Carta da Senhora Yolanda Medeiros publicada no Jornal "Global" de 30 de Julho.
"Escrevo isto apenas para aqueles que estão sempre a pôr o nosso País no topo dos "desgraçadinhos" da Europa.
Gostaria de referir o que me escreve da Alemanha um amigo aposentado de auxiliar social. Recebe de pensão 1100 euros sem subsídios de férias ou de Natal, mas a média dos pensionistas recebe entre 400 e 2000 euros, enquanto os governantes recebem em média 7000 e sem descontos! Os aposentados, no entanto, ainda têm de descontar para o seguro de doença e para um seguro de cuidados. É que os idosos gastam mais medicamentos e consultas, pelo que têm de pagar mais que as pessoas no activo. O que aconteceria aos Portugueses se isso fosse cá instituído?
Portanto, não estejam sempre a chorar com inveja dos outros. Às vezes até ouço batalhar no vencimento mínimo que lá será mais alto. Mas saberão mesmo qual é o vencimento mínimo na Alemanha, por exemplo? Perguntem a um trabalhador temporário .... Portanto, quem cá se queixa, talvez se deva considerar feliz, porque mesmo com a "crise" e as dívidas, não vejo isso reflectir-se numa restrição de festas. E porque continua o número de cafés e restaurantes a ser o dobro do que é a média na Europa? É que a vida lá é bastante mais cara e difícil do que cá".
Fim de citação.
Nota: Efectivamente, na Alemanha não há salário mínimo e há aquilo que os alemães chamam o salário de um euro, ou seja, mais de um milhão de alemães a ganharem 300 a 400 euros por mês como trabalhadores a meio tempo isentos de contribuições sociais por o salário ser tão baixo. Trabalham oficialmente quatro horas por dias, mas na prática diz-se que chegam sempre às seis ou mais horas sem retribuição extra. Trabalham nos "Ein Euro Jobs" como é referido na gíria. A tendência para referir o salário total dos administradores portugueses por ano tem a ver com o facto de na maior parte dos países da Europa não serem pagos 14 salários, nomeadamente na Alemanha.
Links Amigos
Os Meus Blogs
Transportes