O Álvaro
O novo Ministério da Economia e Emprego do Álvaro publicou o BMEP - Boletim Mensal de Economia Portuguesa - de Junho de 2011, no qual se pode ler a seguinte referência ao "buraco orçamental" que Passos anda a falar:
"Até maio, o défice orçamental provisório da Administração Central, na ótica da contabilidade pública, foi de 1028 milhões de euros, representando uma melhoria de cerca de 2354 milhões de euros face ao mesmo período de 2010. Esta melhoria reflete, no essencial, o comportamento do défice global do Estado, o qual se reduziu em 2312 milhões de euros face ao período homólogo, situando-se nos 2106 milhões de euros, enquanto o excedente dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA) atingiu 1078 milhões de euros. O excedente de execução orçamental da Segurança Social, na ótica da contabilidade pública, foi de 743,2 milhões de euros, 23,2 milhões de euros acima do registado no mesmo período de 2010.
* Nos primeiros cinco meses do ano, a execução financeira consolidada provisória do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi de -32,9 milhões de euros, que compara com um excedente de 12,5 milhões de euros no período homólogo, refletindo essencialmente o menor valor das transferências recebidas do OE, não compensado integralmente pela redução da despesa.
* Até abril, o saldo de execução orçamental da Administração Regional melhorou 121,5 milhões de euros face ao valor registado no primeiro trimestre."
De 2010 para 2011, o "buraco" (défice) da Administração Central passou de 3.382 milhões de euros para 1.028 ao qual se deve deduzir o excedente dos Serviços e Fundos Autónomos de 1.078 milhões mais o excedente da Segurança Social de 743,2 milhões e o défice do SNS de -32,9 milhões. Sem o Saldo da Administração Regional, temos um saldo positivo de 760,3 milhões de euros.
Passos Coelho quer pegar no saldo negativo da Administração Central de 1.028 milhões e considerar isso como sendo o buraco sem atender aos saldos positivos de outros sectores.
No mesmo Boletim do novo Ministério da Econiomia e Emprego pode ler-se no quadro da execução orçamental que a despesa total do Estado nos primeiros cinco meses do ano passou de 18.536 milhões de euros em 2010 para 17.199 milhões em 2011. Portanto, em vez de um buraco houve uma montanha no valor de 1.337 milhões de euros.
Tudo isto apesar de uma importante redução no consumo privado e público como o referido que provocou uma queda no Pib que não foi mais porque as exportações subiram bastante.
Passos Coelho herda contas públicas em nítida melhoria, observadas pela Troika, publicadas há dias pelo Ministério do Álvaro.
Se a execução tiver a continuação cuidadosa deixada pelo governo de Sócrates não seria necessário o corte no subsídio de Natal, tanto mais que nas contas públicas estão uincluídos juros de quase mil milhões de euros.
Quem mente? O Álvaro, o Passos, a Troika?
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