Hoje, Sousa Tavares disse aquilo que eu já sabia, mas não me tinha lembrado de referir aqui.
O BCE europeu está a devolver aos gregos os juros que ganha com a dívida grega.
Como é sabido, o BCE não pode comprar títulos do tesouro diretamente aos Estados, mas só aos mercados, principalmente bancos intermediários. Estes compraram dívida a juros extremamente altos, sempre acima dos 5 a 6% e mesmo mais de 10% com liquidez cedida pelo BCE a 1%. Assim, Draghi achou que seria justo devolver aos gregos os enormes lucros menos o 1% da emissão de moeda, já que o BCE é o banco dos Estados membros da Zona Euros, cujos bancos centrais recebem os lucros obtidos pelo BCE. Não seria justo que, por exemplo, a Alemanha com uma quota de 20% recebesse essa percentagem tirada à miséria dos gregos e estes só tivessem direito à percentagem da sua quota que é pouco mais de 2%.
O ministro Gaspar deveria conseguir isso do BCE, pois também nada justifica que os lucros obtidos pelo BCE resultantes das parcas reformas e salários dos portugueses sejam encaixados pelos países ricos e grandes como a Alemanha, França, Itália e Espanha, cuja participação no capital do BCE é superior a 75%, tanto mais que a quota portuguesa no BCE é da ordem dos 1,9%.
Pode a nossa miséria servir para enriquecer os alemães e outros? Parece que para o futuro do Gaspar pode mesmo.
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