A Merkel exige dos outros aquilo que não consegue na Alemanha.
Vinte e dois anos após a reunificação alemã, os territórios da antiga RDA ou Alemanha de Leste continuam pobres com uma elevada taxa de desemprego, apesar das auto-estradas construídas e da reconstrução das cidades antigas e de muitos monumentos como a célebre Igreja das Senhoras e do Museu Zwinger em Dresden, etc.
Os governos alemães acreditaram que a transferência da capital para Berlim iria proporcionar o desenvolvimento do Estado Federal de Brandenburg e servir de pólo global de desenvolvimento como acontece com Munique na Baviera. Mas nada disso aconteceu, antes pelo contrário. Quando da divisão, Berlim Oriental tinha muitas indústrias que foram rapidamente à falência com a troca de um marco oriental por um marco ocidental, o que significou uma valorização da moeda em 400% e, como tal, dos preços das produções industriais. No lado Ocidental, havia muitas indústrias, principalmente ligeiras como farmacêutica e outras que eram altamente subvencionadas para mostrar aos comunistas a superioridade do capitalismo. Sucede que com a reunificação das duas Alemanhas, as subvenções deixaram de ser dadas e essas fábricas fecharam quase todas, indo para a Polónia, República Checa, etc. onde se pagam salários extremamente baixos por via do câmbio com o Euro demasiado forte.
Mesmo assim, acreditava-se que os serviços proporcionados por um parlamento e governo e muitas sedes de grandes empresas iriam proporcionar a criação de muitos postos de trabalho. Criaram-se alguns, mas não o suficiente, apesar de lentamente muitas editoras e organizações diversas se terem transferido para a capital federal e esta atrai muitos turistas devido aos seus museus e ser uma cidade de livre acesso como as outras capitais europeias, o que não acontecia antes. Hoje, graças à informática, os serviços já não fomentam muito o emprego e, mesmo, o comércio como os supermercados, grandes armazéns, restaurantes self-service, etc. criam poucos postos de trabalho.
Na antiga Alemanha do Leste, apenas 14% do PIB tem origem no setor privado, o resto resulta das despesas estatais e as indústrias que funcionam são subvencionadas, mesmo em zonas com uma particular tradição como Jena célebre pela sua óptica, Leipzig com uma longa tradição industrial e onde foi construída a primeira a primeira locomotiva alemã.
Quando visitei Berlim, vi umas antigas e gigantescas metalúrgicas que tiveram um grande papel no fabrico de viaturas e depois de material de guerra. Hoje, são apenas um grande centro comercial.
A razão do falhanço relativo da política alemão nos seus territórios do Leste deve-se a uma moeda muito forte num ciclo longo de pouco investimento industrial novo. Uma parte importante dos fabricos foram para a China ou para países europeus sem o Euro e enquanto o Euro continua a subir como tem estado nos últimos dias não há possibilidades de os próprios alemães virem a ter uma produtividade tal que permita competir com as indústrias dos países emergentes.
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