Morrer Assim é Caro
Na “Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados do Lumiar” (ex-Centro de Saúde) começou a praticar-se uma nova política dita de saúde e que eu apelido de Eutanásia de Idosos.
Um amigo meu de 72 anos de idade era doente do Dr. Santinho Mendes que se reformou. Escreveu uma carta ao Coordenador, um tal Dr. Baptista, a pedir um novo médico de família, o que foi recusado, mas em carta de resposta foi escrito que poderia sempre pedir medicamentos, credenciais para consultas de especialidade, exames médicos, etc.
Sucede que esse amigo acreditou e como andava a sofrer muito de refluxo gastro-esofágico, doença registada nos computadores da Unidade, já que o medicamento específico era-lhe receitado há muitos anos resolveu pedir por escrito uma credencial para ir a uma consulta de gastro no Hospital Santa Maria pois os medicamentos que tomava não provocavam qualquer efeito e achava que necessitava de outra medicação ou, mesmo, de fazer um endoscopia para ver se o esófago não estaria já afectado com qualquer coisa que pudesse dar início a um processo cancerígeno.
Com grande espanto do meu amigo, o empregado do balcão recusou receber o pedido por escrito por estar dirigido a uma médica que estaria de férias. Ainda perguntou se não tinham um, local para guardar a carta até à chegada da referida médica, tanto mais que ela iria entrar em serviço dentro de duas semanas.
O meu amigo resolveu não esperar e no dia seguinte quis entregar uma carta dirigida diretamente ao Dr. Baptista a pedir a tal credencial. O empregado recebeu inicialmente a carta e pediu o número de utente, tendo escrito o mesmo no envelope.
Descansado o meu amigo retirou-se para voltar daí a dias. Eis que, com grande espanto, ao chegar à porta da rua viu o balconista a correr atrás dele a devolver a carta, dizendo que não podia aceitar qualquer papel no balcão.
Consternado, o meu amigo foi trabalhar para o seu escritório e resolveu enviar o mesmo pedido por e.mail depois de descobrir na Net o respetivo endereço. Assim fez e esperou pela resposta. Passados dois dias resolveu repetir o e.mail, pois nada tinha vindo da Unidade e eis que recebe a mensagem que o seu e.mail não pôde ser entregue por razões desconhecidas. Repetiu o e.mail várias vezes sempre com a mesma mensagem. Por ordem do Dr. Baptista, o seu endereço de e.mail foi bloqueado. Depois enviou uma carta pelo correio e não recebeu qualquer resposta.
É óbvio que o meu amigo de 72 anos de idade ficou bloqueado, relativamente a qualquer acesso ao Serviço Nacional de Saúde e lembrou-se que o presidente Cavaco já tinha alvitrado ligeiramente em artigo escrito há anos atrás que a solução financeira do Estado seria encontrada depois dos muitos reformados falecerem. Lembrou-se também das tenebrosas práticas de Eutanásia de idosos por recusa de prestação de cuidados de saúde praticada largamente pelo ditador Ceasescu da Roménia, por Estaline durante a guerra e, principalmente, por Hitler que não limitava a sua Eutanásia à recusa de tratamentos, mas mesmo à aplicação de injeções letais a idosos doentes e a jovens tuberculosos, a doentes mais ou menos incuráveis e aos seus próprios soldados que em combate sofreram ferimentos que exigiam amputações.
Na verdade, quando o meu amigo me contou isto, recordei que há dias veio um artigo num jornal a dizer que os idosos gastam nos seus últimos cinco a dez anos de vida mais dinheiro ao Estado que durante toda a vida anterior. Conclui pois que o novo ministro da Saúde, agora da Morte, encontrou secretamente a solução para os problemas financeiros do país. Deixar morrer um idoso é poupar na reforma e nos caríssimos cuidados de saúde finais. Já Durão Barroso, quando primeiro ministro, falou na necessidade de hospitais especiais para doentes terminais, o que quer dizer, locais para deixar as pessoas morrerem a baixo custo.
Parece pois que o Dr.Macedo, o novo ministro ou monstro, está mesmo disposto a reduzir os custos do SNS ou a acabar com o mesmo. Para os idosos que deixaram de ter médico de família, o SNS já acabou. Agora resta deixar os outros médicos de família reformarem-se, reduzir as urgências e pronto está tudo resolvido Ministro da MORTE. Claro, tal como Hitler não deixou nada escrito a ordenar os seus muitos holocaustos, também o "monstro" não deve ter escrito nada sobre o assunto. Verbalmente foi alvitrando às Direções Regionais que os idosos ficariam sem médico de família e qualquer dia nas urgências hospitalares não serão tratados.
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