Os votos por correio já foram enviados e no próximo dia 23 os cidadãos britânicos vão diretamente às urnas manifestar a sua boa ou má vontade em relação à União Europeia.
De acordo com a sondagem publicada ontem pelo jornal britânico "The Independent" os cidadãos que pretendem sair da União ultrapassam em 10% os que querem ficar e sabe-se como os eleitorados em geral são temerosos quanto a decisões relativamente às quais desconhecem as consequências.
Merkel e Schaeuble calaram-se e tremem silenciosamente para darem a impressão que não existe uma Europa germânica que ameaça e exerce chantagem sobre países ditos desobedientes, nem que sejam por 2 décimas e retrospetivamente.
Para a Alemanha, e não só, a saída da Grã-Bretanha da União pode ser um desastre se concretizarem as ameaças já proferidas de que não haverá acordo comercial, o que ninguém acredita.
A Grã-Bretanha é o terceiro maior cliente dos produtos alemães no Mundo para a qual exporta 89 mil milhões de euros de mercadorias diversas, funcionando no Reino Unido mais de 2.500 empresas alemãs e ainda mais britânicas na Alemanha.
Grande parte da indústria automobilística britânica pertence a empresas alemãs ou à GM e Ford que trabalham em conjunto em todo o continente europeu.
Merkel e Schaeuble sabem que com a saída da Grã-Bretanha ficam entregues à França sem o contrapeso britânico neoliberal. Merkel e Schaeuble têm de se arranjar com a França controlada por um partido pouco socialista, mas mais que a chamada democracia cristã alemã.
Os britânicos querem sair para não se submeterem às regras dos arrogantes comissários de Bruxelas nem a um Schaeuble que manda num "Euro grupo" que nem é uma instituição legal ou que faça parte de algum tratado.
A Alemanha, segundo a revista "Der Spiegel", teme que os britânicos levem outros países a sair e ameacem com a formação de uma nova EFTA que acabará por impor um tratado de livre comércio com o resto da União que inclua os automóveis, cuja contingentação está limitada na União para não prejudicarem as indústrias alemãs e francesa. Mas isso está a desaparecer porque industriais europeus estão a instalar duas grandes fábricas de automóveis no Marrocos para serem exportados para a Europa. Até agora, alemães e franceses instalavam fábricas em países terceiros como China, Rússia, Brasil, Argentina, África do Sul e outros países apenas para explorarem os mercados locais.
Com a saída da Grã-Bretanha termina a resiliência da União de 500 milhões de habitantes. Ninguém no Mundo vai acreditar que a Europa é uma força, mesmo sem grandes forças armadas, e só por ter uma elevada resiliência ou capacidade de resposta graças ao tamanho e indústrias que possui.
A Alemanha sairá profundamente derrotada e a chantagem sobre Portugal como tem sido feita há meses a pedido de traidores como Durão Barroso e outros terá de terminar. Os tratados de Maastricht e Lisboa terão de ser alterados para terminar com o exagerado neoliberalismo que privatizou a moeda única e a economia. A Grã-Bretanha terá de ser substituído por uma resiliência nova no todo europeu como defendem os pensadores estratégicos nos campos económico, social e militar.
O problema do endividamento tem de ser resolvido pela emissão de moeda a favor dos estados necessitados que tenham orçamentos primários (sem serviço dívida) equilibrados.
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