Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Sexta-feira, 24 de Maio de 2019
A Natalidade Mundial está a Diminuir - Demografia
Demografia
O problema das alterações climatéricas tem a ver com o número de habitantes do Planeta, pois ninguém pensa que uma grande parte da população quer andar a pé, ficar desempregada e apagar as luzes às 21h e, eventualmente, apanhar couves como mostrou recentemente a Cristas
Nada disso pode acontecer e a ONU prevê que em 2100 a população mundial atinja os 11,2 mil milhões de habitantes, estando atualmente em cerca de 7,7 mil milhões. Em 1973, previa-se que em 2020 a população seria de 40 mil milhões e mais de metade viveria em barracas imundas com os mares poluídos pelos dejetos animais e materiais.
Os especialistas que sabem fazer contas não se limitam a prolongar as curvas estatísticas até a uma espécie de infinito e observam as condições em que a humanidade vive.
Assim, enquanto a população cresce a natalidade desce. Em 1950 nasciam por mulher 4,7 crianças e em 2017 esse valor desceu para as 2,4 e tende a descer mais, podendo já estar no valor de estabilidade que é de 2,1 nascimentos por mulher.
Mesmo assim, a população cresce mais pela simples razão que a esperança de vida vai aumentando, mesmo em África onde começam a chegar cada vez mais vacinas para as crianças e antibióticos para tratamento de muitas doenças. Muitos países africanos passaram de uma esperança de vida de 40 anos para 60 ou mais agora.
A Ásia poderá ter passado já dos 5 mil milhões de habitantes para cair para 4 mil milhões perto do fim do século.
A África estará quase nos 2 mil milhões e não passará dos 3 mil milhões no fim do século.
A educação das raparigas e mulheres e população em geral provoca uma queda da natalidade que não será sentida por via do referido aumento da esperança de vida.
A Humanidade vai envelhecendo, mas a revolução que vai trazer o computador quântico vai permitir fazer muita coisa cada vez menos cansativa.
Terça-feira, 21 de Maio de 2019
Reformados ex-Emigrantes Recebem Pensões de Fora
Hoje apareceu a notícia que em 23% dos concelhos de Portugal há mais reformados que pessoal a trabalhar.
Não é preciso ser especialista nem sequer inteligente para saber que a maior parte dos reformados das zonas rústicas, e não só, fazem parte dos cerca de 2,5 milhões de portugueses que emigraram a partir do início dos anos sessenta para a França, Luxemburgo, Alemanha, Bélgica, Holanda, Reino Unido, etc. e recebem as suas reformas através da Segurança Social com dinheiro transferido dos sistemas sociais desses países, pelo que não vivem à custa das TSU dos trabalhadores atuais do País.
As transferências desses trabalhadores aguentaram durante muitos anos a balança de pagamentos do País e continuam a fazê-lo por via das suas reformas oriundas de fora.
Esse dinheiro é bemvindo porque ainda só exportamos cerca de 45% do PIB e devemos chegar aos 50% ou mais para atingir um equilíbrio entre o que sai e o que entra.
Neste momento, a balança de pagamentos é equilibrada por via dos 50 milhões de euros que os turistas deixam diariamente mais as referidas reformas e as reformas de aposentados estrangeiros e as exportações portuguesas.
A direita quer a privatização de parte dos descontos para reformas e daí lançarem constantemente notícias alarmantes para dar a entender que no futuro não haverá dinheiro para as reformas.
Segunda-feira, 13 de Maio de 2019
O que está em causa nas eleições europeias?
Estas eleições para o PE destinam-se na prática a escolher o próximo ditador da Zona Euro e, de algum modo, do resto da União.
Apesar do ditador da Europa não ser eleito pelo Parlamento Europeu ninguém dúvida que os 701 deputados europeus vão ter muita influência e que nunca ninguém falou da uma Europa sob o comando de um ditador, mas na verdade tem, pelo menos desde o dia 1 de Julho de 1998, data da fundação do Banco Central Europeu.
Quem quer que mande na Comissão Europeia em Bruxelas e quaisquer que sejam as decisões dos Conselhos de Chefes de Governo ou de ministros, tudo no Eurogrupo, e não só, passa pelo Governador do Banco Central Europeu, um homem com poderes imensos e independente dos Governos, tendo apenas um conselho de Governadores dos Bancos Centrais a votarem a favor ou contra, mas sem verdadeiro poder de decisão.
Até ao fim deste ano continuamos a ter um verdadeiro democrata a governar os euros e a serpente monetária e quem dispões do dinheiro manda em tudo.
Draghi com o seu vice Vítor Constância inventaram o “alívio quantitativo” que permitiu emitir moeda e a compra de títulos de dívida, aliviando o peso da dívida portuguesa em pouco mais de 15%, ou seja, nuns 33 mil milhões de euros e que terá sido um dos mais reduzidos alívios, já que por pressão alemã, o programa teve de ser proporcional aos PIBs e participações no capital do BCE, pelo que o Estado alemão pode ter recebido quase 400 mil milhões de euros, estando como tal cheio de dinheiro que dá poucos juros, enquanto nos países mais endividados e pobres se passa fome para pagar juros. Em Portugal menos que antes, mas, mesmo assim, continua a ser difícil gerir a dívida.
Se Draghi continuasse ou fosse outra pessoa do género como seria Mário Centeno para a direção do BCE não haveria problema e seria possível encontrar um novo programa, já que o “alívio” acabou, mas as amortizações dos títulos adquiridos pelo BCE continuam a ser pagos pelos Estados devedores aos seus Bancos Centrai para serem devolvidos no ano seguinte como lucros desses bancos. É que o BCE adquiriu os títulos de dívida dos diversos países até 33% da mesma e entrega-os aos bancos centrais onde serão manipulados como se estivessem no mercado, mas neste no caso português - como nos outros países - o mercado é o Banco de Portugal e os seus lucros são dos contribuintes portugueses.
Os economistas e políticos de direita alemães vivem com os medos da grande inflação de 1922, como se 2019 fosse o mesmo e o alívio financeiro de Draghi não chegou para aumentar a inflação para cima de 1%.
Quando falo dum ditador para a Europa, estou a referir-me a um alemão da extrema direita, pois está convencionado entre muitos países europeus que o próximo governador terá ser germânico.
À escolha há duas personalidades, o senhor Jens Weidmman, atual governado do Banco Central (Federal) Alemão, um homem do CSU, a extrema direita bávara da chamada democracia “cristã” alemã. Um homem austero, inimigo das emissões monetárias e desejoso de uma disciplina monetária do tipo prussiano com aumento da taxa diretora do BCE e os juros de todos os empréstimos.
A revista alemã “Der Spiegel” escreve que seria o fim do Euro e até da União Europeia, mesmo os aumentos de juros sejam de apenas 1% de seis em seis meses, mas o importante seria o sinal dado a toda a Europa num período de crise sino-americana a respeito do comércio mundial que se vai repercutir na Europa.
A segunda figura alemã para se candidatar ao cargo de chefe do BCE seria o social-democrata (SPD) Axel Weber, um democrata de esquerda relativa com grande experiência bancária fora da Alemanha pois é o CEO da União de Bancos Suíços (UBS) um dos maiores bancos mundiais e que se diz continuador da política monetária de Draghi e Constâncio.
Em termos eleitorais o que interessa é saber qual a força do PPE (Partido Popular Europeu) com o Rangel e outros direitistas a obedecerem a um quase nazi ou do PSE (Partido Socialista Europeu) no qual entrou agora o SIRISA, o notável partido grego da extrema esquerda que conseguiu aguentar-se no poder numa situação de crise nunca vivida por algum país europeu desde 1922 com uma austeridade imposta pela Alemanha de Schaeuble que impediu que o “alívio financeiro” abrangesse a Grécia apesar de ser tão ou mais europeia que os restantes países do Velho Continente.
O SYRISA dirigido pelo PM Alex Tsipras e o seu governo aguentou-se este tempo todo por ser constituído por gente honesta, algo que a Grécia nunca conheceu antes. Os gregos passam fome e vivem cada vez mais ao relento, mas não se sentem roubados e acreditam um pouco no futuro.
Claro que a difícil posição do presidente Macron não se coaduna com uma Europa dominada por um quase nazi do tipo prussiano, pelo que pode haver uma reviravolta, mas esta será tanto mais possível quanto maior for o número de socialistas no PE e a sua influência global.
O próximo PE terá muitos eurocéticos e verdadeiros fascistas até sem disfarce, mas nada sabemos o que querem fazer e só influenciam três governos, salvo erro, pelo que são uma incógnita.
Outro dos fatores que pode levar o alemão da pior raça, a bávara, ao poder na Europa é o facto de a coligação CDU/CSU estar em perigo e os alemães, ao contrário dos portugueses, têm dinheiro, mas não têm casas, pelo que querem à viva força ter juros elevados e não os míseros 1 a 1,5% que os bancos pagam. Estes também querem receber mais pelos seus empréstimos e a banca alemão não cooperativa está em más condições. Os gigantescos bancos como o Deutsche Bank e o Commerzbank quiseram comprar tudo, acabando agora por vender, sucedendo uma inversão. As grandes empresas como a VW, BMW, Daimler e muitas outras em vez de se dobrarem à vontade dos bancos fundaram os seus bancos para financiarem a venda dos seus produtos sem uma grande preocupação em ganharem dinheiro com juros altos.
Saliento finalmente que o problema das casas na Alemanha é muito grave. Os alemães fizeram a asneira de se meterem na guerra e atacarem a URSS antes de resolverem o problema com a Inglaterra, pelo que viram indefesos as suas cidades destruídas. A reconstrução no pós-guerra foi feita pelo Estado com apoio do Plano Marshall, tenho sido criado o maior senhorio do Mundo, a “Neue Heimat” do Estado que a direita vendeu a um único capitalista que aumenta discriminatoriamente as rendas e obriga os alemães a viverem com o máximo de poupanças possíveis como medo que os grandes exploradores os expulsem das suas casas.
Os reformados não têm tido alternativa que não seja emigrarem para Espanha, Itália, Portugal, a fim de poderem usufruir de uma habitação a condizer com os seus rendimentos, mas os mais idosos necessitam de apoios médicos e da família pelo que muitos vivem quase na miséria.
Nunca houve nada pior no Mundo que partidos ditos confessionais como as democracias cristãs que são precisamente o oposto da ética cristã. O deus desses partidos é o Dinheiro, o que levou o presidente do Conselho Pontifício a perguntar: “O problema não é se Deus existe. É qual Deus? (Expresso).
Para os alemães deus é o Euro, pelo que deveriam ser vergastados por um novo Cristo como fez aos comerciantes do Templo.