De repente, numa Europa “civilizada” que condenou os massacres nazis e muitos outros, apareceu um pequeno Hitler ou, mesmo, um Himmler de trazer por casa, com um Partido pseudo-democrático e uma milícia do tipo SS dos Campos de Concentração disposto a fazer num recanto europeu mais uma “limpeza étnica”.
Arrogantes e loucos, os grandes assassinos de Sebernica filmaram o evento. Vemos no filme os algemados jovens muçulmanos da Bósnia em fila indiana a caminho de uma vala comum. Tal como fizeram os nazis na Ucrânia e noutros países cada um levou um tiro nas costas e tombou para a vala..
Foram dezenas de milhares de bósnios executados e muitos outros assassinados no cerco de Sarajevo entre 1992 e 1996. Todos tinham cometido um “crime”: eram muçulmanos. Tal como os seis milhões de assassinados pelo nazismo pelo “crime” de terem nascido judeus.
A Europa julgava que a bestialidade tinha desaparecido das suas terras e ela apareceu repentinamente e dirigida por um homem de que ninguém esperava tal coisa. Radovan Karadzic, um psiquiatra especialista em “neuroses e depressões” que até frequentou durante um ano a Columbia University de Nova Iorque e escrevia poemas. A única semelhança com Adolf Hitler é a de ter também fundado um partido político, o Partido Democrático Sérvio. Hitler, o monstro, fundou um Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Pergunta-se! Para que serve a linguagem quando sob esses nomes se esconde a maldade total e absoluta. Para que servem estudos psiquiátricos quando se pode vir a comandar mais um holocausto de uma etnia diferente.
A Jugoslávia pretendeu ser um exemplo para o Mundo; um comunismo cooperativo e quase democrático e multi-étnico. Um Farol do Terceiro Mundo e da Paz; um apoiante dos movimentos que combateram nas colónias portuguesas para as libertarem do chamado jugo colonial português.
Nesse país exemplar, de um dia para o outro, desatam todos a matarem-se uns aos outros. O colérico Radovan Karadzic concorre às eleições na Bósnia e perde porque a população sérvia naquela região limitava-se a 30% e o Partido Muçulmano de Alija Izetbegovic ganhou o direito a ser poder. Os sérvios cristãos ortodoxos não suportaram a ideia de serem dirigidos pelos seguidores do Profeta. Eram os paladinos do anti-racismo e anti-colonialismo desde que em casa fossem eles a mandar. Sempre apoiaram a luta dos palestinianos contra os judeus, mas isso era lá longe, pois em casa, os muçulmanos não deveria ter outro destino que a morte, o holocausto, o serem cadáveres nas valas comuns. Curiosamente, ninguém no Mundo Muçulmano se levantou ou protestou contra o massacre dos seus irmãos europeus. É que os sérvios não são americanos nem judeus, por isso obtiveram de Meca e Medina o direito de assassinarem quantos muçulmanos quiseram, mostrando à evidência como é hipócrita o Mundo. Quando os Ayatolas do Irão condenavam à morte o escritor Salman Rushdie por causa de uns escritos, nada diziam sobre o holocausto dos muçulmanos da Bósnia.
Na sua fortaleza em Pale, o líder do Partido e dos paramilitares sérvios gritava nos seus discursos que “temos de tomar os territórios que nos pertencem”. O homem sabia liderar, pois aprendeu como psicólogo do Clube de Futebol de Sarajevo.
Infelizmente, para o monstro da Bósnia, o Tribunal de Nüremberg deixou raízes e a Europa não tolera a entrada da Sérvia na União Europeia sem que os principais culpados dos massacres de Sebernica venham a ser condenados no Tribunal Internacional de Haia.
Moral da história: a avidez do Poder pode tornar qualquer cidadão num Monstro.
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