Jornal Socialista, Democrático e Independente dirigido por Dieter Dellinger, Diogo Sotto Maior e outros colaboradores.
Sexta-feira, 29 de Julho de 2011
O bloco de Esquerda quer a Eutanásia em Portugal

 

O Bloco de Esquerda aparece com a ideia de legalizar a Eutanásia. Nisto parece que quer apoiar o governo a resolver os “problemas” financeiros da grande burguesia, propondo aquilo que Cavaco há anos disse “é preciso deixar morrer os reformados”.

 

O BE quer uma lei para a Eutanásia e está a meter-se num terreno pantanoso e difícil, pois não deve conhecer a história da Eutanásia e não sabem que se está a praticar já em Portugal.

 

Assim, a Unidade de Cuidados Médicos Personalizados do Lumiar (ex-Centro de Saúde) não se esforça por arranjar médicos de família para as pessoas mais idosas, ao contrário do que faz com gente muito jovem.

No caso de uma pessoa conhecida de 72 anos de idade, deixaram-no sem médico de família e não recebem qualquer pedido por escrito de uma consulta da especialidade, medicamentos ou exames médicos. O objetivo é claro, deixar morrer um quase idoso o mais rapidamente possível.

 

Ele tem uma doença muito vulgar que quando não é acompanhada causa cancro do esófago, o refluxo gastroesofágico, e como se tornou mais violento e a medicamentação habitual não produz qualquer efeito tinha pedido ao Dr. Batista, coordenador da referida unidade, para passar a credencial, a fim de ser atendido no Hospital Santa Maria. Pois os balconistas receberam ordens determinantes para não aceitarem qualquer pedido por escrito; enviou um e.mail que ficou sem resposta e quando tentou repetir o e.mail, reparou que o endereço estava bloqueado; os e.mails deixaram de entrar. Escreveu uma carta registada e não obtive qualquer resposta.

 

A ser assim, estamo-nos a sentir como na Roménia de Ceausescu que denegava cuidados médicos a pessoas com mais de 65 anos ou, mesmo, como nos tempos da Alemanha Nazi que durante a guerra matou todos os doentes crónicos, tanto da Alemanha como dos países ocupados, além de liquidar os nascituros que não respondiam positivamente a um teste dos pezinhos de duvidosa credibilidade científica. Mas, acima de tudo, a Alemanha Nazi praticou uma Eutanásia militar, substituindo a amputação de uma ou duas pernas ou outro membro por uma injeção letal. O pai da referida pessoa, alemão mobilizado então como todos os jovens de então, e engenheiro especialista em Raios X assistiu a isso muitas vezes, calculando que os médicos alemães devem ter assassinado mais de 1,5 milhões dos 7 milhões de alemães puros mortos em combate ou por via dos bombardeamentos. A grande maioria dos muito ou poucos queimados pelas bombas de fósforo do americanos e ingleses foram liquidados pela Eutanásia de guerra alemã, um capítulo muito pouco conhecido das monstruosidades de que os humanos são capazes de fazer.

 

Apesar de ter nascido em Lisboa no início da guerra, o indivíduo em causa conheceu a Alemanha dos primeiros anos do pós-guerra e notou que a população estava extraordinariamente saudável e não havia amputados ou carrinhos de rodas na rua. Pudera, foi tudo assassinado por esse monstro que todos sabemos quem é.

 

É muito perigoso, meter a Eutanásia nas mãos de um governo possuído de uma fúria de despedimentos sem indemnizações que vai incluir muitos milhares de funcionários de organismos semi-públicos e empresas é muito perigoso e que quer reduzir o SNS a uma miniatura do que é atualmente, além de taxar os trabalhadores e pensionistas pobres, considerando “ricos” todos os que auferem mais de 485 euros mensais. Pode em consciência, o BE meter a Eutanásia na mão de pessoas com projetos de sociedade monstruosos e impelidos pela troika de alemães, dinamarqueses e sei lá quem mais. Sim, se a lei for excessivamente cuidadosa e ameaçadora para os médicos que não cumpram requisitos muito severos, acabará por ser nada. Se for mais simples, pode originar uma vasta eutanásia para reduzir os gastos do Estado. Já Durão Barroso, quando PM, queria uma espécie de “casas de morte” para doentes ditos terminais, sem o caríssimo equipamento hospitalar. Era já uma forma de eutanásia, a de deixar morrer de qualquer maneira com um mínimo de cuidados médicos.

 

A medicina possui uma vasta panóplia de analgésicos para minorar o sofrimento nos últimos momentos de vida e no IPO desliga-se facilmente as máquinas que mantêm doentes cancerosos em vida.

 

A política do atual governo é poupar dinheiro na saúde, no emprego, no ensino, etc. Tudo menos cobrar impostos sobre os dividendos recebidos pelos 25 oligarcas que detêm mais de 10% do Pib e ganham centenas de milhões de euros de dividendos que não pagam mais que a taxa liberatória de 21,5%.

 

O BE tenham pois cuidado. Coligados com a direita, expulsaram do poder o PS e foram castigados com apenas 5,19% do eleitorado. Ao meterem a Eutanásia nas mãos dos energúmenos que detêm o poder, deixam mesmo de existir.

 

Ainda hoje, toda a gente ficou espantado com a maneira delicada e quase doce com que Louçã tratou o Passos e recordou a raiva furiosa com que se dirigia a José Sócrates.

 



publicado por DD às 23:17
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