Os franceses podem colocar com orgulho a sua bandeira no território nacional dos aeroportos que adquiriram por menos de 100 euros por cada passageiro que aterra e descola no primeiro ano de exploração. Isto porque a Comissão Europeia aceitou a entrega do monopólio da infraestrutura de transporte aéreo à empresa privada francesa Vinci. Aquilo valia bem mais de mil euros por passageiro neste ano.
A Pátria está de luto porque perdeu uma porção significativa da soberania nacional e com a decisão de estabelecer o chamado céu único por parte da União Europeia, Portugal e outras nações vão perder também o controle do seu espaço aéreo. Até 2020, todo o espaço aéreo europeu será controlado pela Sesar (Single European Sky Traffic Management and Research) através de um sistema automático dito 4D gerido por satélite. Cada avião será um ponto no sistema sempre acompanhado por satélites que em tempo real calculam velocidade, rumo, altitude, etc. e o relacionam com as restantes aeronaves que voa em espaços próximos ou para os mesmos aeroportos. Os tradicionais e caros “agulheiros do céu” serão maioritariamente dispensados
Os controladores aéreos franceses fizeram greve ontem e parece que hoje porque temem perder os seus postos de trabalho. Portugal ficará neste aspeto ao nível da Câmara Municipal de Lisboa porque todo o tráfico de aviões e de passageiros estará nas mãos de estrangeiros que receberão naturalmente as respetivas taxas.
A Pátria está de luto pela venda a preços irrisórios de todos os aeroportos nacionais, o que permite admitir que possa tratar-se de uma venda como a feita pelo Horta e Costa com os edifícios dos CTT.
Curiosamente, a Comissão Europeia tão sensível a monopólios aceitou que uma empresa privada seja monopolista de um conjunto de infraestruturas extremamente caras que não podem ser replicadas por qualquer concorrente.
Recordemos que a Comissão obrigou a PT a vender a Netcabo depois Zon quando o telefone fixo estava já sujeito à concorrência do Skype e VipBuster quase gratuitos e as empresas do móvel já instalavam telefones fixos por quase nada associados a ligações à Net e à TV.
Enfim, em cada dia que passa sente-se a ditadura germano-francesa de interesses susceptível de esmagar países como Portugal e a Grécia, sempre obrigados a fazer só o que Bruxelas quer e autoriza.
Portugal não podia nem pode salvar os Estaleiros de Viana do Castelo porque Bruxelas não deixa. O mesmo aconteceu com dezenas ou centenas de empresas industriais que podiam concorrer com os interesses económicos da Alemanha e da França. Para Portugal, a União Europeia morreu porque se tornou um instrumento do domínio germânico e nada mais.
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