Um indivíduo altamente endividado resolve pagar as suas dívidas, deitando-se numa cama, gastando o menos possível, quer em comida ou água para se lavar, roupa, tratamentos médicos, medicamentos, etc. Com um rendimento mínimo consegue pagar e mal uma parte dos juros da dívida, acabando ainda mais endividado.
É assim, a política aplicada a Portugal pelo Governo Passo/Gaspar.
Hoje, sabemos que as receitas dos impostos em 2012 sofreram uma quebra de 600 ou mais milhões de euros e as despesas não desceram muito porque 380 mil desempregados estão a receber subsídios de desemprego, outros tantos estão sem receber nem pagar algo e muitos mais não estão inscritos dos Centros de Desemprego e procuram um primeiro emprego ou fazem parte dos 200 mil jovens que emigraram, deixando para trás as despesas feitas com a escolaridade e os cursos que tiraram.
Temos assim mais de um milhão de pessoas pertencentes à população ativa sem trabalho aos quais se acrescem 2,58 milhões de reformados. Em 2010, o custo das reformas foi de 12,2% do PIB e mais de 25% da receita do Estado. Em 2012 deve ter sido bastante mais porque o PIB desceu e o número de reformados aumentou.
O governo mandou o FMI dizer que os reformados recebem muito, pelo que se devem cortar as reformas em, pelo menos, 20%. Contudo, os 250 mil pensionistas do setor público recebem uma média de 1263 euros mensais; os 2,55 milhões de reformados do setor privado contentam-se com uma média de 482 euros mensais na pensão de velhice e de 399 euros na pensão de invalidez. A média global per capita de todos os reformados é ligeiramente superior a 500 euros mensais, o que não dá para grandes cortes. No regime da segurança social (setor privado) 85% auferem de pensões inferiores a 500 euros e 94,3% não ultrapassam os 1.000 euros mensais. As reformas baixas têm muito a ver com a saída do trabalho antes dos 65 anos de idade, sendo que no setor privado a reforma foi um modo de ir para o desemprego sem entrar na respetiva estatística e no Estado foi para o Governo se livrar de pessoal excedentário.
O custo direto para o Estado em termos de baixa de receitas, desemprego e pré-reformas deve ser da ordem dos 1,5 a 2 mil milhões de euros.
Quer isto dizer que se as obras “megalómanas” do Sócrates estivessem em pleno curso com o prometido apoio de 60% da União Europeia e eventuais investimentos privados, o País tinha menos desemprego e o Estado mais receita e menos despesa.
Construir o TGV, o novo aeroporto e terceira ponte implicaria um enorme movimento de pessoas a trabalhar, um grande consumo de cimento da Cimpor e ferro da Siderurgia, além de muitos outros materiais e sabia-se que havia esforços do Governo Sócrates para reativar a Sorefame e fazer com que os comboios TGV fossem lá fabricados no todo ou em parte, utilizando transformadores e motores elétricos da Efacec. Também havia um apoio previsto de 50% da EU para a construção de nove navios patrulha nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo que o atual governo não quis para não gastar os outros 50%.
Em todas as obras e fabricos, o Estado vai buscar mais de 50% nos 34,75% da TSU, no IRS, IVA, IRC, Imposto sobre combustíveis e sobre veículos, etc. Repare-se que o IVA é um imposto sobre o trabalho e o lucro patronal pois isso é que forma o valor acrescentado em todas as fases de qualquer fabrico ou transação.
A linha do TGV tinha a importância de ter uma bitola europeia e permitir a exportação de produtos portugueses para toda a Europa, utilizando um meio de transporte quase tão barato como o navio, mas muito mais rápido.
A Passos Coelho e Vitor Gaspar faltou aquilo que Sócrates tinha em quantidade suficiente, CORAGEM com letras grandes e Capacidade de Liderança. Sem isso, Portugal afunda-se lentamente. Cada ano será pior que o anterior e cá vamos até que a morte nos chame.
A morte na Índia de uma rapariga violada por um bando de energúmenos hindus num autocarro veio colocar a nu um dos grande problemas da Índia, do Mundo Muçulmano e do Continente Africano, o da sistemática violação de raparigas sem que alguém as socorra e geralmente nem reportadas às autoridades por se saber que estas não ligam ao assunto.
No Egito, tornou-se hábito, principalmente no Cairo, as mulheres serem atacadas e maltratadas, mesmo quando circulam tapadas com véus e longas vestes. Não é aconselhável que casais ou famílias com raparigas se desloquem hoje ao Egito em viagens turísticas. Aí, o fundamentalismo islâmico arroga-se o direito de maltratar qualquer pessoa do sexo feminino.
Na Europa católica, o papado teima em não aceitar o casamento dos padres e, menos ainda, o exercício de funções sacerdotais por parte de mulheres. Preferem os escândalos de pedofilia a uma abertura à igualdade à mulher que, no caso, português até é obrigação constitucional. De alguma forma, a Igreja Católica em Portugal é uma associação anti-constitucional.
Há uns anos atrás assisti a uma missa de finados de uma familiar e não me senti nada incomodado de ter sido celebrada por uma mulher e pareceu-me que as pastoras evangélicas alemãs são mais atenciosas que os padres católicos portugueses e devem ter um melhor sentido da família e do exemplo. Para as crianças não tenhamos dúvidas, as pastoras serão sempre umas quase segundas mães, o que não acontece na Igreja Católica, principalmente desde que se instalou a suspeita de pedofilia, mesmo que maioritariamente infundada, na minha opinião.
A ascensão dos fundamentalismos árabes e a guerra travada na Nigéria, Egito e outros países contra os cristãos aliada ao tirânico fundamentalismo financeiro da Europa e EUA e à crescente exploração e utilização de trabalho infantil e adulto extremamente mal pago em mais de metade do planeta permitem concluir que estamos perante um grave recuo civilizacional.
A civilização assente na democracia e na solidariedade com reconhecimento da igualdade de géneros, etnias, religiões, etc. está nitidamente a recuar. Os bancos são casas de malfeitoria e os seus crimes são pagos pelos contribuintes de muitos países que estão a ser vítimas de uma verdadeira guerra financeira para proletarizar as classes médias e alargar o número de pobres, tornando todos ainda mais pobres.
Os deputados da maioria na AR em risotas alarves chumbaram hoje o aumento do salário mínimo em cerca de um euro por dia quando até um dirigente da Confederação do Comércio disse num canal televisivo que o comércio está de acordo em aumentar para já o salário mínimo para 500 euros e depois para um pouco mais. Curiosamente, os sindicatos do setor metalomecânico acordaram com o patronato os tais 500 euros como mínimo e há um número elevado de patrões que já pagam 500 e mais euros. No fim do governo Guterres recordo que um estudo da Universidade de Coimbra dizia que menos de 2% dos trabalhadores auferiam então o salário mínimo. Hoje, devem ser mais, mas não tantos assim que a economia não suporte um euro mais por dia pelos trabalhadores mais mal pagos com o inerente e pequeno aumento do poder de compra. Sim, com 30 euros mais por mês podem comprar-se mais umas batatitas ou umas maçãs, mas artigos caros de importação.
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