O Nobel da Economia Paul Krugmann definiu a política monetária da Europa como sadomonetarista. Eu, não via tanto a Merkel vestida de cabedal a chicotear o Passos Coelho, o Rajoy e os PM da Irlanda, Grécia e Itália todos de cócoras e nus, preferindo outra classificação, a de Suicidomonetarismo.
Efetivamente, a crise monetário atingiu a Espanha, a quarta maior economia europeia com 47 milhões de
habitantes depois de ter deixado de rastos a Grécia, a Irlanda, Portugal e Chipre está em vias de cair. Tudo indica que a terceira maior economia da
Europa, a Itália com mais de 60 milhões de habitantes também está carente de moeda e tem em simultâneo os bancos e o Estado em dificuldades e o problema provocou um tal aumento do desemprego nestes países e até noutros que o
laureado Krugmann pergunta no seu blog: “porque resgatar os bancos e não os
desempregados”.
Talvez já seja tarde para salvar a Europa e, mesmo assim, não foram tomadas medidas para tal. Os alemães continuam obcecados com a inflação de 1923 e esquecem a data de 1933 em que a democracia morreu na Alemanha quando o problema da inflação estava de todo resolvido, mas tinha-se iniciado em quase toda a Europa uma crise bancária menos grave que a atual, dado que cada país tinha a sua moeda e as suas
alfândegas.
Todos querem resolver os seus problemas pela exportação e para tal pretendem uma redução salarial como ouvi agora o Gomes Ferreira da Sic defender. O homem tem razão, mas os salários deveriam descer, se fosse possível decretar isso, ao mesmo tempo que desciam os impostos, os lucros de todas as empresas, as tarifas de eletricidade, telefones, gás, água, comboios e os preços dos combustíveis, etc. Seria uma desvalorização do euro em Portugal que tornaria o país mais competitivo. Agora descer os salários dos trabalhadores, proletarizar uma parte das classes médias e manter salários milionários de gestores incapazes e impostos cada vez mais alto é uma política de agressão social que só conduz ao desastre, além de que
os impostos impossíveis de serem pagos por uma parte importante do tecido económico nacional é pura paranóia.
A União Europeia vai, sem dúvida, exigir uma cura de austeridade à Espanha e vislumbra-se pelo que se já sabe que o apoio do Estado/EU à banca em Espanha é uma espécie de imposto. O Estado espanhol receberá 100 mil milhões de euros em tranches a 3,5% para emprestar à banca a 8,5%. Os 5% de diferença são um imposto e um engano porque vão tornar o crédito à agricultura, indústria e turismo demasiado caro.
Mas é curioso que a Espanha era considerada como um país exemplar com défices zero até 2009 e quase 2010 e uma dívida pública razoavelmente baixa.
Mas, tudo começou com bolha imobiliária criada por Aznar que no seu governo decretou que todo o território é urbanizável com exceção de alguns parques naturais. A partir daí,com os créditos bancários toda a gente comprou casa, mesmo sem ter meios para isso e sem que a economia tenha tido moeda em quantidade suficiente. O Banco de Espanha era tido como o que melhor controlava a banca privada e cooperativa espanhola, mas afinal não controlou nada e Rajoy chegou a privatizar esse controle ao encarregar agências de rating para investigarem os bancos
espanhóis.
A Espanha com um quarto da sua população ativa desempregada vai entrar em colapso social porque o desemprego vai aumentar muito mais e é capaz de passar dos 35% com o vizinho Portugal a aproximar-se perigosamente dos 20%. Sem investimentos, sem obras e apenas com austeridade para onda vamos todos?
Eis a pergunta que ninguém quer colocar e responder, mas as cenas de pancadaria verificadas hoje entre os mineiros asturianos e a polícia de choque fazem-me recordar a revolta mineira das Astúrias em 1934, sufocada com grande brutalidade pelo general Franco, ainda apenas general, e que foi um prelúdio da guerra civil que rebentou dois anos depois.
Será que a política sucidomonetáriavai conduzir a Espanha e alguns outros países como a Grécia a guerras civis e no quadro de uma Europa dita unida podem algumas guerras ficarem localizadas esem se espalharem por quase todo o continente sob a forma de revoltas populares.
Dieter Dellinger
Uma das características mais salientes dos grandes empresários e administradores e até dos médios e alguns pequenos é a arrogância. O velho Santos notabilizou-se pela sua arrogância como o maior merceeiro português, quase a par com outro arrogante, o Belmiro de Azevedo, mas ambos com peneiras suficientes para ensinar aos eleitos o que deve ser feito e isso significa sempre aumentar as suas imensas
fortunas.
Mas entre os arrogantes aqueles que mais exageram nisto são os banqueiros e os administradores de bancos. Todos falam como se fossem senhores da sabedoria absoluta. Basta ouvir o Ricardo Salgado Espírito Santo com o seu ar sério, os óculos no nariz a falar pausadamente como se fosse uma espécie de proprietário de Portugal. Depois vemos o Ulrich a dizer há pouco tempo que chegou o momento para privatizar a CGD; imaginem, agora com a banca mundial toda de rastos, a começar pelo seu banco, vender o maior banco português; talvez a 5 cêntimos a ação. João Salgueiro fala também do púlpito como mandatário do único deus em que acredita, o dinheiro.
Nenhum daqueles que pretendem ser os senhores do dinheiro tem a humildade de reconhecerem que pertencem a uma classe falhada, principalmente porque nunca reconheceram que o “seu dinheiro” é fundamentalmente dos depositantes e de muitos pequenos acionistas que praticamente perderam tudo o que investiram. E quando se pagam a sia mesmo ordenados milionários estão a roubar os acionistas e depositantes.
Juntamente com os banqueiros americanos e quase todos os gestores de bancos europeus foram desde 2o08 os grandes culpados da crise financeira que a Europa vive e que se está a propagar lentamente a todo o Mundo.
A desonestidade em querer vender, e continuam nisto, produtos ditos estruturados sem base financeira, futuros de futuro desconhecido e muita porcaria mais, deveria fazer deles presidiários para toda a vida.
Em Espanha tinham inventado a categoria de “preferentes”, convencendo os espanhóis que aquelas contas eram seguras e podiam dar 20% ou mais de juros, quando não passavam de produtos ditos estruturados que nada valem hoje e não têm garantias do Estado por não serem considerados depósitos.
Na sua arrogância, todos os administradores banqueiros criticavam o Estado, considerando os cuidados médicos, a educação, as infraestruturas, etc. como as culpadas de tudo e mais alguma coisa. Eles, com os parcos juros que pagavam pelos depósitos e, com
isso, desincentivaram a poupança, enganaram muita gente com produtos estruturados e emprestaram a torto e a direita para a compra de casas,
acreditando na sua imensa estupidez que o imobiliário iria crescer para sempre.
Há uns anos atrás, a EDP disse que tinha já 6 milhões de contadores domésticos.
A partir desse número, qualquer gestor deveria ficar de pé atrás e dizer, o mercado está saturado. Emprestar sim, mas mais para a recuperação do que para as novas construções e aí cuidado, ver bem a capacidade do utente do crédito.
Há dias ouvi o António Borges todo erecto a falar alta numa entrevista televisiva. O homem não presta para nada, mas tem um ar teatral de quem é o melhor do Mundo e arredores. É do tipo velhota de sucesso dos WC, ou seja, aquela velhota que toma conta dos sanitários e não faz nada para os manter em condições, mas está sentada muito sorridente à saída com uma mesinha ao lado e um prato cheio de moedas. Os utentes que acabaram de mijar olham para a velhota e sentem-se na obrigação de largar um moeda. Outra que cumpre bem a sua obrigação e lava aquilo tudo, não
recebe nada.
Borges andou de banco em banco e de lugar em lugar sempre com aquele ar de quem sabe e, afinal, não sabe nada e, por isso, nunca quis responsabilidades verdadeiras como seriam as de um ministro das Finanças. Agora está nos “prós e contras” a debitar as suas estupidezes neo-liberais em que o liberal é só para ele, não para os doentes terem a liberdade de serem tratados, os alunos a liberdade de serem ensinados, etc.
Uma das condições já presumidas e a serem impostas pela EU ao emprestar 100 mil milhões à Espanha é correr com alguns administradores falhados e
recebedores de ordenados milionários. Ora o não sei quantos Rato que geria o Bankia quer 1,9 milhões de indemnização para sair do Bankia e não trabalhar na banca durante dois anos. Sucede que nenhum banco espanhol ou estrangeiro vai querer o homem e o Bankia deve ser fechado, indemnizando-se os depositantes e mais ninguém.
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