Manuela Ferreira Leite atingiu o ponto zero da política ao argumentar que uma lei aprovada por unanimidade pela Assembleia Regional dos Açores e pela Assembleia da República foi apenas “um pretexto para o PS arranjar um conflito com o Presidente da República”. Como líder dos PSD não respeitou sequer os votos dos deputados açorianos e nacionais do seu partido.
Refiro-me ao Estatuto Político-Administrativo dos Açores. O presidente do Governo Regional dos Açores criticou o PR por ter enviado a proposta de revisão estatutária para o Tribunal Constitucional. Efectivamente, é altamente criticável e condenável a posição de Cavaco Silva não respeitar as votações por unanimidade absoluta de todos os partidos. Votações assim têm praticamente valor constitucional.
Foi infeliz e pouco inteligente, a opinião de MFL quando tem no seu partido o turbulento Alberto João que nunca respeitou nada nem ninguém e ameaçou há dias o Continente de receber uma ordem de despejo, acrescentando que quem quer ter ilhas no Atlântico tem de as pagar. Como se não pagássemos o suficiente ao parasitismo insular da Madeira.
Manuela critica na generalidade sem concretizar algo em particular, dando a entender que o Estado pode e deve apoiar tudo e todos ao mesmo tempo que numa entrevista ao Expresso apoia a necessidade de um Estado menor.
A ex-Ministra das Finanças afirmou há tempos que o Estado não apoia as pequenas e médias empresas quando há um programa que tem uma linha de crédito altamente bonificado para as PME de 1,25% abaixo da taxa Euribor, ou seja, 3,75%, o que beneficiou 480 empresas no valor de 510 milhões de euros.
Há ainda outros programas, nomeadamente com subsídios para desenvolvimento tecnológico e científico e apoio a PME do interior do país, etc.
Manuela ao dizer na generalidade que as PME não são apoiadas parece que acha que o café da esquina deve receber algum subsídio e, assim, as pequenas lojas, oficinas, etc. Ela não entende nada de economia de mercado. Se há mercado, os empresários devem saber fornecer bens e serviços desejados pelo mercado (consumidores) e pagos devidamente. Não compete aos contribuintes pagar a todas as PME seja o que for, excepto no âmbito de programas muito bem definidos e com valia para todos. Até porque há em Portugal cerca de um milhão de PME, incluindo os empresários individuais. Por isso é sempre de má fé falar que fecharam em qualquer ano mais de dez mil PME sem dizer que outras tantas abriram. Num universos de um milhão aquilo que parece muito não passa de 1%, o que é uma percentagem muito inferior ao próprio número de pessoas que se reformam ou morrem todos os anos. E se as pessoas nascem e morrem, porque razão não pode acontecer isso com as PME que, no fundo, não passam de pessoas economicamente bem ou mal organizadas
A mesma senhora também vem dizer que os jovens não são apoiados, os pobres, os idosos, os trabalhadores, as mulheres, etc. É evidente que são críticas baratas de quem não tem programa.
Curiosamente, o PSD votou a favor de mais de 50% das leis propostas pelo PS na AR e, na totalidade, foram quase 70% das leis que receberam o voto favorável de um ou outro partido da oposição. Até o PCP votou favoravelmente 31% das leis do PS, o que é notável, dado que o partido do Governo tem a maioria absoluta.
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