Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Sábado, 30 de Abril de 2011
Submarino "Arpão" e a Controversa Confusão da União Europeia

 

            Chegou ao Tejo o novo submarino “Arpão”, o segundo encomendado a estaleiros alemães pelo Governo PSD/CDS. Os dois custaram cerca de mil milhões de euros com uma pequena e indispensável dotação de armamento.

 

            Estes dois submarinos associados à posição tomada pela União Europeia sobre as auto-estradas ex-Scuts e o túnel do Marão causam uma profunda perplexidade a todos os conhecedores das finanças públicas com excepção dos economistas e da comunicação social.

 

            Os dois submarinos destinam-se a serem pagos ao longo de um período de vinte anos num sistema do tipo “leasing” financiado por um consórcio bancário liderado pelo BES. A empresa BESCOM de Londres, propriedade do BES, recebeu 33 milhões de euros como pagamento pelos serviços de engenharia financeira que terá prestado ao consórcio alemão dos submarinos. Esta verba parece que não entrou nos lucros do banco e não pagou impostos, tendo o dinheiro voado imediatamente para uma empresa “offshore” do banco como afirmou um magistrado do Ministério Público que anda ainda a investigar se se trata de serviços prestados ou outra coisa.

 

            O curioso disto é que o Eurostat obrigou o Estado Português a incluir o custo total dos submarinos nas despesas de 2010, aumentando assim o respetivo défice. Como é sabido, os submarinos não produzem receita para o Estado, mas sim uma despesa global em salários das guarnições, combustíveis e manutenção estimada anualmente em quase 10% do seu custo básico.

 

            Numa completa inversão, o Eurostat obrigou o Estado a incluir nas despesas de 2010, aumentando o défice, três lanços de auto-estrada e o túnel do Marão sob a pretexto de que iriam proporcionar receita ao Estado. Inicialmente eram para serem Scuts, sem encargos para o utilizador, tendo passado a serem portajadas. Mas, o mais curioso é que o túnel do Marão estará feito em fins de 2013, devendo o Estado passar a pagar prestações a partir de 2014, também quase do tipo “leasing”, durante longos anos. Outras auto-estradas verdadeiramente Scuts não foram incluídas retrospetivamente no OE de 2010, apesar de estarem em termos financeiros nas condições em que estão os submarinos. Não proporcionam receitas e são pagas a longo prazo.

 

            Será que na União Europeia há uma mãozinha maldosa contra Portugal ou apenas contra o governo do PS para facilitar uma vitória do PSD? Ou então é grande a confusão numa União que se revela cada vez menos o que pretendeu ser e está cada vez ao serviço de interesses mesquinhos de alguns poucos países eivados de uma espécie de racismo contra o sul da Europa.

 

 

NOTA: A Editora Náutica Nacional, Lda publicou agora um interessante livro intitulado "Os Submarinos na Marinha Portuguesa" da autoria do falecido jornalista e escritor naval Maurício de Oliveira e completado com dois capítulos dedicados à atividades dos submarinos da classe "Delfim" e aos atuais "Tridente" e "Barracuda".

O livro pode ser encomendado à Revista de Marinha revistamarinha@netcabo.pt ou pelo telefone/Fax 21-4001292 e custa 18 euros mais 2,1 de portes de correio.

 



publicado por DD às 20:28
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Quarta-feira, 27 de Abril de 2011
SIC Notícias = Tédio e Repetição

 

 

 

            Ouvi através da SIC Notícias o discurso de apresentação do programa eleitoral feito por Sócrates.

            A SIC Notícias deu o discurso e parece que alguns anteriores que não ouvi, mas depois convidou dois críticos ferozes do PS, o Sarsfield Cabral e António Teixeira. Ambos tentaram explicar que aquilo era tudo falso e não havia dinheiro para fazer seja o que for.

            Como não conheciam o programa da “Troika” e do PS e Sócrates não o reproduziu na integra puderam dizer o que lhes apeteceu e como não são políticos nem ideólogos, não souberam diferenciar entre o que é a matriz programática de um partido e qualquer situação conjuntural. Ambos diziam o mesmo por palavras um pouco diferentes.

            Em termos de honestidade e até de espetáculo televisivo, o interessante era ter dois comentadores com posições antagónicas e saber mais do programa do que aquilo que foi dito pelo PM como a promessa de extinção de mais de mil altos cargos de gestão e de mais de 60 organismos públicos. Os responsáveis pelas televisões devem saber que ninguém é obrigado a ver seja o que for e o maior crime que um canal pode fazer em termos jornalísticos é a repetição. Como em qualquer outra atividade económica, os êxitos resultam muito mais da criatividade e da apresentação de novidades e posições diferentes do que da eterna repetição tipo Medina Carreira que passou anos a dizer a mesma coisa. Mesmo quando se tem alguma razão não deixa de ser enfadonho para o consumidor do produto televisivo ouvir sempre o mesmo e o eterno Crespo a dizer mal do PS. O contrário provocaria igualmente o mesmo tédio. Uma televisão não deve ser uma simples fornecedora de enfado.

            Pena é que um homem como Sarsfield Cabral, que há décadas comenta a situação económica, desconheça o que foi a queda vertiginosa dos depósitos obrigatórios da banca residente no Banco Central Europeu. Em Agosto, andavam pelos 50 mil milhões de euros e em Fevereiro tinha caído para 38 mil milhões, sendo admissível que estão agora a um nível muito inferior a isso, o que provoca a queda do rating dos bancos e da própria República e foi a verdadeira origem do pedido de resgate, feito após reunião de banqueiros com o Banco de Portugal e depois com o Ministro das Finanças. A banca descurou o aforro nacional, favorecendo o consumo porque isso era do interesse dos oligarcas portuguesas como já expliquei.



publicado por DD às 22:34
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Segunda-feira, 25 de Abril de 2011
A Democracia Esmagada pelos Oligarcas Portugueses

 

 

 

 

 

 

Hoje, 25 de Abril, pergunto a mim mesmo se a democracia não morreu já, esmagada pelos oligarcas que conquistaram o poder, mandando os seus serventuários Lobo Xavier (criado do oligarca Belmiro) e António Barreto (servo do oligarca Alexandre Soares Santos) ao presidente Silva e ao Governador do Banco de Portugal com ordens para que o FMI e o BCE fossem chamados. Sócrates zangou-se com Teixeira dos Santos por este não ter querido resistir aos oligarcas e é Sócrates ainda o único político capaz de fazer frente aos oligarcas, já que Carvalho da Silva e a sua CGT/PCP só faz greves contra as empresas do povo como o Metro, CP, Soflusa, Carris e outras que além de pertencerem ao povo, servem o mesmo povo português e são as que pagam os mais altos ordenados aos seus trabalhadores como se pode ler num post sobre o assunto aqui neste blog.

 

Efectivamente, quem anda no mercado a vender sementes, sabe pela voz dos agricultores como dos pescadores que os dois oligarcas Belmiro de Azevedo e Alexandre Soares dos Santos mataram a agricultura portuguesa, comprimindo os preços pagos aos agricultores e pescadores e importando do estrangeiro grande quantidade de produtos alimentares. Praticamente, só compram couves e alfaces à agricultura nacional porque se estragam rapidamente na importação. Os oligarcas pagam aos agricultores a 10 cêntimos a alface para venderem nas suas lojas monopolísticas a 1 euro ou mais. E não é só isto, também destruíram a indústria nacional de bicicletas e electrodomésticos, importando da China aquilo que deveria ter dado trabalho aos clientes das suas superfícies comerciais e depois foram investir no estrangeiro os lucros proporcionados pelos portugueses. O oligarca Belmiro colocou a sede das suas empresas no estrangeiro para pagar impostos provenientes dos lucros obtidos pelos pobres portugueses aos riquíssimos holandeses.

 

Ricos como são, contratam para seus servos intelectuais como o António Barreto e o Lobo Xavier que não se cansam de atacar o Partido Socialista e o Sócrates quando os culpados da crise são os seus patrões.

 

Estes e outros oligarcas causaram a gigantesca dívida ao estrangeiro. Através dos seus jornais e influência nos meios de comunicação colocaram tais exigências ao Estado que este entrou em derrapagem financeira depois da crise provocada em simultâneo pela banca americana e pelo Banco Central Europeu.

 

António Barreto não é suficientemente inteligente para ter descortinado, nem que seja agora, que houve uma bolha financeira provocada pelo BCE que esteve anos a ceder liquidez a 1 %, fazendo com que a banca portuguesa descurasse o aforro nacional e, repentinamente, por ordens da Merkel, o BCE fechou a torneira, atirando os governos endividados para as patas especulativas dos mercados.

 

A poupança nacional não interessava aos oligarcas Alexandre dos Santos e Belmiro de Azevedo pois queriam que o povo gastasse o seu dinheiro nas porcarias que vendiam nas lojas Worten, supermercados, etc.; sempre computadores mais novos quando muita gente já tinha computadores perfeitamente funcionais, telemóveis, televisores, etc., etc. Tudo menos poupança, tudo menos seriedade, tudo menos o interesse nacional, só a ganância do lucro.

 

Enquanto o povo gastava nas Worten que mandavam os euros para fora, a banca seca de dinheiro português importava euros para facilitar pagamentos a prestações e recusava quaisquer empréstimos à produção nacional, tanto primária como secundária. Homens como Salgado Espírito Santo e outros estão igualmente na origem da crise devido à sua ganância. Para depósitos a prazo, a banca residente no país, toda combinada entre si, tinha o descaramento de oferecer juros a 1%. O banco Santander chegou a propor depósitos a 5 anos a começar por 1,2 e terminar nos 3%, mas o depositante tinha de adquirir previamente 10 mil euros em ações do banco em causa. Que descaramento? Que ganância?

 

Os oligarcas querem um governo PS/PSD/CDS para tirar ao povo as migalhas que lhe restam e assim servir os interesses do capital europeu, a começar pelo alemão, o grande credor da banca portuguesa.

 

Querem fazer como na Grécia que está pior que há um ano atrás e com a Irlanda, cuja situação piora de dia para dia. Talvez a Espanha venha a ser a próxima vítima e depois quiçá a Itália, a Bélgica e a França. Não importa, quanto mais crise, mais ricos e mais numerosos serão os oligarcas europeus que juntamente com os oligarcas russos, chineses, indianos e brasileiros querem um Mundo todo dominado pela mais gananciosa oligarquia que a História alguma vez conheceu.


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publicado por DD às 16:59
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Domingo, 24 de Abril de 2011
Défice de 2010?

 

 

 

 

            O Eurostat, portanto a União Europeia, terá obrigado o INE a rever as contas do défice de 2010 para nelas incluir o investimento no túnel do Marão e em duas autoestradas.

            De acordo com “regulamentos” da EU, o custo das obras deverá ser considerado despesa de 2010, apesar de se tratar de um contrato de parceria entre a Estradas de Portugal e entidades bancárias a ser pago ao longo de muitos anos e de as referidas vias terem deixado de ser Scuts para estarem sujeitas ao pagamento de portagens.

            O túnel do Marão ainda não está acabado e os contribuintes não pagaram ainda as referidas obras, mas vão pagá-las anualmente ao longo de mais de vinte anos e, ao mesmo tempo, vão receber as receitas das portagens.

            Não estou a ver que nos próximos anos, o Estado pague sem contabilizar e apenas contabilize as receitas ou não as contabilize. Não sei qual o critério obrigatório da EU.

            A realidade é que as obras não foram pagas em 2010, excepto talvez uma pequena prestação inicial, pelo que a contabilização como despesa não corresponde à realidade e tanto faria se houvesse ou não receita no futuro. Nos próximos anos, o Estado terá de receber R de receita e pagar P de despesa, mas em dinheiro real, não estatístico ou resultante de algum empréstimo fora da parceria público-privada. Os privados adiantaram dinheiro e vão ser pagos anualmente e os utentes pagarão outro tanto. P pode ser maior ou menor que R. P reduz a dívida aos parceiros que nada receberam em 2010.

            Numa empresa privada, aquilo que a EU quer representaria uma dupla fraude. A empresa não pode contabilizar uma despesa que não fez e nem pode contabilizar integralmente um qualquer investimento nem que seja uma simples impressora. Terá sempre de amortizar o investimento ao longo dos anos determinados pelo código do IRC, mesmo que tenha sido integralmente pago no ato da aquisição.

            Falei com várias pessoas acerca deste assunto e ninguém compreende, pois o resultado será o de nas contas públicas o investimento não poder deixar de estar a dobrar, ou seja, o valor incluído em 2010 e os valores anuais a serem pagos aos parceiros das obras em causa, haja ou não receitas, pois estas serão o equivalente a taxas se forem recebidas pelo Estado, o que não parece ser o caso, pois enquanto Scuts, como esteve previsto, o Estado pagava as portagens de cada carro aos parceiros ou concessionários, mas os noticiários dizem que é o Estado que recebe o dinheiro das portagens e vai entregar, como previsto, aos concessionários.

            Seja como for, a verdade é que o Estado não pagou a obra em 2010 e vai pagar no futuro como paga muitos equipamentos e obras feitos no passado. Cito, os comboios do Metro de Lisboa adquiridos em “leasing”, tal como o autocarros da Carris, os comboios da Fertagus que pertencem à CP que os adquiriu em “leasing” e os alugou à Fertagus, já que esta empresa não tinha capacidade financeira para comprar comboios nem era suficientemente credível para que adquirir em “leasing” a algum consórcio bancário.

            Enfim, a minha sapiência esgotou-se. Não compreendo o funcionamento da EU e, menos ainda, do BCE. Parece-me que há qualquer coisa como conspiração para alcançar objetivos políticos ou simplesmente técnicos. Seja como for, cheira mal, a atuação do Interstat da EU.



publicado por DD às 23:08
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Quinta-feira, 21 de Abril de 2011
Troica ou Pai Natal?

 

 

 

Este Senhor Gajo não tem cara de Pai Natal. Contudo, toda a gente que foi falar com a troica, FMI. BCE e EU, fê-lo como quem vai pedir alguma coisa ao Pai Natal. Os representantes de turismo querem um IVA de 6% para o golfe, o patronato quer pagar só 12,5% de IRC, os banqueiros querem apoios especiais do BCE e, aparentemente, ninguém percebeu que os homens da troica não vieram ouvir os desejos do país e, menos ainda, os dos oligarcas e magnatas ou dos sindicalistas. Eles querem saber se o os portugueses têm a consciência que devem fazer sacrifícios para pagar um empréstimo de 80 mil milhões de euros a juros muito mais baixos que os que têm sido praticados nos mercados e que levaram o Governo a pedir tal empréstimo para liquidar as dívidas anteriores e reduzir a despesa do Estado em juros. Como é sabido, os títulos do tesouro podem ser resgatados pelo Estado a qualquer momento. Quer dizer o comprador pode ver de repente o Estado devolver-lhe o dinheiro que empatou mais os juros vencidos, mesmo que não o desejasse.

 

Nas crises anteriores e pouco antes de Portugal entrar no euro, o serviço da dívida inscrito nos Orçamentos de Estado chegou quase a consumir 30% das receitas. Ora, não pode haver regalias para ninguém se chegarmos outra vez a uma situação destas.

 

O pedido mais ridículo é o da descida do IRC, um imposto que incide sobre os lucros das empresas, pelo que não é pago se não houver lucro. As microempresas que tenham lucros até 12.500 euros anuais pagam 12,5% de IRC e as outras pagam 25% sobre os valores superiores aos tais 12.500 euros. Numa situação de ausência de crise fiscal portuguesa e europeia em geral, teria sentido isentar mesmo a parte do lucro reinvestida na empresa, mas não agora.

 

Para uma melhor elucidação do caráter geral da crise, reproduzo aqui um artigo do jornal espanhol El Pais de hoje:

 

 

La crisis fiscal europea ha demostrado a lo largo del año que lleva en marcha que es mejor no subestimarla. Cualquier chispa es capaz de reavivar las llamas en un mercado que se ha vuelto tan inflamable como la paja. Ahora ha sido la posible reestructuración de la deuda de Grecia la que ha reactivado las turbulencias. Y si Atenas vuelve a caer, España tiene muchas opciones de abrasarse por el efecto dominó que generaría otra tragedia griega entre los países más frágiles de una eurozona ya debilitada. Pese a ello, España ha logrado desmarcarse otra vez del grupo de cabeza de la crisis, aunque no le ha salido barato.

En un mercado enrarecido por Grecia, el Tesoro español logró colocar ayer 3.372 millones en deuda a 10 años hasta rozar los objetivos máximos de la subasta, fijados en 3.500 millones. No obstante, para superar las mayores dudas, se vio obligado a elevar el rendimiento de los bonos del 5,179% que pagó en marzo al 5,483% de ayer.

Este interés se situó por debajo del 5,6% que abonó el Tesoro en una emisión sindicada en enero a 10 años, pero este tipo de operaciones siempre exige unos tipos más altos. Sin contar con ella, hay que remontarse a diciembre, cuando el mercado reaccionó con nervios al rescate de Irlanda, para encontrar un nivel similar. Entonces abonó un 5,49%, lo que supuso un máximo desde 2000. Por tanto, el coste del Estado para financiarse se mantiene en los niveles más altos de los últimos 11 años.

Gracias a subir el precio, pero también a que el país mantiene la confianza de los inversores, la demanda aumentó frente a la anterior operación a 10 años hasta duplicar la oferta.

El resultado de la subasta fue recibido positivamente por los inversores, que suavizaron su presión sobre España hasta reducir la prima de riesgo. Este diferencial, que equivale al sobreprecio exigido a los bonos a 10 años frente a los alemanes, bajó seis puntos básicos, hasta 216. No fue un gran descenso, pero si se compara con lo que pasó con Grecia, Irlanda y Portugal, que registraron la evolución inversa, adquiere su relevancia. También las Bolsas reaccionaron al alza.

"Teniendo en cuenta que venimos de una situación con una subida de la prima, la subasta es un pequeño alivio", destacó Nicolás López, de MG Valores. José Carlos Díez, de Intermoney, abundó en que "el mercado la absorbió muy bien".

Portugal, donde continúan las negociaciones sobre el rescate, también acudió ayer al mercado para vender letras a tres y seis meses. Estos títulos vencerán cuando el país ya cuente con los 80.000 millones de la ayuda financiera del FMI y la UE, lo que es una garantía de pago. Pese a ello, tuvo que subir los intereses medio punto porcentual hasta el 4,046% en las letras a tres meses y al 5,529% a seis, cerca de lo que paga España para financiarse a 10 años. Mientras, el acoso contra su deuda no cedía y sus bonos a cinco años rebasaron otro récord en el mercado secundario, al superar el 11%.

Las turbulencias en la deuda, advirtió la agencia Moody's, pasarán factura a las empresas de los periféricos, que necesitan refinanciar 920.000 millones hasta 2014. En su opinión, un "riesgo clave" que hace aún más necesario usar ya los extintores

 


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publicado por DD às 22:03
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Quarta-feira, 20 de Abril de 2011
Pedro Passos Coelho e o Plafonamento das Reformas

 

 

            Pedro Passos Coelho mostra uma enorme ignorância quanto ao funcionamento do Estado. Ele disse há dias na TSF que queria um plafonamento das reformas pagas pelo Estado sem especificar em que situação.

 

            Sujeito a muitas críticas, fez marcha atrás e veio afirmar que isso se aplicaria apenas aos funcionários que entram agora ao serviço. Ora, o putativo primeiro-ministro não sabe que há já alguns anos que os novos funcionários do Estado estão sujeitos ao mesmo regime dos privados com reforma máxima ao fim de 40 anos de serviço e a partir dos 65 anos, sendo calculado um ordenado de referência que é a média dos ordenados de toda a carreira contributiva devidamente corrigidos da inflação. A reforma é de 80% do ordenado de referência corrigida para baixo em função do aumento da esperança de vida.

 

            Como ninguém começa a sua carreira na função pública como juiz do supremo, general, almirante ou diretor geral torna-se óbvio que as reformas futuras não serão os últimos ordenados das pessoas que ocupam altos postos.

 

            Tenho dúvidas que isso se aplique ao governador do Banco de Portugal e presidente do CA da CGD, os quais, devido à extrema sensibilidade e responsabilidade das suas funções são capazes de ter um regime algo melhor, mas não creio que serão esses ordenados que farão o País continuar altamente endividado.

 

            Nas empresas públicas, nomeadamente as de transportes, os salários não são tão altos como nas privadas que muita gente julga que são públicas como a PT, EDP, Cimpor, Galp, Soporcel, etc.

 

            Enfim. Pedro Passos Coelho nunca dirigiu um serviço público e, naturalmente, mostra pouco ou nenhum conhecimento do se passa.

 

            Já li num jornal que tem 60 conselheiros. Não acredito que com tanto conselheiro possa aprender alguma coisa e tenha tempo para falar com todos.

 

           



publicado por DD às 19:30
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Segunda-feira, 18 de Abril de 2011
Alexandre Soares dos Santos

 

 

 

 

 

 

                Há dias, o Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos, presidente do C. A.  do grupo merceeiro Jerónimo Martins deu uma entrevista à televisão e mostrou a sua preocupação com a situação atual do País, dizendo que muitos dos seus funcionários passam fome e alguns roubam para comer.

 

                É evidente que passam fome porque são mal pagos, provavelmente pelo ordenado mínimo ou quase e se um dos cônjuges entrou no desemprego, a situação torna-se dramática para a família em causa.

 

                Contudo, o Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos recebeu de remuneração como administrador em 2010 a módica quantia de 1.131.940 euros. Em pleno ano de crise teve um aumento de 98 mil euros ao mesmo tempos que o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, os Ministros e os quadros do Estado e todos os funcionários com vencimentos superiores a 1.500 euros viram os seus rendimentos  diminuírem.

 

                Os outros dois administradores  da Jerónimo Martins foram aumentados em 100 mil euros no decurso de 2010, tendo recebido de ordenados de um pouco mais de 700 mil euros.

 

                Para além disso, o Sr. Elísio Soares dos Santos e outros familiares vão receber uns chorudos dividendos de mais alguns milhões de euros, pois são grandes acionistas do grupo que herdaram de pais e avós, além do que recebem da Polónia que vai certamente para um offshore qualquer.

 

                É fantástico que oligarcas portugueses venham com preocupações sociais sem a mais pequena noção das responsabilidades que têm. Querem que sejam as numerosas pequenas classes médias a pagarem tudo, enquanto  que os oligarcas que ganham muitos milhões por ano não se sentem obrigados a fazer qualquer coisa. E como merceeiros que são nada  fabricam e vivem daquilo que o povo gasta para comer cada vez mais mal, explorando  largamente os agricultores nacionais. Sim, o grupo JM compra alfaces aos agricultores a 10 cêntimos para as vender a um euro. E não importa alfaces ou couves porque se estragam rapidamente no caminho.

 

               O Elísio devia ter vergonha na cara ao dar aquela entrevista e devia ter dito quantas vezes ganha mais que o primeiro-ministro José Sócrates e que deve ser umas trinta vezes mais, sabendo-se ainda que se trata de um lugar a prazo ao contrários dos oligacarcas que têm emprego e posição vitalícia e herdável.

 

 



publicado por DD às 11:57
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Domingo, 17 de Abril de 2011
Os Salários da CP

 

 

 

 

 

Os trabalhadores da CP têm vencimentos anuais muito acima da média portuguesa. De acordo com a folha salarial da CP, um inspector-chefe de tracção recebe 52,3 mil euros, há maquinistas com salários superiores a 40 mil euros e operadores de revisão e venda com remunerações que ultrapassam os 30 mil euros por ano.

 

No total, os trabalhadores da CP dispõem de 195 itens que contribuem para engordar a sua remuneração variável no final do ano. O número atípico de apoios, ajudas e subsídios tem contribuído para que a empresa engrosse a factura com remunerações. Em 2009 foi de 104,5 milhões de euros anuais (segundo os últimos dados disponíveis).

«O salário dos maquinistas, por exemplo, engloba abonos de produção, subsídios fiscais, ajudas de custo e subsídio de agente único», explica fonte oficial da empresa pública. «Só por se apresentar ao trabalho, cada maquinista recebe mais de seis euros por dia, devido ao subsídio de assiduidade».

 

Os diversos subsídios são resultado das negociações entre as várias administrações que têm passado pela empresa e os sindicatos de trabalhadores ao longo dos anos. Ao todo, representam mais de metade - 54,3% - dos encargos totais com salários.

Apenas em subsídios de condução, a CP gasta cerca de quatro milhões de euros, aos quais se juntam 2,4 milhões de euros em prémios de condução e 3,3 milhões de euros em prémios de chefia.

 

«O tempo médio de escala dos maquinistas é de oito horas por dia, num total de 40 horas semanais. Mas, em média, o tempo de condução está entre as três e as quatro horas diárias», sublinha a mesma fonte.

 

Já as diuturnidades (subsídio por antiguidade) custam 3,3 milhões de euros à empresa e os gastos com o pagamento por trabalho em dias de descanso não compensados ascendem aos 4,5 milhões de euros.

 

Os trabalhadores da CP estão em greve às horas extraordinárias até ao final de Abril, devido ao anúncio de 815 despedimentos no grupo e aos cortes salariais exigidos pelo Governo.

 

Também no Metropolitano de Lisboa, outra empresa detida pelo Estado, existem vencimentos de luxo. Há uma secretária administrativa que recebeu 64,6 mil euros em 2009, dos quais 5,7 mil dizem respeito a subsídios de carreira administrativa.

 

No total, existem 14 técnicos superiores que ganham mais do que os vogais do conselho de administração. Um destes técnicos auferiu 114 mil euros em 2009, mais 42 mil euros do que o chairman.

 

SOL

 



publicado por DD às 17:54
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Quarta-feira, 13 de Abril de 2011
Democracia Suspensa em Portugal - Eleições sem Valor Real

 

Artigo do New York Times fala em 'pressão injusta e arbitrária' sobre Portugal

13 de Abril, 2011

 

Portugal foi vítima da «pressão injusta e arbitrária» dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo, defende o sociólogo norte-americano Robert Fishman.

Em artigo no New York Times de hoje, intitulado «O Resgate Desnecessário de Portugal», Fishman diz que o pedido de ajuda português, depois do irlandês e do grego, «deve ser um aviso a democracias em todo o lado», porque «não é realmente sobre dívida».

«Portugal teve um forte desempenho económico nos anos 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor que vários outros países na Europa, mas foi sujeito a uma pressão injusta e arbitrária dos negociadores de obrigações, especuladores e agências de rating », afirma o professor de sociologia da Universidade de Notre-Dame.

Estes agentes dos mercados financeiros conseguiram, por «razões míopes ou ideológicas» levar à demissão de um Governo democraticamente eleito e potencialmente «atar as mãos do que se lhe segue», adianta Fishman, autor de um livro sobre o euro.

«Se forem deixadas desreguladas, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos - talvez mesmo dos Estados Unidos - para fazer as suas próprias escolhas sobre impostos e gastos», sublinha Fishman.

O sociólogo estabelece semelhanças entre Portugal e a Grécia e Irlanda, mas ressalva que enquanto estes dois países apresentavam «problemas económicos claros e identificáveis», Portugal «não tinha subjacente uma crise genuína» e foi sim «sujeito a ondas sucessivas de ataques por negociadores de obrigações».

O contágio no mercado e os downgrades de ratings tornaram-se numa «profecia que se realiza a ela mesma», uma vez que as agências «forçaram o país a pedir ajuda elevando os seus custos de financiamento para níveis insustentáveis».

«Distorcendo as percepções de mercado da estabilidade de Portugal, as agências de rating - cujo papel de favorecimento da crise do subprime nos Estados Unidos foi amplamente documentado - minaram quer a sua recuperação económica, quer a liberdade política».

Agora, Portugal enfrenta políticas de austeridade impopulares, que vão afetar empréstimos a estudantes, pensões de reforma, alívio da pobreza e salários da função pública.

Fishman sugere que as descidas de rating e pressão sobre a economia resultaram ou de «ceticismo ideológico em relação ao modelo de economia mista em Portugal», ou de «falta de perspectiva histórica» relativamente a um país onde o nível de vida subiu rapidamente nos últimos 25 anos, tal como a produtividade, enquanto o desemprego desceu.

Embora o optimismo dos anos 1990 tenha resultado em «desequilíbrios económicos resultado de gastos excessivos», Fishman defende o desempenho recente do país pós, e mesmo que a queda do governo é «política normal» e «não incompetência, como alguns críticos de Portugal têm retratado».

O sociólogo levanta também a questão de o BCE não ter comprado obrigações portuguesas de forma «agressiva» para afastar a última onda de «pânico» nos mercados, e a necessidade de regular as agências de rating na Europa e Estados Unidos.

«A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 marque o início duma onda de usurpação da democracia por mercados desregulados, com a Itália, Espanha e Bélgica como próximas vítimas potenciais», afirma.

 

 

Opinião de Dieter Dellinger: Este artigo vem no seguimento de outros escritos pelos Nobel da Economia, Paul Krugman, que diz que o BCE foi o grande culpado das crises das dívidas soberanas porque criou a bolha financeira até 2006 e depois fechou a torneira da emisão de moeda. Primeiro proporcionou liquidez a mais aos bancos privados que compraram títulos de dívida público a juros relativamente baixos. Ao mesmo tempo levou-os a desprezarem o aforro nacional. A banca portuguesa pagava menos de 1% ao ano por depósitos a prazo, o que incentivou muita a gente a comprar carros e fazer viagens do que amealhar algum dinheiro. Agora, essa mesma banca, luta com falta de liquidez e fez pressão, em conjunto com os mercados financeiros, para levar Portugal a pedir apoio ao FMI/FEEF, a fim de ser os sistemas financeiros a governar Portugal.

 

Vamos ter eleições, mas nenhum dos governadores do País que cá estão vâo ser submetidos a votos. Eles vão mandar no Silva, no Coelho e no Sócrates e a democracia pode dizer que ficou suspensa em Portugal.



publicado por DD às 22:22
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Terça-feira, 12 de Abril de 2011
As Dívidas Públicas ou Soberanas dos outros

 

 

 

 

 

 

 

 

O Banco Central Europeu (BCE) disse esta segunda-feira que, na passada semana, não comprou dívida soberana, quando os responsáveis do banco insistem com os Governos para que aumentem as responsabilidades para resolver a crise de dívida da Zona Euro.

Depois de três semanas sem intervir no mercado, o BCE tinha comprado, na última semana de Fevereiro, 369 milhões de euros em dívida soberana, mas voltou esta semana a não intervir.

A compra de obrigações da Zona Euro no mercado secundário, por parte do BCE, sustenta os preços dos instrumentos de dívida e ajuda a baixar as taxas de juro que os países teriam de pagar.

Desde que o programa de compra de dívida arrancou em Maio de 2010, o BCE já comprou cerca de 77,5 mil milhões de euros em obrigações.

A suspensão das compras de instrumentos de dívida no mercado coincidiu com uma atitude mais firme face às pressões inflacionistas que o BCE tomou na passada semana, quando o presidente do banco central, Jean-Claude Trichet, indicou que a instituição poderá aumentar no próximo mês as taxas de juro de referência.

Trichet sublinhou que as medidas «pouco convencionais» ¿ incluindo a compra de dívida ¿ deverão continuar, mas os analistas consideram que o BCE terá dificuldades em conciliar o programa de compra de obrigações com políticas monetárias mais restritivas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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