A Auto Europa investiu 700 milhões de euros e criou mais dois mil novos postos de trabalho diretos para produzir em Portugal o novo modelo T-Roc. Dado o enorme volume de investimento, a administração acordou com a comissão de trabalhadores a introdução de mais um turno ao Sábado com aumento salarial de 16%. A esmagadora maioria dos trabalhadores votou contra, a comissão de trabalhadores demitiu-se e está marcada uma greve para o dia 30 de Agosto.
Os novos dois mil trabalhadores começaram o seu trabalho com uma greve e começam mal. Todos os trabalhadores portugueses gostam de ser servidos por outros trabalhadores que trabalham aos sábados e domingos nos hospitais, no bombeiros, na polícia, nos cafés e restaurantes, nas praias, nos centros comerciais, nos aeroportos, nos portos, nos comboios, no metro e na carris, etc. e recusam trabalhar ao sábado, o que parece que não é para todos, mas sim de forma rotativa.
Ninguém imagina o que seria o país se os bombeiros abandonassem o seu trabalho às 18 horas para o retomarem no dia seguinte às 9 horas da manhã e nos fins de semana resolvessem não apagar qualquer fogo. É o fenómeno português, quem pode decidir não quer trabalho fora do horário normal, mesmo com 16% mais de salário.
De resto, saliente-se que todo o problema da justiça portuguesa e o ódio e perseguição a Sócrates resulta deste ter tirado um mês de férias aos magistrados e funcionários dos tribunais, os quais gostam de estar também protegidos contra assaltos aos fins de semana e durante as suas férias de natal e da páscoa como as das criancinhas.
Portugal perdeu toda a sua marinha mercante porque os sindicatos exigiam aumentos exorbitantes de salários quando as tripulações tinham de trabalhar à noite ou fora de um suposto horário das 9 às 18 horas e nos navios a navegarem os tripulantes estão na sua casa e tradicionalmente trabalham por turnos de quatro horas. O navio não pode passar à deriva durante a noite. Enfim, toda a gente sabe que a VW em Portugal é uma empresa de ponta, tanto nos salários como no número de trabalhadores que emprega e na contribuição para a economia nacional.
Estou convencido que deve ter havido elementos sabotadores que enganaram os trabalhadores como há incendiários a mais nas florestas portuguesas e parece ter ressuscitado a luta de há muito tempo entre sindicalistas do BE que formavam a comissão de trabalhadores e comunistas que não suportam ver numa fábrica tão grande e tão importante para a nação pessoal sindicalista de outro partido ou independente.
Saliente-se que o êxito do T-Roc pode ser um apelo a que outros fabricantes de automóveis venham instalar-se em Portugal. A Mitsubishi fabrica os camiões Fuso no Tramagal e automóveis na Holanda onde paga salários três a quatro vezes superior. Mesmo que tenha vendido à Mercedes todo o setor de camiões, denominado Mitsubishi Trucks, não obsta que se pudesse instalar na zona de Tramagal, Abrantes ou Entroncamento uma grande fábrica de automóveis porque aí os salários são relativamente baixos, o custo de vida é muito mais baixo que na Península de Setúbal e grande Lisboa, o acesso à autoestrada é muito curto e há uma tradição de mecânica desde os tempos da Metalúrgica Duarte Ferreira, hoje Mitsubishi, e oficinas da CP. Até as notas de euros são fabricadas pelo BP no Entroncamento
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