escola elementar até aos 15 anos de idade. Após a conclusão do ensino elementar, 52% dos alunos prosseguem a sua educação nas escolas de formação profissional e 48% ingressam no ensino secundário. 7,2% dos checos concluem estudos universitários. No período de 1980-1991, registou-se um crescimento do número de alunos que concluem cada um dos níveis de ensino. A proporção de alunos que apenas concluíram o ensino primário diminuiu drasticamente (índice 76,8%), enquanto cresceu consideravelmente a dos que concluíram estudos superiores. O maior aumento registou-se nos estudos universitários (índice 148,1%) e nos estudos de pós-graduação (índice 139,0%). Segundo o censo da população de 1991, 33% da população com mais de 15 anos recebeu formação de base, 30% concluíram uma formação profissional de nível secundário, 28% concluíram estudos secundários de cariz universal ou o ensino profissional e 7,2% concluíram estudos universitários, com um mínimo de quatro anos lectivos. 1,8% da população não declararam quaisquer estudos ou declararam expressamente não ter frequentado o ensino. Entre 1991 e 1996, 93 531 pessoas concluíram estudos universitários, isto é, uma média um pouco inferior a 19 000 pessoas por ano. Em 1997, 23,9 % da população com mais de 15 anos tinha apenas frequentado o ensino elementar, 34,1% haviam concluído uma formação profissional de nível secundário, 29,2 % concluído estudos secundários de cariz universal ou o ensino profissional e 7,8% da população com mais de 15 anos tinha concluído estudos universitários. 1,8% da população com mais de 15 anos não tinha frequentado o ensino.
EMPREGO
O sistema de planeamento central distorceu a estrutura do emprego devido à prioridade altamente desproporcionada dada à indústria, em detrimento do sector dos serviços. As transformações económicas em curso estão a corrigir este desequilíbrio, com o aumento dos postos de trabalho nos serviços e o respectivo declínio na indústria. Em 1989, já só trabalhava na agricultura uma percentagem relativamente diminuta da população. Essa percentagem tem continuado a diminuir. Emprego na República Checa por sector (%): 1990 1993 1997 Primário 16,8 9,17 6,0 Secundário 40,5 42,4 39,4 Terciário 42,7 48,5 53,0 A taxa de actividade economica da população (empregados ou desempregados) com mais de 15 anos de idade é actualmente de 61%. Em 1997, 4 941 000 pessoas, ou seja, 48% da população, estavam empregadas. Total do número de pessoas ocupando um posto de trabalho na economia nacional:
1989: 5 408 000
1991: 5 059 000
1992: 4 927 000
1995: 5 155 000
1996: 4 941 000
Choque Petrolífero
O barril de petróleo atingiu no dia 13 o valor de 41,08 dólares em Nova Iorque e continua a subir. É um novo choque petrolífero que se admite venha a ser de longa duração e por várias razões.
Primeiro, porque a intervenção desastrada dos EUA e dos seus aliados no Iraque não só não produziu um aumento de produção e a reparação das velhas refinarias daquele país como resultou mesmo numa quebra e tudo indica que a guerra seguida de luta pelo poder no Iraque está para ficar.
Segundo, porque o consumo mundial não tem parado de crescer e a procura de alternativas tem sido demasiado lenta. Dados os imensos interesses mundiais e capitalistas na venda de petróleo e na produção automóvel, o Mundo tem vivido numa perigosa ausência de preocupações quanto ao futuro energético da Humanidade.
A oferta de mão de obra extremamente barata da China e India conduziu à deslocalização de indústrias para esses países e importação de bens aí fabricados com a consequência de esses paíse verem as suas economias crescerem e por essa via também os respectivos parques automóveis aumentaram desmesuradamente, até porque os grandes fabricantes como a VW, GM e Ford estão a instalar grandes fábricas na China como já fizeram algumas empresas japonesas. O consumo petrolífero chinês aumentou em 9,8% no ano transacto.
Mesmo nos EUA, o consumo cresceu tal como na Europa, só na Alemanha é que se estão a verificar as primeiras quebras acentuadas. Nos últimos dois meses, houve uma quebra de 5,4% no abastecimento de viaturas pesadas e ligeiras. O voracidade da indústria automóvel em produzir e vender carros com cilindragens cada vez maiores e mais poluidores e consumidores de combustíveis tem provocado o aumento mundial da queima de gasolinas e gasóleos com a saturação das capacidades de refinagem e transporte.
Em Portugal, há responsáveis que são cegos e surdos ao que se passa no Mundo. O Grupo Mello vendeu a Soponata por aquilo que lhe pareceu um bom preço a uma empresa americana. Pareceu-lhe um bom preço, mas não era, só que o velho Mello já nada percebe dos grandes negócios mundiais.
Durão Barroso e Manuela F. Leite estão cegos às consequências do choque petrolífero e continuam a querer vender a empresa estratégica nacional Galp, também por aquilo que lhes parecerá um bom preço para depois verificarem que não foi.
Na actual conjuntura, vender a Galp é mesmo traição à Pátria, mesmo que os compradores sejam nacionais e pior se forem estrangeiros. Se forem nacionais podem vender por valor superior passado algum tempo.
É importante que Portugal atravesse o actual choque petrolífero com uma empresa estratégica comandada por portugueses e de preferência pelo Estado. A questão dos 3% de défice é de segunda importância dada a crise que se adivinha e, além disso, os aumentos dos imposto, nomeadamante o do património, estão a criar uma situação de equilíbrio financeira que pode tornar desnecessária a venda de empresas estratégicas como a Galp e as do Gás ou a EDP e PT a estrangeiros.
O Mundo está a viver uma guerra mundial entre Ocidente e Mundo Árabe e o petróleo é uma arma fundamental para a defesa da soberania nacional.
Repare-se que a Galp é bem mais importante que os dois submarinos que custaram 800 milhões de euros - note-se para comparação que a barragem de Alqueva custou 160 milhões de euros.
É evidente que a China não pode continur a ver o seu consumo de "crude" importado à média de quase 10% ao ano. Terá de tirar proveito das suas gigantescas reservas carboníferas e produzir hidrocarbonetos sintéticos segundo o método Fischer-Tropsch utilizado pelos alemães durante a guerra.
O método passa pela hidrogenação do óxido de carbono e pode ser realizado em circuito quase fechado com pouca poluição. Não é utilizado nos países mais desenvolvidos por causa dos altos custos em mão de obra na extracção do carvão. Mas, a China possui reservas inesgotáveis de mão de obra. Na sua agricultura trabalham centenas de milhões de trabalhadores quase manualmente com uma produtividade muito baixa que pode aumentar com grande facilidade. Além disso, muitas minas chinesas têm o carvão quase à superfíce.
A Táctica do Organigrama
Os americanos estão a utilizar a táctica do organigrama nos milhares de prisioneiros que estão detidos nas suas bases espalhadas pelo Mundo e, como tal, fora dos princípios jurídicos americanos ou de outras nações.
A táctica do organigrama consiste em prender grande número de pessoas apanhadas ao acaso junto de locais onde se verificaram ataques e, mesmo, combatentes das resistências afegãs e iraquianas.
Submetidos a torturas mais diversas, das quais as do tipo sexual como as vistas nas fotos são as mais humilhantes nas sociedades muçulmanas, alguns prisioneiros confessam nomes de camaradas de combate ou até de superiores hieráriquicos e nome ou número das unidades em que actuam. Posteriormente, os americanos prendem os denunciados e colocam os seus nomes com os anteriores num organigrama. Os últimos voltam a ser interrogados para denunciarem mais alguns nomes e assim os americanos acabam por prender células de resistência completas e conhecer as suas ligações hierárquicas, prendendo também os comandantes da resistência.
Estão a fazê-lo em, pelo menos, vinte bases espalhadas pelo Mundo, nas quais as autoridades do País onde estão localizadas não têm jurisdicção. Talvez na base das Lages e na Rota estejam também prisioneiros acorrentados em hangares oficinas sujeitos às mais infames torturas.
Um jornalista alemão escreveu recentemente no semanário "Die Zeit" que o Mundo nada aprendeu com o passado e que os americanos estão a tornar-se nos nazis do Século XXI.