O défice no primeiro semestre foi de 4,7%, anualizado, portanto, de 2,35% no semestre. Para atingir a meta dos 2,8% seria necessário um saldo negativo de 0,9% anualizado ou 0,45% no na execução orçamental durante o segundo semestre. Os 2,35 mais os 0,45 dão assim 2,8%.
Mas, ter um défice real de 0,45% no segundo semestre não vejo como isso pode ser possível, já que uma grande parte dos impostos são pagos adiantadamente ou por conta como o IRS de salários e pensões, o IRC das empresas, o IVA que é paga de 3 em 3 meses, podendo o Estado atrasar os reembolsos ou as exportações serem menores o que significa menos reembolsos. Além disso, há pagamentos de vencimentos de dívida que podem ou não ter sido anualizados como se faz com os juros. O noticiário não foi muito explicito se se tratou de contabilidade orçamental em valor ou nacional em percentagem do Pib.
Os jornalistas de vários jornais, nomeadamente o Expresso, não explicaram que o dado económico era anualizado como é hábito em que se dá um valor mensal e presume-se que pode manter-se constante durante 12 meses e daí multiplicar-se por 12, o que é mais difícil de acertar do que quando se trata de dois semestres.
A correção do IRS no segundo semestre não deve ter dado muito benefício porque nalguns casos há que pagar algo mais e noutros é o contrário.
As despesas são contínuas e, sobretudo, salários e pensões, além de que o salário e ordenado de Natal tem estado a ser pago em duodécimos. O salário ou pensão extra das férias foi pago em Julho, pelo menos aos reformados. Os IVAs das despesas natalícias vão cair já no primeiro trimestre de 2016.
Tudo indica que o défice do segundo trimestre será igual ou superior ao do primeiro, pelo que o défice pode atingir o valor astronómico de 9,4%, o que fará aumentar ainda mais a dívida de 290 mil milhões de euros.
Esta dívida, superior em 116 mil milhões de euros à deixada por Sócrates, associada agora aos défices excessivos significa que é impagável e, mesmo, insuscetível de se se manter como tal sem subir nem descer.
Só o BCE é que pode intervir de algum modo para aliviar esta tremenda carga que esmaga Portugal para permitir o crescimento da economia.
A única coisa que mudou no úiltimo ano foi a possibilidade de o BCE adquirir dívida em segunda mão e, como tal, provocar uma pequena redução dos juros e do prémio de risco que é assumido pelo BCE pela compra de dívida a quem a quiser vender. O governo tem aproveitado isso para aumentar a dívida e gerir os vencimentos com algum avanço através de novos empréstimos. Já contraiu dívida a 30 anos, pelo que não há solução por causa dos défices sem crescimento da economia.
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