A “Home Page” do Sapo apresenta uma sondagem para qualquer um responder uma só vez.
A pergunta é a seguinte:
O PSD com Passos Coelho é uma alternativa ao governo demissionário de José Sócrates?
Respostas:
Sim: 33% = 10.878 respostas
Não: 67% = 22.252 “
Total: 33.130 respostas.
Mais importante que as duas percentagens é o número de pessoas que deram a sua opinião porque nunca houve uma sondagem com tantas pessoas inquiridas. Raramente as sondagens chegam aos mil inquiridos.
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou no passado Domingo uma sondagem que dava a vitória ao PSD, mas era baseada em 800 e tal perguntas, das quais uns 20% não responderam.
Ora, é evidente que um universos de 600 e tal respostas nada tem a ver com as 33.130 do Sapo que podem ter alguns erros como respostas de crianças ou pessoas que responderam várias vezes em computadores diferentes
Não são muitas as crianças que se interessam por política e não deve haver muita gente com uma colecção de computadores em casa e se têm vários é porque geralmente há mais pessoas em casa como marido e mulher, etc. e nas empresas uma pessoa não pode geralmente andar a mexer nos computadores dos colegas.
O presidente Cavaco Silva falou de falta de ética na política. É verdade que na pequena política há muita falta de ética e ele não está de fora pois sabemos como foram distribuídos os apoios financeiros da então CEE à modernização da indústria portuguesa quando foi primeiro ministro.
Na origem da crise está uma grande falta de ética, mas não tanto nacional, mais europeia.
O Banco Central Europeu não atua como banco central porque não compra dívida dos estados, preferindo comprar os títulos no mercado secundário. Os estatutos foram feitos assim por falta de moral e ética na medida em que obedecem ao princípio de direita que querem ver os Estados falidos ou diminuídos, principalmente no apoio social, reformas, escolas, investigação científica, apoio à cultura, etc. Tudo isso é uma enorme falta de ética.
Mas, o pior é que o BCD compra no mercado secundário os títulos portugueses a júros muito elevados, 9% hoje, e aufere com isso importantes lucros, os quais são distribuídos pelos diferentes bancos centrais das 17 nações do euro.
Sucede que Portugal tem uma quota de cerca de 2%, a Alemanha de 18%, a França uns 14%, etc.
Assim, Portugal está a financiar a riquíssima Alemanha e depois a França e a Itália mais a Holanda, Bélgica, etc.
Isso é injusto e uma tremenda falta de ética que Cavaco como economista deveria saber e dizê-lo abertamente, mas não tem coragem.
A política de direita é sempre desprovida de ética na medida em que se destina a apoiar os mais ricos e os grandes bancos e empresas. A política de esquerda comete pequenos pecados, nomeando fulano ou cicrano do partido do governo, dando preferência a uma ou outra empresa, o que também é feito pelas direitas dado governarem o mesmo Estado que não querem grande, mas às vezes a satisfação de uma clientela obriga a manter certos serviços e foi isso que Cavaco fez ao longo de 10 anos como Primeiro Ministro que pretendeu reformar muito cedo grande parte do funcionalismo para colocar muita gente do seu partido.
Portugal é o terceiro país do Mundo com a maior produção de energia elétrica pela via eólica.
O Expresso revelou os números globais dos principais países com grande capacidade eólica sem atender à grandeza e número de habitantes. Assim, países como os EUA e a China estão muito à frente de Portugal, mas por em termos de produção de Megawats por milhão de habitantes estão imensamente atrás. Não há jornalistas em Portugal capazes de ver a realidade de uma pequena nação de 10 milhões de habitantes em comparação com uma de 1.400 milhões de habitantes.
Assim, em MW por milhão de habitantes, temos:
Dinamarca: 740
Espanha: 464
Portugal: 380
Alemanha: 318
EUA: 119
Itália: 88
França: 78
China: 24
Índia: 11
É quase o inverso dos números dados pelo Expresso Economia que colocava a pequena Dinamarca com 5 milhões de habitantes em último lugar quando é o maior produtor mundial por habitante seguida da Espanha e de Portugal.
Há uma incapacidade quase genética dos jornalistas do Expresso e de todos os outros órgãos de informação de colocarem Portugal no seu devido lugar. A Pátria tem de estar sempre em último lugar para gáudio masoquista dos maus escreventes portugueses.
A 31 de Dezembro de 2010 Portugal tinha já 2027 torres eólicas.
Na Líbia o Ocidente anda a enganar o Mundo. Na ONU foi decidida uma zona de exclusão aérea, o que significava que os aviões europeus deveriam voar sobre a Líbia e apenas evitar que aviões líbios bombardeiem alvos civis.
O que está a suceder é serem os aviões da NATO a bombardear a Líbia, tanto as forças militares de Kadhafi como até alvos civis, provocando grande número de vítimas.
É intolerável que, sem mandato do Conselho de Segurança da ONU, um país seja bombardeado. O fascista Sarkozy foi o primeiro e a mandar os seus aviões bombardearem a Líbia seguido por outros e os americanos dispararam mísseis de cruzeiro sem para isso estarem devidamente autorizados pela ONU.
O Governo português não pode deixar de protestar contra essa infâmia, tanto mais que o embaixador português foi nomeado responsável pelas sanções à Líbia, limitadas ao não fornecimento de armas a qualquer das partes em guerra.
A Alemanha, a Rússia e a China abstiveram-se de intervir no conflito e criticam o exagero dos bombardeamentos. Entretanto, as forças de Khadafi entraram em Benghazi e chegaram já à praça principal. Uma força pró-Khadafi foi bombardeada em plena cidade, provocando vítimas civis. A ONU não autorizou a intervenção terrestre dos aviões ocidentais. A Alemanha está a ser criticada por se recusar a enviar os seus aviões para bombardear os líbios. Portugal também não disponibilizou um único F-16 para o efeito. Por isso, Sócrates que está tão dependente da UE merece ser elogiado.
Na reunião da Assembleia de Freguesia do Lumiar da passada quinta-feira 10, foi posta à votação a possibilidade de o bairro de Telheiras se tornar numa nova freguesia separada do Lumiar.
A proposta partiu de um elemento do PS e tinha algum sentido, pois Telheiras é um bairro com características muito próprias, mas em compensação o Lumiar ficaria reduzido às zonas da Quinta do Lambert, Alta de Lisboa e Quinta das Mouras com mais um pouco do Lumiar velho e Alameda das Linhas de Torres.
A bancada do PS tinha liberdade de voto, pelo que eu e outros camaradas votámos contra tal como o PSD e o PS. Apenas o único representante do BE e a única do PCP votaram a favor, pois para esses partidos nada como algo para gastar mais dinheiro.
A proposta foi chumbada pela Assembleia e ficou de pé o acordo já votado na Assembleia Municipal entre o PS e o PSD que reduziu o número de freguesias de 53 para 24. Ainda são muitas, mas sempre é melhor que nada e esperemos que seja o arranque para uma ampla reforma administrativa de todo o País que aponte para redução de concelhos e freguesias e novas unidades administrativas em locais em que a população cresceu muito.
A redução do número de freguesias e do número de administrações, institutos, missões, empresas municipais, etc. é indispensável para acomodar as despesas do Estado na sua globalidade às receitas obtidas pelos impostos, sem esmagar o contribuinte. Claro, isso não terá um efeito positivo nos postos de trabalho, mas não há futuro para um país de défices que se alimenta de dinheiro emprestado e o empobrecimento dos contribuintes conduz igualmente à redução dos postos de trabalho.
A avaliar pelas manifestações de hoje, pelos discursos do Silva, Passos e outros, chegou a hora de deitar o Governo abaixo e entregar o destino do País aos eleitores.
José Sócrates e a sua equipa não conseguem dominar os mercados; os juros sobem quase diariamente e há quem admita que lá para o verão estarão já ao nível dos 11% como os que a Grécia e Irlanda estão a pagar. Por mais beijos que dê à Sra. Merkel ela não se comove pois as sondagens na Alemanha apontam para derrotas sucessivas do seu partido CDU e aliados CSU e Liberais e as mesmas sondagens dizem que os alemães não querem pagar as reformas e os salários dos trabalhadores de outros países. O modelo Euro com um Banco Central que não pode emitir moeda e adquirir a baixo juro dívida dos Estados só pode ser alterado com outro Artigo 126 do Tratado de Lisboa, o que implica referendos nalguns países.
Mas, como dá a entender Nicolau Santos no Expresso, ninguém tem a coragem de deitar abaixo o Governo.
Repare-se que a Moção de Censura do BE foi contra o PS e PSD como que a dizer ao PSD para não votar nela e não deitar abaixo o governo. Se Louçã quisesse mesmo fazer cair o governo, apresentava um texto consensual e um apelo a toda a oposição, mas não, fê-lo de maneira que se o PSD votasse a favor sairia derrotado como se fizesse parte do governo.
Cavaco fez um discurso duro, pelo que tinha a obrigação de dizer logo que vai demitir o governo e, eventualmente, dissolver a Assembleia da República para que se organizem novas eleições. Mas, não teve a coragem necessária para tal e não sei se a terá nas próximas semanas ou meses.
Estão todos à espera, como diz Nicolau Santos, de que Sócrates “Obviamente demita-se!
Mas que soluções podem advir de um bando de cobardes que têm medo de votar uma Moção de Censura simples a dizer apenas que o atual elenco não serve o País sem colocarem questões ideológicas ou outras.
Com o petróleo a subir e, bem assim, uma série de matérias primas e produtos alimentares e com a turbulência no Mundo Árabe e, talvez, noutros países, é óbvio que Passos tem medo de chegar ao poder e a dupla BE/PCP tem medo de ganhar eleições. As sondagens não apontam para isso, mas a degradação imposta pela União Europeia, a começar pela Alemanha, a Portugal é tão forte que até uma vitória da extrema esquerda é possível. Só que o sectarismo tanto do PCP como do BE devem ser um impedimento a uma união de esquerdas, a uma CDU que englobe os dois partidos mais uns apêndices sem que seja o Jerónimo ou o Louçã a mandarem, mas os dois em conjunto.
Desde os tempos de Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht, Trotsky e outros, o grande erro dos Partidos Comunistas foi não serem capazes de se aliarem a partidos tão de esquerda como eles e com programas semelhantes.
Seria interessante saber como vão outros governar o País; tanto a direita Passos e Portas ou a extrema esquerda Louçã e Jerónimo.
É óbvio que não iriam acalmar os mercados, antes pelo contrário, e que se quisessem mesmo ir aos bolsos dos ricos veriam milhares de milhões de euros voarem daqui para fora antes mesmo de tomarem posse. Toda a gente sabe que no exterior estão depositados quase 50% do Pib português pertencentes a cidadãos nacionais e muito dos lucros da banca resultam de vendas de investimentos feitos no exterior e de lucros vindos de fora que obedecem aos princípios de ausência de dupla tributação. Uma filial do Millenium na Polónia paga lá os seus impostos, pelo que não é obrigada a voltar a pagar IRC em Portugal, mas o banco gosta de englobar todos os seus lucros para criar confiança junto dos seus clientes.
O País não tem alternativa que não seja passar a viver dos seus próprios meios e para tal equilibrar a balança de transações correntes e deixar de ter um défice nas contas públicas. Não creio que seja possível chegar a isso sem sacrifícios tremendos e num prazo nunca inferior a uns quatro ou cinco anos. Mesmo assim, uma parte do OE terá de ser utilizado para o serviço da dívida pública, ou seja, pagamento de juros e prestações vencidas.
A Europa não é solidária porque a Alemanha não quer. Os pequenos países não se querem juntar para formar um bloco forte. Os novos países como a Roménia, Hungria, Polónia, etc. competem todos para atrair investimentos alemães, acenando com os seus baixos salários e o mesmo fazem outros países. A Espanha abre-se em facilidades para ter mais unidades de fabrico de automóveis alemãs, francesas, etc..
Portugal está no “fim do Mundo” europeu, não sendo o melhor local para investimentos externos e, além disso, os sindicatos não suscitam grande confiança, politizados como estão.
Veja-se o caso da Auto-Europa. A VW teve em mente fabricar aí os modelos Tiguan e Touran, o que triplicaria a produção e o número de trabalhadores, mas teve medo. Preferiu fabricá-los na Áustria e Hungria.
No fundo, somo um povo todo à rasca e é aí que está o problema.
Estamos numa época que os ditadores fogem com milhares de milhões saqueados aos seus povos ou matam a sua gente, bombardeando manifestantes como faz Khadafi. A mulher do ditador Ali da Tunísia tinha fugido antes do marido num avião com 1,5 toneladas de ouro do banco central do seu país.
Enfim, nenhum ditador deixou obra que se justifique. Se algo foi feito num ou noutro país é porque era rico em petróleo e gás natural ou, como na China, a ditadura oferece os seus trabalhadores à gula capitalista das multinacionais a 50 cêntimos à hora e assim consegue exportações fantásticas.
Mas, isto faz-me recordar as muitas vezes que oiço pessoas em Portugal a dizer que os problemas do País só se resolvem com uma ditadura. Manuela Ferreira Leite, quando líder do PSD, chegou a pedir uma ditadura de seis meses.
A ignorante não sabe que não há ditaduras a prazo ou a termo certo como nos contratos de trabalho. Para haver ditaduras de curta duração é preciso despachar prontamente o ditador ou o seu mentor a tiro. Foi o que aconteceu com o ditador João Franco que acabou quando despacharam o seu mentor Rei D. Carlos I no Terreiro do Paço ou com o Sidónio Pais que governou cerca de um ano até ser despachado à porta da estação do Rossio.
Em Portugal, sabem os lúcidos, qualquer ditador ou candidato tem de ser despachado a tiro ou à bomba antes de se instalar comodamente nos palácios do Poder. Caso contrário, arriscamo-nos a voltar a ser um povo perseguido durante décadas a fio
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