Combater já os Mega Fogos
Esta tarde fui para a minha varanda que não está horrivelmente coberta por vidros como as dos meus vizinhos e ao sol senti muito calor. Fui buscar um termómetro de pé alto e coloquei em cima de uma mesa preta sem reflexos solares.
Com grande espanto meu, a temperatura atingiu os 52º C ao sol.
A mesmo tempo estive a ler o número de março da revista "Science et Vie" que trazia um longo artigo sobre os mega fogos ou mega incêndios.
Lá está escrito que os mega fogos são raros na Europa com exceção de Portugal e Espanha.
E acrescenta que um grande mega fogo necessita de três condições essenciais: condições meteorológicas que temos no verão e agora até no inverno, material combustível e ignição.
As condições meteorológicas não podem ser alteradas e tendem a incrementar o perigo de incêndio todos os anos, o material combustível pode ser um gerido, mas não se pode acabar com as árvores no País porque isso tornaria Portugal num deserto ou não reduzia muito o perigo de incêndio porque a flora silvestre nasce por si própria com um pouco de chuva ou humidade.
Na ignição é que o País pode atuar e sabemos que que os vinte mil fogos e mega incêndios registados em 2017 e 2018 tiveram na sua esmagadora maioria mão criminosa e negligência. Parece que só um incendiário da Madeira é que foi preso e estará ainda em julg
A revista S&V relata o mega incêndio de Paradise/Califórnia registado a 8 de Novembro passado que provocou 85 mortos e queimou 14.348 habitações com prejuízos de 10 mil milhões de dólares. Isto no Estado mais rico da maior e mais rica potência mundial, os EUA. Esse mega fogo levou 17 dias a ser controlado e extinto com uma soma gigantesca de recursos em bombeiros e meios aéreos.
Apesar de em 20 anos a Terra ter visto a sua população crescer em 1,5 mil milhões de habitantes e as áreas cultivadas aumentaram em 40%, os mega fogos continuam a ser uma calamidade menos no continente africano em que há precisamente mais cultivo e mais gente.
Os mega fogos são fenómenos ultradinâmicos que saltam literalmente em todas as direções com uma propagação de 2 a 5 km/h, pelo que há que correr a fim de uma pessoa não ser apanhada pelo fogo e recentemente, a maior parte dos fogos não se contentam em fazer arder as plantas silvestres rasteiras. Hoje, chegam às copas das árvores, chegando as chamas a atingirem a altura de 50 metros a partir de árvores com 15 ou menos metros. A energia desses fogos que nós bem conhecemos atinge os 30 kWh/m de frente com temperaturas de centenas de graus Cº, o que impede os bombeiros de se manterem algum tempo a distâncias da ordem dos 30 metros. As mangueiras de água derretem-se e o calor faz deslocar os camiões, mesmos travados.
Em muitas regiões - diz o especialista mundial em fogos Thomas Curt - o êxodo rural levou a uma acumulação desmesurada de material combustível como folhas secas, plantes e ervas silvestres, restos de árvores, plástico e todos os anos aumenta o risco de incêndio até em zonas mais a norte da Europa e de outros continentes. O nosso planeta está cada vez mais superpovoado e superaquecido por causa do CO2 e do NO2.
Enfim, necessitamos de criar um modelo de alerta já e na primavera.
Primeiro: Combater criminalmente os incendiários, responsabilizando a magistratura pela negligência que tem mostrado até agora. Toda a gente sabe quem incendiou a Pinhal de Leiria, mas os procuradores nada fizeram e a PJ e GNR pouco fizeram, apesar de terem detido algumas pessoas que têm sido prontamente libertadas porque dizem que nada fizeram aos juízes de instrução.
Segundo: Tomar as medidas que se impões em termos de desbaste de matas demasiado densas e obrigar a EDP/REN e outras entidades responsáveis a controlarem bem os cabos elétricos que estão próximos das árvores e obrigar toda a gente a cumprir as leis sobre distâncias, apesar da sua valia limitada dado que as fagulhas voam a grandes distâncias
Terceiro: Obrigar por lei toda a comunicação social como televisões, rádios e jornais a lançar repetidos alertas gratuitos contra as queimadas e todas as práticas que podem levar a produzir fogos.
Quarto: Nós, os patriotas do facebook, temos o dever de alertar e partilhar a partir de agora contra o perigo do fogo e também de uma forma repetida, até porque sabemos que muitos magistrados se mostram negligentes e inoperantes perante o crime de fogo posto porque esperam que os grandes incêndios do próximo verão façam reduzir o número de votantes no PS.
Todos os partidos políticos estão interessados nisso e sabem que só queimando a PÁTRIA é que talvez consigam mais do que as sondagens indicaram hoje. Daí o que chamando as bestas pelos seus nomes poderemos ter algum êxito. A obrigação de cada cidadão português é defender a Pátria sempre que isso dependa da ação humana.
Saliente-se que estamos em regime de seca que a continuar pode reduzir as possibilidades de abastecimento em água dos camiões tanques dos bombeiros.
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