A Alemanha registou três anos de saldos positivos nas suas contas púbicas, totalizando 26 mil milhões de euros que não são gastos em reduções de impostos, crescimento da economia, etc.
O objetivo de Schäuble é criar um Fundo Monetário Europeu para onde devem transitar as verbas e dívidas dos estados europeus que formam o capital europeu do FMI acrescidas de uma importante participação alemã.
Este FME deverá substituir o Mecanismo Europeu de Estabilidade e o Fundo de Estabilidade Financeira Europeu que já é dirigido pelo alemão Regling, amigo de Schäuble, por uma razão muito simples. Nestes organismos financeiros ou outros da União Europeia as decisões são tomadas por consenso, enquanto no Fundo Monetário Internacional e, provavelmente, no europeu os votos são função do capital depositado. Sendo a Alemanha a maior nação europeia com o maior PIB e possuidora de saldos vultuosos, a ministro das Finanças alemão, Schäuble ou outro qualquer, teria o poder total sobre a União Europeia com especial incidência nos estados deficitários.
Schäuble pensa ficar no poder depois das próximas eleições que começam a dar alguma vantagem ao SPD de Martim Schulz, mas com pouca probabilidade de obter uma maioria absoluta, pelo que a coligação atual (CDU/CSU/SPD) se manteria com Schäuble na qualidade de eterno ministro das Finanças da Alemanha e até de toda a União porque o Fundo Monetário Europeia iria abranger as nações que não usam o euro como acontece em parte com os Fundos de Estabilidade Europeia.
De alguma forma, o novo FME iria impedir o Banco Central Europeu de comprar dívidas de nações europeias que o tratado de Lisboa proíbe expressamente, mas que foi contornado por Draghi através da “porta do cavalo”, isto e, pela compra dos títulos públicos a bancos e fundos privados, dado que uma das missões de qualquer banco emissor é ceder liquidez a curto prazo que tem sido um pouco alargado sem garantias ou com a garantia dos títulos de dívida.
O FME passaria a ditar as taxas de juro e os valores a emprestar aos diferentes países da União que deveriam obedecer a uma espécie de “Nova Ordem” germânica porque os votos das pequenas nações não contariam para nada. Iria emitir títulos de dívida europeus para se capitalizar e emprestar às nações que o requeiram, não havendo lugar a emissões para compra de dívida e oferta aos diferentes bancos centrais como fez o BCE e que Carlos Costa não quer devolver ao acionista Estado o serviço de dívida pago ao seu banco pelo mesmo Estado
O principal opositor a este plano de Schäuble é o presidente da Comissão Europeia, Juncker, originário de um dos países mais pequenos da Europa, o Luxemburgo, que, apesar de rico, não teria um capital significativo no futuro FME.
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