Já foi para as bancas e livrarias o novo número 938 da Revista de Marinha.
Entre vários artigos salienta-se em especial o trabalho inédito do arquitecto José Tudella sobre a construção de uma nova ponte sobre o Tejo.
Tudella propõe uma ponte entre o Beato e o Montijo de 5,8 km em construção rasa, a qual seria bem mais barata que a ponte oriunda de estudos anteriores entre Chelas e Barreiro de tipo elevado com 7,5 km de comprimento, portanto muito mais cara. Nesta ponte, o arquitecto Tudella defende uma construção larga de 60 metros para quatro vias ferroviárias e quatro faixas rodoviárias, a qual resolveria o problema da travessia do Tejo pelo TGV e por comboios normais, bem como, pelo tráfego automóvel. A profundidade do Tejo é menor na zona, o que torna a obra mais barata. Claro, a solução iria contrariar muito que querem ver o Barreiro mais servido de uma ponte e que consideram o Montijo como tendo na sua proximidade a Ponte Vasco da Gama.
Como acontece com o escolha do local para o Novo Aeroporto de Lisboa, a geografia humana nem sempre é consentânea com os custos das obras, mas vale a pena ler o artigo do arquitecto Tudella.
Rui Henriques apresenta mais um dos seus interessantes artigos sobre grandes desastres marítimos, enquanto Sardinha Monteiro faz uma síntese do Regulamento internacional para evitar abalroamentos no mar.
Dieter Dellinger aproveitou o ensejo para revelar que nos Açores ainda está afundada, provavelmente ao largo da Ilha do Faial, a nau portuguesa Cinco Chagas que trouxe em 1593 ou 1594 da Índia um precioso tesouro de pérolas e pedras preciosas, mas que foi atacada por três naus inglesas que se dedicavam à pirataria por conta da Coroa Britânica. As três naus não conseguiram capturar a nau portuguesa que se bateu com grande valentia contra um inimigo superior, mas não foi possível evitar que a pólvora do canhão da proa pegasse fogo e incendiasse toda a nau que foi para o fundo com as suas preciosidades.
Os piratas britânicos só conseguiram capturar alguns oficiais portugueses para os libertarem a troca do sempre miserável dinheiro de resgate.
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