Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Sábado, 15 de Janeiro de 2011
IKEA cria Postos de Trabalho em Portugal

 

 

            O grupo IKEA do segundo homem mais rico deste Mundo arranca este ano com a terceira fábrica e cria assim 1.200 postos de trabalho.

            Na verdade, eu também sou trabalhador da IKEA; estou a escrever numa secretária da empresa com um mesa para a impressora/fax ao lado e várias estantes de uma das suas lojas. Para as comprar tive de tomar nota do que queria e ir ao armazém subir a várias estantes para colocar as caixas com as diversas peças num carrinho, passar pela menina da caixa e pagar.

            Em casa tive um trabalho imenso para montar todo aquele material.

            Enfim, sou trabalhador pagador da IKEA. É assim que se fazem fortunas no Mundo Ocidental; com ideias para pôr os outros a trabalhar. Viva a IKEA.



publicado por DD às 18:42
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A MENTIRA dos Lucros Fabulosos da SLN/Galilei

 

 

 

 

            Em todos os seus discursos, o “sábio” Jerónimo de Sousa diz que o Governo no BPN nacionalizou os prejuízos e deixou os lucros fabulosos na Soc. Lusa de Negócios, hoje Galilei. Nesta mentira, o PCP é acompanhado por muitos outros críticos, nomeadamente por Louçã que o tem afirmado muitas vezes na AR e até jornalistas e comentadores como o Sousa Tavares e outros.

            A MENTIRA é total. Hoje vem no Expresse Economia as contas da SLN/Galilei e podemos ler que teve em 2008 um PREJUÍZO de 169,6 milhões de euros, o qual desceu para 5 milhões em 2009 e deverá ser do mesmo valor em 2010.

            A redução do prejuízo foi conseguida com a venda das melhores empresas do grupo, nomeadamente a Royal Seguros e as produtoras de vinhos, etc. Assim, o grupo passou dos 4659 trabalhadores em 2008 par os atuais 2790 e continua a pagar as suas dívidas ao BPN. No balanço de 2010 ainda consta um passivo de 400 milhões de euros que está a ser pago ao BPN nas respectivas datas de vencimento.

            Se o Estado nacionalizasse o grupo SLN ficava com um importante prejuízo para resolver e, talvez, com 100 milhões de euros a devolver aos acionistas que tinham depositado em nome do grupo para adquirirem ações com direito de recompra ou ainda não emitidas, além de um passivo superior a 500 milhões de euros.

            Por outro lado, o ignorante Jerónimo de Sousa e muita outra gente não sabe que a maior parte das sociedades por quotas e ações são empresas de capital limitado e os sócios ou acionistas respondem apenas com o capital que meteram.

            Há tempos pensei em comprar ações do BPN que estava abaixo do preço da bica e até raciocinei da seguinte maneira: bebendo menos duas bicas por dia, eu poderia adquirir 730 ações que me ficariam por uns 350 euros. Imagine-se que o banco dava um estoiro de centenas de milhares de milhões de euros. Eu que tinha lá posto 350 euros ficaria responsável por uma parte desse estoiro quando não tenho qualquer papel na gerência do banco. Políticos como Jerónimo e Louça perdem a cabeça nos seus ataques, pensando que os portugueses são um povo de estúpidos que não lê e não sabe nada. Quem trabalhou muitos anos em empresas, mesmo como operário, sabe umas coisas do direito comercial, principalmente se participou em reuniões sindicais, etc. e sabe que é assim. Sucede que nem Jerónimo nem Louçã nunca trabalharam na produção, subiram na vida a falar barato; o Louça a dar aulas e o Jerónimo a repetir a cassete que herdou do Cunhal.

 

 

PS. O Expresso na sua fúria de escrever segundo a nova ortografia escreve fatura em vez de factura que continua a ser assim de acordo com o “Portal da Língua Portuguesa” da Fundação para a Ciência e Tecnologia que qualquer pessoa pode aceder pela Net e colocar nos seus favoritos. Para qualquer dúvida há lá o espaço para colocar a palavra antiga e prontamente vem a nova ou a mesma se não tiver sido alterada.



publicado por DD às 15:42
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Sábado, 1 de Janeiro de 2011
Europa: Em vez de uma Utopia, um Pesadelo

 

 

 

            A Europa, mais precisamente os 27 países da União Europeia, iniciam o ano de 2011 num autêntico regresso ao seu velho e tradicional tribalismo. Todos contra todos e nenhuma solidariedade nem vontade de encontrar soluções, incapazes de atuar e falar como todo devido a dois espinhos encravados na garganta daquilo que devia ser uma União, a senhor Merkel é um deles e a Comissão dirigida por tal Barroso é outro.

            A Merkel quer impor uma ausência de soluções para um problema que até foi ela a grande culpada quando em 2008 propôs a todos os parceiros gastarem o mais possível, fazerem obras, para evitar uma recessão global das economias europeias. A estúpida não pensou que não podia haver uma política keynesiana sem um banco emissor e sem endividamentos.

            De repetente, passado pouco mais de um ano, dá-se um volte face. A Merkel aliada ao Sarkozy quer o contrário quando as máquinas estatais estavam em funcionamento para empregar pessoas e da parte da Comissão não veio nada, nenhuma solução, nenhum esforço para estabelecer uma política económica verdadeiramente comum. Ninguém pensou numa homogeneização dos sistemas fiscais com um único IVA, uma único IRC e IRS com pequenas variações em função dos salários nos diversos países. Também não se quis impor um salário mínimo europeu, o qual poderia ser aumentado num ou noutro país em função dos valores já praticados. Depois não se quis um Banco Central Europeu e emitir moeda e obrigações europeias para conseguir uma redução mais gradual de alguns défices na Zona Euro.

            A União Europeia foi alvo de admiração de todo o Mundo, pela forma como se uniu e como mantém a democracia e todas as liberdades em todo o seu território e população de 502 milhões de pessoas.

            Hoje é alvo de uma certa chacota mundial e toda a gente se vira para a China, uma feroz ditadura simultaneamente comunista e capitalista ou vice-versa, vendo nela apenas o crescimento económico a partir da exploração dos seus trabalhadores.

            Nem Barroso nem nenhum líder europeu foi capaz de propor um mecanismo de proteção das economias mais fragilizadas e até pequenas da periferia europeia. Todos queiram para si os juros mais baixos na colocação de títulos de tesouro nos mercados e apontavam outros como perigosos não pagadores. A União Europeias necessita de colocar 1,6 bilhões de euros nos mercados, sim milhões de milhões, não mil milhões e, aparentemente, não há poupança suficiente. Nem a Merkel nem o Sarkozy queriam e querem ver que estão na mesma situação dos países mais pequenos, mesmo tendo economias mais fortes. Trata-se de muito dinheiro para os fundos e seguradoras ou investidores bancários, mas apenas um pouco mais de 5 euros por cada um dos 330 milhões europeus que utilizam o euro.

            Em termos de política geral e financeira, a Europa não passou ainda de uma idade infantil, mantendo aquele espírito tribal oriundo das tribos germânicas que derrubaram o Império Romano e instalaram-se nas suas várias províncias como reinos ou, mais modernamente, estados nações.

            Com um banco central que não centraliza nada e limita-se a manter uma taxa de juro muito baixa para refinanciamentos a curto prazo, o poder financeiro regressou aos bancos que foram até os grandes culpados da crise e continuam numa onda de exploração de quem neles deposita a pouco mais de 1% e quem quer um empréstimo e chega a pagar mais de 20% de juro anual. O BCE não controla a banca europeia e os antigos bancos centrais perderam todo o poder sobre os agregados monetários em euros. Não se emite moeda, prefere-se a valorização pela baixa de salários e redução de disponibilidades financeiras nas famílias e no Estado. A Europa não tem economistas, o euro chegou de repente sem que alguém tivesse pensado mesmo o que seria. Toda a gente só viu que podia passar de um país para outro sem ter de cambiar de moeda e mais nada. Os Estados comprometeram-se a manter défices abaixo dos 3% e ninguém pensou que podia surgir uma crise. Não se pensou em mecanismo de defesa contra a crise e continua-se a não querer pensar em qualquer coisa do género.

            Uma parte dos países europeus voltou-se em termos económicos para fora da Europa. Sócrates anda pelo mundo fora e já diz que o Brasil é uma prioridade para Portugal. Ele nada espera de uma Alemanha dominadora, governada por uma direita raivosa que odeia tudo o que é social. Portugal tem de se safar sozinho porque não pode  apostar numa Europa a fingir que se limita-se a ser cada vez mais uma união de grandes capitalistas corruptos, a começar pelos alemães, com uma comissão inoperante.

            Curiosamente, a sede daquilo que deveria ser uma União Europeia está num país, a Bélgica, que não consegue resolver o seu pequeno tribalismo local entre flamengos e francófonos num território do tamanho do Alentejo e vive há um ano ou mais sem um verdadeiro governo, além de ter uma dívida soberana gigantesca e défices incomportáveis.

            Neste momento discute-se o número de funcionários do Comissariado para as Relações Externas destinado a ter embaixadas que não representam nada nem ninguém. Nem sequer se procurou um modelo que permita aos pequenos países fecharem numerosas embaixadas e manter um diplomata seu nas embaixadas da União Europeia para tratar de assunto apenas relacionado com o seu país. Portugal poderia poupar bastante dinheiro nisso, mantendo embaixadas apenas em países de interesse especial, sem contudo perder vínculos diplomáticos com todos os países do Mundo, mas a custo muito mais baixo.

            A Europa necessita de um projeto novo de grandeza e solidariedade e não de se arrastar numa espécie de falência forçada que contradiz com as suas capacidades industriais, científicas e intelectuais.

            A Europa começou mal, pensando que bastaria uma união de mercadorias, capitais e circulação de trabalhadores para que o político viesse atrás. Recusou logo no início Forças Armadas Europeias e depois uma própria política europeia. O federalismo mitigado que muitos queriam não avançou e ficou uma espécie de nada.

            A Europa tinha condições para ser uma Utopia, um Sonho para meio bilhão de seres humanos, mas em vez disso está a transformar-se num Pesadelo para quase todos, sem soluções à vista.

           



publicado por DD às 23:16
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