. A Geringonça de Portugal reembolsou a 30 de Junho de 2017, antecipadamente, mais uma parcela do empréstimo ao FMI, equivalente a 1.000 milhões de euros, que se vencia entre Junho e Outubro de 2019. Até Agosto, Portugal pretende pagar mais 2.600 milhões de euros, antecipando as amortizações do empréstimo que ocorreriam até Abril de 2020", lê-se no comunicado enviado às redações. Os reembolsos antecipados não deverão ter qualquer interferência no plano de emissões previsto para este ano pelo Tesouro. "Estes pagamentos não terão impacto nas emissões de dívida no mercado internacional a realizar em 2017", dizem as Finanças.
O Executivo refere ainda que a estratégia de pagamentos antecipados ao Fundo vai continuar a ser implementada no próximo ano: "O plano de amortizações antecipadas do FMI continuará a ser implementado em 2018 fazendo parte do programa de financiamento da República." As Finanças garantem ainda que "neste momento estão também garantidas cerca de 40% das necessidades de financiamento de 2018, incluindo 4.000 milhões de euros de pagamentos ao FMI". O Governo acredita que o "reembolso antecipado ao FMI contribui decisivamente para a melhoria da sustentabilidade da dívida, reduzindo o custo desta e permitindo, simultaneamente, uma gestão dos pagamentos mais equilibrada e o aumento da maturidade média". Depois de ter conseguido baixar o défice para 2,1% do PIB em 2016, o que permitiu a saída do Procedimento por Défices Excessivos, o Governo dá agora sinais de estar concentrado na redução da dívida. No ano passado, o rácio da dívida pública rondou os 130% do PIB. A atenção do Ministério das Finanças neste indicador já levou Mário Centeno a defender que eventuais folgas orçamentais, resultantes de um maior crescimento económico, devem ser usadas para reduzir a dívida pública.
Este Senhor Gajo não tem cara de Pai Natal. Contudo, toda a gente que foi falar com a troica, FMI. BCE e EU, fê-lo como quem vai pedir alguma coisa ao Pai Natal. Os representantes de turismo querem um IVA de 6% para o golfe, o patronato quer pagar só 12,5% de IRC, os banqueiros querem apoios especiais do BCE e, aparentemente, ninguém percebeu que os homens da troica não vieram ouvir os desejos do país e, menos ainda, os dos oligarcas e magnatas ou dos sindicalistas. Eles querem saber se o os portugueses têm a consciência que devem fazer sacrifícios para pagar um empréstimo de 80 mil milhões de euros a juros muito mais baixos que os que têm sido praticados nos mercados e que levaram o Governo a pedir tal empréstimo para liquidar as dívidas anteriores e reduzir a despesa do Estado em juros. Como é sabido, os títulos do tesouro podem ser resgatados pelo Estado a qualquer momento. Quer dizer o comprador pode ver de repente o Estado devolver-lhe o dinheiro que empatou mais os juros vencidos, mesmo que não o desejasse.
Nas crises anteriores e pouco antes de Portugal entrar no euro, o serviço da dívida inscrito nos Orçamentos de Estado chegou quase a consumir 30% das receitas. Ora, não pode haver regalias para ninguém se chegarmos outra vez a uma situação destas.
O pedido mais ridículo é o da descida do IRC, um imposto que incide sobre os lucros das empresas, pelo que não é pago se não houver lucro. As microempresas que tenham lucros até 12.500 euros anuais pagam 12,5% de IRC e as outras pagam 25% sobre os valores superiores aos tais 12.500 euros. Numa situação de ausência de crise fiscal portuguesa e europeia em geral, teria sentido isentar mesmo a parte do lucro reinvestida na empresa, mas não agora.
Para uma melhor elucidação do caráter geral da crise, reproduzo aqui um artigo do jornal espanhol El Pais de hoje:
La crisis fiscal europea ha demostrado a lo largo del año que lleva en marcha que es mejor no subestimarla. Cualquier chispa es capaz de reavivar las llamas en un mercado que se ha vuelto tan inflamable como la paja. Ahora ha sido la posible reestructuración de la deuda de Grecia la que ha reactivado las turbulencias. Y si Atenas vuelve a caer, España tiene muchas opciones de abrasarse por el efecto dominó que generaría otra tragedia griega entre los países más frágiles de una eurozona ya debilitada. Pese a ello, España ha logrado desmarcarse otra vez del grupo de cabeza de la crisis, aunque no le ha salido barato.
En un mercado enrarecido por Grecia, el Tesoro español logró colocar ayer 3.372 millones en deuda a 10 años hasta rozar los objetivos máximos de la subasta, fijados en 3.500 millones. No obstante, para superar las mayores dudas, se vio obligado a elevar el rendimiento de los bonos del 5,179% que pagó en marzo al 5,483% de ayer.
Este interés se situó por debajo del 5,6% que abonó el Tesoro en una emisión sindicada en enero a 10 años, pero este tipo de operaciones siempre exige unos tipos más altos. Sin contar con ella, hay que remontarse a diciembre, cuando el mercado reaccionó con nervios al rescate de Irlanda, para encontrar un nivel similar. Entonces abonó un 5,49%, lo que supuso un máximo desde 2000. Por tanto, el coste del Estado para financiarse se mantiene en los niveles más altos de los últimos 11 años.
Gracias a subir el precio, pero también a que el país mantiene la confianza de los inversores, la demanda aumentó frente a la anterior operación a 10 años hasta duplicar la oferta.
El resultado de la subasta fue recibido positivamente por los inversores, que suavizaron su presión sobre España hasta reducir la prima de riesgo. Este diferencial, que equivale al sobreprecio exigido a los bonos a 10 años frente a los alemanes, bajó seis puntos básicos, hasta 216. No fue un gran descenso, pero si se compara con lo que pasó con Grecia, Irlanda y Portugal, que registraron la evolución inversa, adquiere su relevancia. También las Bolsas reaccionaron al alza.
"Teniendo en cuenta que venimos de una situación con una subida de la prima, la subasta es un pequeño alivio", destacó Nicolás López, de MG Valores. José Carlos Díez, de Intermoney, abundó en que "el mercado la absorbió muy bien".
Portugal, donde continúan las negociaciones sobre el rescate, también acudió ayer al mercado para vender letras a tres y seis meses. Estos títulos vencerán cuando el país ya cuente con los 80.000 millones de la ayuda financiera del FMI y la UE, lo que es una garantía de pago. Pese a ello, tuvo que subir los intereses medio punto porcentual hasta el 4,046% en las letras a tres meses y al 5,529% a seis, cerca de lo que paga España para financiarse a 10 años. Mientras, el acoso contra su deuda no cedía y sus bonos a cinco años rebasaron otro récord en el mercado secundario, al superar el 11%.
Las turbulencias en la deuda, advirtió la agencia Moody's, pasarán factura a las empresas de los periféricos, que necesitan refinanciar 920.000 millones hasta 2014. En su opinión, un "riesgo clave" que hace aún más necesario usar ya los extintores
Links Amigos
Os Meus Blogs
Transportes