Fernando Nobre é, sem dúvida, um egopata, sofre de uma doença do seu ego que acha que não é reconhecida na sua plena grandeza.
O reconhecimento que lhe foi dado pelo trabalho na AMI não chegou e, como tal, pretendeu ser alguém de muito importante na política, de preferência Presidente da República nos últimos tempos.
Mas, Nobre já foi monárquico numa espécie de Conselho de Estado do Duque de Bragança conhecido por Conselho Democrático ou algo de semelhante que pretendia mudar a atual Constituição da República para ser qualquer coisa como Constituição do Estrado Democrático Português. Depois tentou encostar-se ao PS sem êxito e foi mandatário do Bloco de Esquerda nas eleições para o Parlamento Europeu.
Por fim, julgou que chegou a sua hora e candidatou-se à Presidência da República com um pequeno empurrão de Mário Soares que não quer ver Manuel Alegre em Belém. Nobre pretendeu arregimentar os descontentes com os partidos políticos, principalmente os dois do arco governamental, o PS e o PSD. Falou de cidadania como se ser militante de um partido político não fosse uma manifestação de cidadania, já que qualquer um entra ou sai de um partido político e no seu interior tem poder de voto para apoiar candidatos ou ser mesmo candidato.
Mas, enfim, Nobre deu entender que os partidos são uma espécie de máfia, ofendendo gravemente centenas de milhares de militantes, dos quais mais de 50 mil prestam serviços na Juntas e Assembleias de Freguesia praticamente a título gracioso.
Eis que, depois disto tudo, aparece o seu nome como cabeça de lista por Lisboa de um dos “detestados” partidos políticos, o PSD, com a garantia que em caso de vitória seria Presidente da Assembleia da República.
Para um homem que estava contra os partidos políticos não está mal. O Presidente da AR é um verdadeiro servidor dos partidos políticos representados na AR. Obedece à agenda determinada pela conferência dos líderes dos diferentes grupos parlamentares e lá em cima no alto cadeirão limita-se a dar a palavra aos deputados ou membros do governo e dizer “terminou o seu temnpo senhor deputado ou ministro” e anunciar os resultados das diferentes eleições, acolitado por quatro secretários. Além disso, tem a seu cargo a administração dos serviços da AR.
Nobre não é jurista e não possui qualquer experiência como deputado ou política em geral, o que não o recomenda para presidente da AR. Em caso de disputa muito acesa não saberá como acalmar os ânimos porque lhe falta o conhecimento jurídico e, como simples deputado, se o PSD não ganhar por maioria absoluta, a sua independência e dita cidadania pouco ou nenhum valor terá aí o que conta é o partido que dá ordens ao grupo parlamentar.
Nobre, apesar do seu passado, não é um homem de carácter em termos políticos. Não sabe o que quer e não tem uma ideia clara dos problemas do País; demonstrou isso na sua campanha presidencial e nunca pode permanecer firme nas suas convicções por as não ter.
O PSD julga que ao meter Nobre nas suas listas vai buscar os 14% de votos que obteve, mas é errado. Basta ler os diversos sites e blogs para ver que os votos não são transponíveis como, de resto, o sciólogo Boaventura Sousa Santos salientou hoje na TSF. Ninguém vai votar numa lista de mais de 50 deputados por Lisboa só por causa do primeiro nome.
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