Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Sexta-feira, 15 de Junho de 2007
Indústria Eólica agora em Portugal
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O investimento estrangeiro tem estado a vir de uma forma normal, projecto a projecto, em função das oportunidades de negócio e, hoje cada vez mais, associado a empresas nacionais. Estas é que têm de servir de motor de arranque para os investimentos industriais de vulto como acontece agora com a EDP e a ENERCON alemã.

O Projecto Enercon é o resultado de o Governo apostar em força na energias renováveis, nomeadamente na eólica, de grande importância para um país como Portugal que não possui petróleo e as suas capacidades hidrícas são contingentadas pelo clima e pela orografia. E eis pois os primeiros resultados de uma política tornada credível desde que o eng. António Guterres, enquanto primeiro-ministro, lançou o primeiro programa eólico, continuada agora pelo eng. José Sócrates.

Assim, lê-se no Expresso o seguinte:

A Enercon assinou esta semana o contrato para a instalação de um complexo industrial destinado a abastecer os mercados nacional e de exportação de geradores que transformam vento em energia.

A Enercon, líder em Portugal com 30% do mercado, é o sócio tecnológico do Agrupamento Eólica Lusitana (AEL), grupo liderado pela EDP e que inclui três dos quatro principais promotores de eólicas - a Generg (parceria entre as fundações Oriente, Luso-Americana e Gulbenkian), a SIIF (participada do Grupo francês EDF), além da Enernova (EDP). A Finerge (do grupo Endesa) e a (Térmica Portuguesa (Grupo Sonae e Endesa), completam também integram o agrupamento.

O projecto Lusitana envolve a criação de um cluster de base industrial que fornecerá as centrais dos cinco promotores associados e será a garantia de que elas terão mais de 75% de incorporação nacional. O critério que mais pesa (45%) na hierarquização dos candidatos é o do parceiro tecnológico.

O complexo de Viana, com 30 mil metros quadrados de área coberta em terrenos cedidos pelos estaleiros navais, é uma parte (40 milhões de euros) do investimento de mil milhões, associado a toda a operação eólica.

Os novos parques eólicos vão gerar 6% da electricidade nacional, o equivalente ao abastecimento de 800 mil lares (um quinto do consumo residencial em Portugal) e a 30% da energia eléctrica importada no último ano.

Dsotto



publicado por DD às 22:38
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Segunda-feira, 11 de Junho de 2007
Novo Aeroporto: Pequena Vitória dos Interesses Financeiros

 

Os grandes interesses financeiros, nomeadamente o Banco Espírito Santo e o grupo de Belmiro, averbaram hoje uma vitória relativa e ainda provisória com o aparente recuo do governo quanto à localização do novo aeroporto de Lisboa.

O ministro Mário Lino encomendou um estudo para a zona de Alcochete ao LNEC que deverá estar pronto daqui a seis meses e que atrasa, portanto, os concursos para fazer a OTA.

Salta à vista de toda a gente que o desejo de ver um aeroporto na margem sul do Tejo tem a ver com os portentosos interesses financeiros como os do BES que possui imensas herdades e projectos turísticos do tipo Portucale, do grupo Belmiro com a Tróia e da CUF na nova versão com interesses em Setúbal e arredores de Alcochete para quem um aeroporto em Alcochete iria beneficiá-los. Saliente-se que o ex-ministro Cartroga está ligado ao grupo CUF.

Na Ota não há grandes interesses financeiros, mas há o interesse dos pequenos e médios industriais instalados em todo o Norte de Lisboa até Caldas da Rainha, Leiria, etc. Indústrias de moldes, plásticos, equipamentos industriais, vidraria, cristais e produção hortofrutícolas, centrais eólicas, pescas, etc. Claro, no sul também há alguma coisa, mas no âmbito da Região de Lisboa e Vale do Tejo, a margem sul tem cerca de 950 mil habitantes e a margem norte mais de 2,5 milhões.

A escolha da Ota tem a ver com a geografia económica e humana de Portugal associada à possibilidade de haver ligações ferroviárias a Lisboa (Gare do Oriente) com comboios de dez em dez minutos.

Alcochete terá comboios de 45 em 45 minutos como revela o Estudo da Empresa dos Aeroportos de Paris feito há alguns anos atrás e susceptível de ser consultado na Net sob o termo Naer na página inicial do Sapo. Estudo feito antes de passar pela Ponte 25 de Abril comboios de Setúbal, Alentejo e Algarve.

O novo aeroporto tornou-se palco da típica luta de classes que sempre existiu em Portugal; a luta travada entre pequenas e médias burguesias ou classes médias e os grandes interesses capitalistas. Por isso, o Estudo favorável a Alcochete foi apresentado ao Governo pelo presidente da CIP à revelia das respectivas Associações Industriais e dos próprios directores da CIP que só amanhã vão ser informados, pois os grandes banqueiros não fazem parte da CIP, sendo que a maior parte dos industriais portugueses é de dimensões médias e pequenas e, como disse antes, estão localizados a Norte do Tejo.

O engenheiro Van Zeller, presidente da CIP, é militante do PSD e está mais comprometido com os grandes interesses financeiros que com os interesses dos industriais. De resto, ele até nunca foi industrial. Teve um cargo importante numa empresa metalúrgica filial do grupo norte-americano Ferro, mas não consta que tenha sido sócio de alguma fábrica.

O PSD no Governo tinha escolhido a Ota e pediu e obteve apoios financeiros de Bruxelas para implementar o ante-projecto, nomeadamente os estudos para o mesmo. O governo Sócrates ao estudar tudo o que foi feito, concordou com a decisão do governo de Durão Barroso e continuou o trabalho.

Sucede que Marques Mendes, como provou nas suas intromissões nos assuntos da CML, tem interesses financeiros muito particulares e está sempre com certas pessoas e contra outras, ou seja, deve estar a favor daqueles que lhe pagam e se o BES depositou um milhão de euros na conta do CDS quanto não terá depositado na conta do PSD, um partido muito mais importante.

A solução Alcochete é aquilo que o engenheiro Van Zeller disse há pouco na televisão; algo com boas acessibilidades de táxi ou autocarros e não para os comboios.

Pessoalmente não tenho preferências pela localização desde que o acesso por via férrea seja possível com a rapidez e frequência que conheço de todos os aeroportos europeus, desde Madrid a Berlim, passando por Londres, Paris, Frankfurt, etc.

Mas, ao falar de via férrea não me estou a referir ao TGV. Basta um comboio à velocidade normal pois em 50 quilómetros de percurso não é possível acelerar a 300 km/h e não é preciso. A 120 ou 150 km/h o comboio estará na Gare do Oriente, vindo da Ota, em 20 minutos.

De Alcochete, a frequência será no mínimo de 45 minutos porque a composição ferroviária terá de passar pela Ponte 25 deAbril e meter-se nas linhas circulares de Lisboa que passam por Entrecampos, Roma e Oriente. Fará com isso mais de 100 km de percurso em linhas atravancadas com os comboios do sul do Tejo, Algarve, Sintra, Azambuja, etc. E a construção de uma nova ponte sobre o Tejo tornará o aeroporto de Alcochete imensamente caro.

Um aeroporto para táxis? Não, obrigado. O táxi ficava mais caro que a viagem de avião e embrenhava-se nos engarrafamentos lisboetas.



publicado por DD às 22:23
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Sexta-feira, 1 de Junho de 2007
Aeroporto de Portela

 

 

O Aeroporto de Portela registou em 2006 as seguintes estatísticas:

Aviões Movimentados: 132.456 (+6,7% que 2005)
Passageiros: 12.314.310 (+9,6%)

Nos dois primeiros meses deste ano, os movimentos aumentaram em 9,1% e os passageiros em 11,0%.

Admite-se que no mínimo, o número de passageiros suba este ano para ca. de 13.500.000.

Isto em anos de fraco crescimento económico e baixo consumo, pois o movimento de carga aérea (não bagagem) manteve-se quase estável com crescimentos de 0,2% apenas.

A utilização das instalações militares de Figo Maduro está prevista para muito antes de 2017 a 2020 em que estará concluído um aeroporto para mais de 17 milhões de passageiros, o qual deverá atingir os 47 milhões de 2045 a 2050.

Já agora foi construída uma nova gare de embarque e desembarque na Portela para os voos nacionais, devendo os "low cost" ir para Figo Maduro. Mas, nada disto resolve o problema para além de 2017 a 2020.

Toda a gente fala na situação actual ou dos próximos cinco a sete anos. O governo Sócrates faz como faria qualquer governo sério e competente, planeia para daqui a mais de vinte anos, sabendo que um novo aeroporto vai levar uns dez anos a construir.

O que se trata hoje é de saber se Portela dá para daqui a dez anos, ou seja, para 17 a 22 milhões de passageiros e isso todos os especialistas dizem NÃO. Com remendos, Portela dará para 13,5 a 14 milhões de passageiros.

Os estudos foram feitos e vão ser apresentados na AR, mas o que interessa verdadeiramente é saber quem vai concorrer e que condições vão aparecer os candidatos à construção e exploração e quantos.

Não acredito que os consórcios que se candidatem vão querer as opções mais caras, logo insusceptíveis de proporcionarem mais lucros.

De resto, a única revista especializada em aviação civil, a "Sirius" é favorável à OTA e é dela que retiro os meus conhecimentos. Sendo uma revista propriedade da Associação dos Pilotos Portugueses de Linhas Aéreas é óbvio que retrata as melhores posições técnicas que são as dos pilotos que diariamente utilizam o Aeroporto de Portela.

A deslocação para OTA será, sem dúvida, um incómodo para a grande maioria dos pilotos que devem habitar em Lisboa e, principalmente, a linha de Cascais. Não vivem nos bairros baratos de Alhandra, Vila Franca, Azambuja, Alenquer, etc.


 


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publicado por DD às 23:30
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